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Segurança melhora e aumenta urgência da nova Delegacia em Guaratuba

O delegado Leandro Stabile e o capitão Luciano Romão fizeram uma prestação de contas conjunta na segunda-feira (17) na Câmara de Vereadores de Guaratuba, agradeceram apoios e deixaram pelo menos um pedido aos “políticos”: ajudarem a pressionar o governo do Estado para a conclusão da Delegacia Cidadã.

As explanções do delegado e do capitão aconteceram na última sessão ordinária do Legislativo em 2018 que contou com a presença de 11 dos 13 vereadores, do prefeito Roberto Justus e diversos secretários, diretores e funcionários da Prefeitura.

Aceitando a “encomenda” de lutar pela obra da delegacia, o prefeito pode comemorar parte da melhora na segurança como resultado de sua gestão e do trabalho do seu pai, deputado Nelson Justus. De acordo com o prefeito, foi uma articulação do deputado que conseguiu evitar que a cidade recebesse um delegado que “vinha para descansar”. Em seguida, foi a partir de um projeto de lei do deputado que o governo decidiu criar a Companhia da PM.

Obra embargada – O pedido em relação à Delegacia da Cidadã é porque a construção, ao lado do Fórum Eleitoral, mal começou no finalzinho de 2017 e logo parou. É uma obra de R$ 4,3 milhões que deveria ficar pronta, no máximo, no começo de outubro passado. De acordo com o delegado, a Paraná Edificações, autarquia do governo estadual, informou que “houve uma irregularidade na construção, o que acabou ensejando o embargo administrativo”.

─ Os responsáveis pelas obras nem atendem minhas ligações – disse o delegado, ao fazer um “apelo aos políticos aqui presentes, vereadores, prefeito e todos os órgãos”, para o auxiliar nessa “briga constante”.

A necessidade da nova delegacia, que é uma promessa do governo estadual desde 2014, aumentou em função dos resultados do trabalho integrado entre as polícias Civil e Militar e o apoio da Secretaria Municipal de Segurança. Quando os investigadores passaram a se dedicar ao trabalho policial em lugar de “cuidar de presos”, aumentaram o cumprimento de mandados de prisão. Simultaneamente, as ações dos policias militares resultaram em mais prisões ainda.

O resultado foi a superlotação da Delegacia, que comporta pouco mais de 20 pessoas e chegou perto de 80 presos. Logo no início da mudança da rotina de trabalho, aconteceram duas fugas, informou o delegado, que garantiu que a situação já está resolvida e “quase todos” os fugitivos já foram capturados, como disse o delegado.

─ O que precisamos hoje é melhorar o atendimento ao cidadão. A nossa delegacia que hoje comporta a Cadeia Pública já não tem espaço para acomodar todos os policiais e os presos – disse o delegado.

Companhia da PM já melhorou policiamento mesmo sem aumento do efetivo

Na sua fala emocionada, o comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar, capitão Luciano José Ribeiro Romão, foi só elogios pela forma em que foi recebido na cidade e pelo apoio do delegado, da Prefeitura, da sociedade em geral.

Ainda sem o aumento do efetivo, que é praticamente o mesmo de antes da elevação do antigo Pelotão para a atual Companhia, ele conseguiu mudar a rotina de trabalho, melhorou um pouco as condições de trabalho dos policiais, desde a alimentação, na aquisição de mais uma viatura e na aquisição de armamento mais pesado – instrutor de tiro, o capitão fez pessoalmente a qualificação dos policias para usar as novas armas.

As operações barreiras, que acontecem todos os dias, já resultaram em prisões, criou uma sensação de segurança e trouxe dados que ajudam o comandante a planejar a forma de atuar.

Câmeras – Cobranças e demandas à parte, o delegado e o comandante estão muito agradecidos pelo apoio da Prefeitura, do Judiciário, do Ministério Público e da população, que apoia e cobra segurança através das redes sociais.

Os dois também manifestaram a importância das câmeras de monitoramento da Prefeitura, que foram notícia nacional por causa da filmagem de divulgação de imagens de mulheres na praia. “As câmeras do monitoramento de Guaratuba são um recurso e único aqui no Paraná”, disse o delegado.

De acordo com o capitão, a polícia não consegue estar em muitos lugares ao mesmo tempo e precisa contar com os “64 olhos” do monitoramento espalhados em locais estratégicos.

Micro-operações

Além do apoio do monitoramento, segundo o delgado Leandro, as polícias de Guaratuba adotaram uma estratégia diferente de outras cidades. Em vez da estratégia padrão, de grandes ações, como aconteceram em Matinhos, micro operações. Segundo Leandro Stabile, os resultados das grandes operações não duram um mês.

As micro-operações com mandados de busca e prisão começaram “lentamente, a derrubar a cadeia do tráfico em Guaratuba”, diz o delegado. De acordo de delegado, em 2017 foram instaurados menos de 100 inquéritos de investigação de tráfico; em 2018, já passam de 170. O número de prisões, até outubro, já é 30% maior do que no ano passado: foram 530 pessoas presas, um número gigantesco em uma população de aproximadamente 36 mil pessoas.

Os ladrões contumazes também foram presos. Também segundo estatísticas da delegacia, o número de roubos (com violência) caiu 70% e o dos diferentes tipos de furtos entre 40% e 60%

O número de homicídios, que vinha subindo a cada ano, já é inferior ao de seis anos atrás. De acordo com o delgado, foram 22 em 2012, 28 em 2017 – o Correio constatou 29 – e apenas 17 em 2018. O dado mais importante é que o último homicídio com vinculação ao tráfico de drogas, aconteceu há cinco meses. Destes 17, 13 já foram solucionados, os outros “estão a caminho de…”, disse o delegado – a soma de 17 inclui o homicídio que aconteceu depois do evento na Câmara, com um corpo encontrado na praia dos Paraguaios, neste dia 20.

Com o início da Operação Verão e o reforço de milhares de policiais na região litorânea até o Carnaval, os dados citados nessa matéria servem como retrato da Segurança em Guaratuba o resto do ano.

Outros dados até outubro

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