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LEC faz balanço de encalhes e de emocionantes solturas de animais

O Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC-UFPR) fez um balanço do  Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) em outubro no Paraná. Foram registrados 294 encalhes de animais marinhos, sendo 284 mortos e 10 vivos.

Também houve reabilitações e solturas que emocionaram os técnicos, as comunidades do litoral e todos que acompanharam os casos.

As espécies de maior ocorrência no período foram os pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus), bobo-pequeno (Puffinus puffinus), tartarugas-verde (Chelonia mydas), tartarugas-cabeçuda (Caretta caretta), com maior ocorrência entre os municípios de Matinhos e Pontal do Paraná.

Jubarte – No mês também foi registrada a 15ª baleia jubarte encalhada sem vida no estado, recorde desde que o projeto começou, em 2015. Os pesquisadores do LEC-UFPR, que funciona no Centro de Estudos do Mar da Universidade, em Pontal do Paraná, segue estudando e procurando entender as causas do aumento da mortalidade de jubartes deste ano. 

Solturas – Embora o registro de número de animais mortos sempre seja maior do que animais vivos, os pesquisadores destacam as reabilitação e solturas ocorridas em outubro: uma tartaruga-verde, uma fragata (Fregata magnificens), além de quatro pinguins-de-magalhães que foram resgatado pelo LEC-UFPR e soltos pela equipe da R3Animal, em Florianópolis.

Foca mobilizou equipes de dois estados

Um destaque do mês foi a foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga) atendida pelas equipes do Monitoramento das Praias do Paraná e de São Paulo.

A fêmea juvenil, de aproximadamente 1,60m, foi encontrada no dia 30 de junho, encalhada na praia de Calhetas, em São Sebastião (SP), pela equipe do Instituto Argonauta, após acionamento por moradores. A equipe constatou que ela estava apática, magra e com lesões aparentes na pele, e foi transferida para o Centro de Reabilitação e Despetrolização, em Ubatuba/SP, onde permaneceu recebendo cuidados dos veterinários e biólogos por quase 90 dias.

O animal passou por exames como raios-X e ultrassom, teve suas lesões medicadas e recebeu reforço nutricional. Após quase três meses de cuidados na reabilitação ganhou peso e recebeu alta no dia 27 de setembro, sendo solta a aproximadamente 100 km (60 milhas) da costa partindo de Ubatuba, no litoral Norte de São Paulo.

Cinco dias depois o animal foi registrado descansando na linha de praia dos balneários de Sant Etienne, Riviera e na Praia Brava de Caiobá, em Matinhos. A equipe do LEC-UFPR isolou a área de descanso do animal e após 48 horas em observação a equipe veterinária observou dificuldade respiratória, apatia e emagrecimento progressivo.

“Definimos a necessidade de uma nova abordagem do paciente realizando sua translocação da praia de Matinhos para Pontal do Paraná, mantendo o animal em um cercado próximo a base de reabilitação para melhor atendimento, levando em consideração a saúde e o bem-estar do animal, mas também o fato de ser uma espécie antártica”, ressaltou o médico veterinário, Marcillo Altoé.

No recinto adaptado na praia, nossa equipe realizou enriquecimento ambiental com paletes, evitando contato com areia, forneceu área com gelo, água, alimento, conforto térmico e sonoro, sem estímulo visual por humanos e/ou animais domésticos.

Após 12 dias de tratamento de saúde com medicação, alimentação para manutenção de boa condição corpórea, realização de exames complementares e avaliação clínica para verificar o estado de saúde, a foca apresentou recuperação nutricional e cicatrização total das lesões, demonstrando estar apta a ser liberada no ambiente natural. Sua soltura aconteceu, então, no dia 14 de outubro, a 8 milhas (~16 km) da costa paranaense.

De acordo com a coordenadora do LEC-UFPR, a bióloga Camila Domit, é comum que o animal faça paradas de descanso nas praias ao longo deste deslocamento de volta à região sul, principalmente se tivemos muita entrada de vento e frentes frias. 

“No entanto, manter o animal por mais tempo em cativeiro estando este já bem, poderia trazer estresse e perda de peso. Assim, nossa equipe segue acompanhando os parâmetros de saúde e monitorando o animal quando em descanso”, explicou a bióloga. As equipes do PMP/BS ao sul já estão de sobreaviso sobre a foca seguiremos em rede acompanhando sua saúde.

Caso você encontre animais marinhos debilitados ou mortos:

? Ligue 0800 642 3341 e acione nossa equipe de resgate.

? Nós também atendemos aos chamados via Whatsapp, pelo telefone (41) 99213-8746.

Com informações do LEC-UFPR / PMP-BS

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