Encontro discute turismo comunitário e familiar no Litoral
Indígenas, quilombolas e caiçaras estiveram reunidos, na semana passada, para refletir sobre a regulamentação do turismo de base familiar e comunitária no Litoral do Paraná.
Nos dias 17 e 18 de agosto, o Museu de Arte e Etnologia (MAE) sediou o Encontro das Comunidades do Litoral, em Paranaguá.
A palestra Turismo de Base Comunitária no Brasil, ministrada por Mariana Madureira, doutoranda em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (UFRJ) e mestre em História e Fundamentos Sociais da Arquitetura e Urbanismo (USP) abriu o evento, do qual participaram membros de comunidades de Guaratuba, Guaraqueçaba, Paranaguá e convidados de outras localidades.
Para ela, o turismo precisa ser pensado de forma que mantenha a tradição. A ideia é que o turismo comunitário seja uma atividade complementar e não atividade principal da economia da comunidade, para que as tradições e culturas não percam o sentido, alterando o ritmo da comunidade.
“O turismo tem que ser pensado de uma forma que valorize a tradição. Porque ninguém viaja para ver a mesma coisa, né? O que o turista vai querer ver é aquilo que você tem que é só seu. E isso é um grande estímulo para manter a cultura, os hábitos alimentares, a música, as festas”, explicou Mariana.
Ainda no dia 17, aconteceu o grupo de trabalho para construção de Rede de Turismo Comunitário/ de base familiar no Litoral, mediado também por Mariana Madureira. Para encerrar o primeiro dia do evento, foi realizada uma mesa de debates com pesquisadores do Fandango Caiçara.
No dia 18, no período da manhã foi a vez da Roda de conversa sobre Políticas Públicas e Cultura e à tarde os representantes de cada localidade se reuniram em grupos para refletir sobre turismo de base familiar. A mediação ficou por conta de Larissa Mellinger, doutora em Sociologia pela UFPR, consultora na área socioambiental e técnica em assuntos educacionais do IFPR.
O Encontro foi promovido pelo projeto Mais Cultura da UFPR que tem como objetivo de consolidar ações culturais na região do litoral. Em Guaratuba, o projeto desenvolve um trabalho de formação das comunidades da baía.