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Atos “Fora Bolsonaro” ganham força no Litoral do Paraná

As manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro, neste sábado (3), tiveram adesão maior do que era esperada na região litorânea e também aconteceu em Pontal do Paraná, surpreendendo a divulgação feita pelo movimento “Fora Bolsonaro Litoral”.

Em todas as cidades, os manifestantes usaram máscaras, havia uso de álcool em gel e até um esforço para conseguir manter o distanciamento.

É a terceira manifestação nacional em pouco mais de um mês e a primeira pra valer no Litoral do Paraná – as outras foram em 29 de maio e 19 de junho. A manifestação foi antecipada do dia 24 de julho para este dia 3 em consequência das denúncias de corrupção na compra de vacina contra a covid-19. A convocação foi rápida e eficiente, pelo menos na região. Os protestos cobravam mais vacinas e pediam o impeachment de Bolsonaro, acusado de genocida.

Em Guaratuba, os manifestantes encerraram o ato com a colocação de 162 cruzes representando as vidas perdidas pela covid-19 no município, na Praia do Morro do Cristo. A primeira cruz foi fincada na areia pelo professor José Muniz, que homenageou o também professor Ismael Ricardo, morto em agosto, aos 51 anos, em decorrência da doença. Diversos nomes foram citados, sempre causando emoção e indignação nos manifestantes.

Ao final de uma carreata silenciosa pela rua Nicolau Abagge e avenida 29 de Abril, que reuniu cerca de 70 veículos e algumas poucas bicicletas, também foi colocada uma faixa na praia se referindo aos mais de 500 mil mortos pela covid em todo o Brasil, “vítimas da incompetência e descaso”. Faixa e cruzes foram retiradas em seguida para não poluir a praia.

A manifestação de Matinhos começou pela manhã, em uma terreno próximo da rotatória da avenida Curitiba com a avenida Paranaguá (PR-412). As faixas mais destacadas no ponto de grande movimento pediam o impeachment e também “vacina no braço e comida no prato”. Foram colocadas 110 cruzes pintadas de branco em homenagem aos mortos pela covid na cidade.

Em Pontal do Paraná, a concentração foi na margem da PR-412, seguida de uma carreta pelas ruas dos balneários. A organização contou com militantes do PT e do PCdoB e, segundo eles, teve a adesão de muitas pessoas não filiadas a partidos políticos.

De acordo com o site da Rádio Sol Maior, o dirigente municipal do PT Humberto Contim lembrou que o movimento nas cidades do litoral também contou com apoio do PDT e do PSOL, além da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central de Trabalhadores do Brasil (CTB).

O presidente do diretório municipal do PCdoB, professor Carlos Liegel, informou que já estão se preparando para um novo protesto, com mais apoios: “Já nessa semana iremos preparar uma outra manifestação e iremos convidar o MDB local bem como outros partidos”, afirmou, ainda conforme a Sol Maior.

Em Paranaguá, cujo movimento ganhou repercussão nacional graças ao próprio Bolsonaro, que, no dia 19 de junho, postou em suas redes sociais um vídeo de poucos manifestantes da cidade caminhando com bandeiras e faixas em meio à chuva, para simbolizar o que ele considera pouca adesão aos protestos. O prefeito Marcelo Roque rebateu cobrando que o presidente divulgasse o turismo e o adiantado trabalho de vacinação no município.

Desta vez, o movimento foi bem expressivo e contou inclusive com trio elétrico. Segundo os organizadores, 250 pessoas se concentraram na Praça dos Leões, caminharam até a Câmara Municipal e finalizaram a manifestação na Praça Fernando Amaro. “Paranaguá é uma cidade que tem tradição de luta”, fez questão de assinalar um dos oradores.

Em Morretes, o protesto começou em frente à Copel, no Centro Histórico, e teve músicas e palavras de ordem. Duas faixas foram estendidas em pontos estratégicos: na Ponte Velha e na Rotatória do Centro. Segundo os organizadores, por onde passava, a carreata foi ganhando apoio de “moradores, comerciantes e transeuntes” e “mesmo com chuva e mau tempo, muitas pessoas aderiram à causa”. O ato foi encerrado na Ponte Velha, ponto histórico central de Morretes.

Em Antonina, o ato teve início às 10h da manhã no Jekiti (praça Coronel Macedo). De lá, os manifestantes seguiram até a praia da Ponta da Pita e finalizaram no Km 4 da PR-408, na entrada da cidade. Houve arrecadação de roupas, calçados e cobertores para a comunidade Guarani Kuaray-Haxa. “Embora algumas pessoas tenham se demonstrado contrariadas, a maioria reagiu positivamente à manifestação em defesa das vidas e contra as medidas do atual governo Bolsonaro”, afirmou Beli Bertalha.

Com a colaboração de Marianna Amaral, Denise Veiga, Vitória Vieira Martins, Beli Bertalha e Rádio Sol Maior.
Fotos: Marianna Amaral, Glauco Lobo, Rafael Soveral, Jilberto Saroba, Veranice Massoni, Denise Lopes Gouveia Gustavo Aquino,e manifestantes em geral
Video de Paranaguá: Juan Roseno
Nossos agradecimentos a todos

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