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Cresce mobilização contra pedreira na Mina Velha

A cava que será aberta no morro. Imagem do Rima

A comunidade da região da Mina Velha, em Garuva (SC), vai aproveitar o adiamento da audiência pública sobre a pedreira que pretende se instalar na localidade para conseguir ainda mais apoio contra o empreendimento.

Moradores de Garuva e até de Guaratuba já estão se mobilizando contra o projeto, que, segundo fontes, está na reta final para começar.

A audiência pública seria realizada pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente) nesta quinta-feira (9) e foi transferida para o dia 27, no mesmo horário e local: 19h, no Salão Comunitário da Capela Santa Rosa de Lima, Rodovia SC 417, Km 10.

Conforme a assessoria da Fatma informou ao Correio do Litoral, o adiamento foi devido a adequações de datas de outras audiências do órgão estadual que faz o licenciamento ambiental.

Morro visto da SC-417, no sentido Garuva-Guaratuba – Imagem: Goggle Street

A audiência pública faz parte do processo de licenciamento, como destaca a Fatma. Na reunião, será apresentado o Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) e a comunidade poderá conhecer e esclarecer dúvidas sobre o projeto de lavra da empresa Rudnick Minérios.

De acordo com o pedido de licenciamento e a EIA-Rima, trata-se de ampliação de uma lavra já existente e licenciada em 2010 e a instalação da unidade de beneficiamento.

Áreas de Proteção Permanente (APP) na Mina Velha

Membros da comunidade contra a pedreira, que pretende extrair minérios com uso de explosivo para construção civil, discordam já a partir deste ponto. Segundo eles, não existe nenhuma lavra em funcionamento a ser ampliada. Moradores contam que na época da construção da rodovia Garuva-Guaratuba, na década de 1970, havia um pequeno projeto de extração de pedras. Há cerca de dez anos, uma mineradora tentou se instalar na região, mas a comunidade rechaçou e o projeto não vingou.

A mobilização contra a mineração recomeça e ganha cada vez mais apoio da população de Garuva. Um abaixo-assinado com 300 apoios foi entregue à Fatma para impedir o licenciamento.

Rios (verde) que cortam o empreendimento (vermelho)

Segundo a comunidade da Mina Velha, além da perturbação para os moradores e a fauna em uma região de sítios e pequenos produtores e muita mata nativa, a exploração mineral vai acabar com as nascentes do morro, pertencentes à bacia hidrográfica do Saí-Guaçu e que abastecem as casas dos moradores, a escola e produtores rurais. Segundo uma fonte, a pedreira poderá afetar até mesmo a captação de água potável em Guaratuba.

Por abranger a região de divisa e, segundo argumentam, até o meio ambiente do Estado do Paraná, a comunidade e seus apoiadores exigem que o projeto seja analisado pelo órgão federal, o Ibama.

No dia 27, moradores de Garuva anunciam uma grande mobilização. Em apoio a eles, ciclistas de Guaratuba pretendem fazer um protesto para sensibilizar ainda mais pessoas das duas cidades e de toda a região, além da mídia.

Cultivo aos pés do Morro

Conheça o projeto – Os interessados em conhecer o projeto podem consultar o Rima em Garuva, na Prefeitura Municipal, avenida Celso Ramos, 614; na Câmara Municipal de Vereadores, rua Castro Alves, 44, Centro e na Escola Municipal Iça Mirim, rodovia SC 417, Km 10, Mina Velha. Em Florianópolis, na Biblioteca da Fatma, na rua Felipe Schmidt, 485, Centro, ou no site da Fatma (http://www.fatma.sc.gov.br/conteudo/consulta-eia-rima)

Audiência Pública sobre pedreira na Mina Velha
27 de novembro, às 19h
Salão Comunitário da Capela Santa Rosa de Lima
Rodovia SC 417, Km 10, s/n, Mina Velha, Garuva/SC

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