Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Trabalho de controle de sedimentos que descem a Serra do Mar já iniciou

Fotos: Pierpaolo Nota

Já iniciou a parte prática de um monitoramento nas encostas da Serra do Mar para verificar os sedimentos que descem com a chuva e assoreiam as baías de Antonina e Paranaguá. O trabalho é feito em parceria entre a Portos do Paraná e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tem objetivo de fornecer dados para projetos futuros de redução de processos erosivos, consequentemente reduzindo a taxa de assoreamento.

Os pesquisadores farão análise da quantidade de sedimentos gerados nas bacias hidrográficas, de acordo com o tipo de cobertura vegetal presente em cada localidade. Com isso, a expectativa é estimar se a recuperação de áreas degradadas através de sistemas agroflorestais é capaz de reduzir a necessidade da dragagem de manutenção nos portos paranaenses, preservar o meio ambiente e gerar novas fontes de renda para os proprietários de terras em áreas degradadas.

“A intenção é que os professores e pesquisadores nos ajudem a construir um material acadêmico que nos ajude a encontrar soluções para recuperação destas áreas, com ganhos no aspecto ambiental e reflexo na operação portuária”, apontou o presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, explica que não existem registros de ações semelhantes em nenhum outro porto do mundo. “Foi feito um levantamento e esse tipo de monitoramento é pioneiro no setor portuário. Serão monitorados os sedimentos que as águas das chuvas carregam para dentro da baía, ou seja, com este estudo vamos avaliar o quanto a gente vai evitar de terra e outros materiais sendo carreados até o mar por meio da recuperação da cobertura vegetal das bacias hidrográficas”, justificou.

UFPR/PRAD-Portos do Paraná –

INTERAÇÃO – A parte prática iniciou na sexta-feira (4), dividida em duas partes. Pela manhã, as equipes da diretoria de Meio Ambiente da Portos do Paraná, da UFPR e da Ecotec, empresa contratada pela Portos do Paraná para executar o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), trocaram conhecimentos.

“O objetivo foi entender o trabalho do PRAD, que há oito meses acontece na região, e entender como está o engajamento dos produtores rurais. O que nos deixou bastante surpresos é que em pouco tempo, 54 famílias já aderiram. Tem realmente potencial para atingir o objetivo, que é de restaurar 40 hectares”, afirmou Eduardo Vedor de Paula, professor do Departamento de Geografia da UFPR.

No período da tarde, os profissionais foram a campo identificar possíveis pontos a serem monitorados. “A ideia é identificar cerca de 25, 30 pontos. A partir desse levantamento, escolher os oito mais representativos. Nesses, faremos o monitoramento de 20 a 25 meses, coletando solo, medindo chuva, identificando os potenciais que o sistema agroflorestal tem em proteger o solo”, explicou o professor.

Serão escolhidos oito pontos, com diferentes coberturas de solo: área de vegetação nativa, área de sistema agroflorestal já mais avançado, sistema agroflorestal em processos de implantação e áreas ainda degradadas, com solo exposto preferencialmente.

CONVÊNIO – De acordo com o gerente de Meio Ambiente da Portos do Paraná, Thales Schwanka Trevisan, o convênio com a UFPR vai avaliar o quanto de sedimento está carreando para a baía, para posteriormente analisar como o trabalho que está sendo executado, iniciado pelo PRAD, pode evitar que sedimentos sejam carregados. “A ideia, com isso, é avaliar estrategicamente a diminuição de frequência de dragagens”, explicou Trevisan.

Na prática, acrescenta, ao final do trabalho será possível avaliar até que ponto a recuperação das áreas com florestas reduz a produção de sedimentos que em um primeiro momento são carreados aos rios e, posteriormente, chegam até a área de interesse portuário.

O biólogo da Ecotec, Jair de Pontes, responsável técnico do PRAD, destaca a importância do convênio. “Entendemos o trabalho da UFPR como uma validação do nosso, de todo esforço efetuado”, arrematou.

Leia também

This website uses cookies to improve your experience. We'll assume you're ok with this, but you can opt-out if you wish. Accept Read More