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Lobo-marinho na praia exige mais isolamento e proteção

Foto tirada na manhã desta segunda-feira (4) – Gustavo Aquino / Correio do Litoral

A estadia do lobo-marinho na calçada da Praia Central de Guaratuba já chega ao terceiro dia e aumenta a preocupação dos biólogos e autoridades.

Na noite de domingo, por volta das 20h30, a Prefeitura, a pedido da Polícia Ambiental, bloqueou o acesso de carros em um quarteirão da avenida Atlântica. Também desligou as luzes do poste mais próximo. Ainda aumentou a área de isolamento na praia e na calçadaA intenção foi reduzir a perturbação de motoristas e pessoas que se aglomeram para ver o animal, tirar fotos e selfies.

A primeira-dama do Município e secretária municipal, Flávia Focaccia Justus, entrevistou um biólogo identificado por ela apenas como Marcos. Ele revela uma preocupação adicional, a de que o animal se acostume com a convivência com humanos, queira ficar entre nós e perca seus hábitos naturais.

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A preocupação fundamental dos biólogos, veterinários e monitores do Programa de Monitoramento das Praias (PMP-BS) é de que o lobo-marinho não descanse suficientemente para retomar sua jornada pelo mar, fique estressado ou se contamine com algum vírus ou bactéria diferente do que encontra em seus ambientes naturais.

Além das pessoas e dos barulhos urbanos, a aproximação dos cachorros exige uma vigilância permanente, o que nem sempre temos verificado desde sexta-feira, quando a animal chegou à praia, por volta do meio-dia.

Monitores do PMP-BS tem permanecido durante o dia. À noite, a Polícia Ambiental já fez plantão, como no sábado, mas não tem equipes suficientes para cuidar o tempo todo. Alguns voluntários têm aparecido para tentar proteger o animal durante a madrugada, como o estudante de Oceanografia do Centro de Estudos do Mar da UFPR, João Henrique Sobanski, na sexta para sábado, e o fotógrafo do site Nosso Litoral, que passou a noite de domingo e a manhã inteira de segunda-feira no local para evitar a aproximação de pessoas e cães.

O animal que apareceu em Guaratuba é da espécie lobo-marinho de peito branco, Arctocephalus tropicalis, um animal subantártico, que vive nas ilhas do norte da Antártica e do extremo sul da América do Sul e também da África.

As pessoas não devem tentar alimentar o animal, explicam os biólogos, mas até um peixe foi jogado por uma pessoa, que o lobo-marinho não comeu. Molestar o animal dá multa que varia entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.

Fotos: Gustavo Aquino / Correio do Litoral

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