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Na contramão, Litoral tem aumento de homicídios e deve ser alvo de operações

“Nos locais onde não houve redução nos índices de criminalidade, principalmente na região do Litoral do Estado, já estão sendo desencadeadas operações, como foi feita na semana passada, de repressão ao tráfico de drogas e outros, que tem correlação com demais ocorrências, como os crimes patrimoniais e crimes de homicídio”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, Julio Reis, se referindo à megaoperação batizada como Tellure – Foto: Diogo Monteiro / Rádio Ilha do Mel – Divulgação da Sesp

O Governo do Paraná comemorou a redução do número de crimes registrado no primeiro trimestre de 2018, “o menos violento em mais de uma década”. Mas aponta três das 23 Áreas Integradas de Segurança Pública onde a criminalidade ainda preocupa: o Litoral, São Mateus do Sul e Umuarama.

Nas duas últimas, segundo as estatísticas oficiais, houve aumento de homicídios, mas redução – de 7 para 10 casos, na primeira, e de 21 para 28 na segunda – queda nos crimes patrimoniais.

Levantamento feito pela imprensa regional, mostra que já aconteceram 78 homicídios no Litoral até a data de hoje. O mais recente foi nesta segunda-feira (11), em Guaratuba, que teve 12 crimes de morte e já alcançou o nível epidêmico considerado pela Organização Mundial de Saúde de mais de 10 casos anuais por 100 mil habitantes antes da metade de 2018: passou dos 33.

Já a região do Litoral, na Área Integrada de Paranaguá, é apontada pelo governo como um problema que exige maior atenção. Entre janeiro e março, os dados oficias do Estado apontam que houve 9 mortes a mais em 2018: foram 29 em 2017 e agora 38.

“O aumento do número de homicídios em Paranaguá foi pontual e pode ser atribuído à disputa pelo domínio do tráfico de drogas em basicamente duas regiões distintas. A polícia civil de Paranaguá agiu com rigor frente a este aumento, já elucidou 85% dos homicídios praticados e prendeu 90% desses autores até o presente momento”, afirmou o delegado de Paranaguá, Rogério Martins.

Ele explicou que essa ação de combate ao tráfico refletiu positivamente nos crimes patrimoniais, que são em sua maioria os que fomentam o tráfico. Segundo o Governo, houve uma considerável diminuição nos índices de furtos (-26%) e roubos (-19%) na região do Litoral do Paraná.

“Isso demonstra com clareza a importância de se combater crimes como homicídio e tráfico de drogas, automaticamente se reprimem crimes de outras naturezas e que mais causam na população a sensação de insegurança”, acrescentou o delegado.

“Nos locais onde não houve redução nos índices de criminalidade, principalmente na região do Litoral do Estado, já estão sendo desencadeadas operações, como foi feita na semana passada, de repressão ao tráfico de drogas e outros, que tem correlação com demais ocorrências, como os crimes patrimoniais e crimes de homicídio”, afirmou o secretário de Estado da Segurança Pública, Julio Reis, se referindo à megaoperação batizada como Tellure.

Desencadeada em conjunto pelas polícias Civil e Militar, resultou na prisão de 35 pessoas de 13 quadrilhas de tráfico de drogas, no dia 6 de julho. Houve ainda mais quatro prisões essa semana, efetuadas pela Polícia Militar, de indivíduos suspeitos de envolvimento no tráfico de drogas.

As estatísticas oficias dos primeiros trimestres de 2017 e 2018

Redução do crime no Estado

No Estado do Paraná, a Secretaria de Segurança aponta que houve 509 homicídios neste ano, contra 628 em janeiro, fevereiro e março do ano passado, uma redução de 19%.

Roubos e furtos também diminuíram em todo o estado no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2017.

A redução das mortes foi constatada em 19 das 23 Áreas Integradas. O número de assassinatos caiu mais da metade em microrregiões que englobam, por exemplo, as cidades de Londrina (-54%), Apucarana (-66,6%), Laranjeiras do Sul (-80%), União da Vitória e Rolândia, essas últimas com queda de 50%.

Em 255 municípios paranaenses sequer houve assassinatos no primeiro trimestre, ou seja, 64% das 399 cidades não tiveram homicídios.

Recorde – Curitiba também bateu recordes positivos nestes primeiros três meses do ano. Houve 79 homicídios dolosos – contra 101 no mesmo período do ano passado. Uma queda de 21,7% e a menor marca dos últimos 11 anos.

O levantamento realizado pela Coordenadoria de Análise e Planejamento Estratégico (Cape) confirma uma tendência de queda consistente nos homicídios no Paraná. A contagem geral de 2017 em todo o Estado foi de 2.184 mortes, também o menor número em dez anos.

Patrimônio – O Paraná conseguiu derrubar também índices dos crimes patrimoniais, que tiveram alta em todo o Brasil por causa da crise econômica e da escalada do desemprego nos últimos anos.

O número de roubos no primeiro trimestre diminuiu 27%, em comparação aos três meses iniciais de 2017. Foi registrado um declínio em todas as modalidades de roubo no Paraná: residência (-27,3%), comércio (-31%) e em locais públicos (-24,5%). A redução dos furtos chegou a 8,8% em todo o Estado, sendo 17% de queda nos furtos a residência, 15% ocorrências a menos relacionadas a ambiente de comércios e em locais públicos caiu 5,4%.

Também houve diminuição no roubo e furto a veículos neste ano em relação a janeiro, fevereiro e março de 2017. O roubo a veículos caiu 29% e o número de furtos registrou queda de 7,5%.

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