Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Estamos em recessão, crise ou ajuste?

coluna-daniel-lucio-peqJá escrevi antes sobre isto, mas não custa rediscutir o tema para as novas gerações e refrescar a cabeça dos corôas, como eu, que já viveram coisas piores na economia do Brasil.

O ano de 2015 tem sido duro na política e na vida financeira das pessoas. De repente uma freada brusca no automóvel chamado “Brasil”. Alguns passageiros bateram cabeças, outros saíram com hematomas, mas ninguém ferido com gravidade. As atividades econômicas do país deram uma retraída forte já no final de 2014, e nossas férias de verão foram “tensas”.

Mas o que realmente tem acontecido de janeiro 2015 para cá? Crise, Recessão, Ajuste Fiscal…. o que significam essas coisas e onde vamos parar?

Vamos explicar o que significa uma Crise Econômica:

É uma ruptura do sistema econômica de um país. É uma situação de extrema gravidade que deixa marcas por várias gerações. A Crise da Bolsa de Nova Iorque em 1929 afetou o mundo. Jogou os Estados Unidos no que se chamou de “A Grande Depressão”. O desemprego foi às alturas, com mais da metade dos adultos desempregados, crescimento da economia acabou e retrocedeu por mais de uma década. Quebra de bancos, corrida das pessoas às agências bancárias sacar seus recursos, mas os bancos não tinham mais nada em seus cofres.

Na Europa a situação era semelhante, que fez nascer politicamente um radical chamado Adolf Hitler e o Nazismo na Alemanha e que se espalhou por vários países.

Ou seja, a Crise Econômica do final dos anos 20 e na década de 30, levou-nos à 2ª Guerra Mundial e milhões de pessoas morreram. A indústria da guerra é que era prioritária.

Então, chamar o momento econômico que passa o Brasil de “crise”, é oportunismo político demagógico de grupos que querem chegar ao poder, ou simples ignorância cultural e histórica.

Não temos um desemprego de 25% dos adultos como na Espanha, Portugal. Na Grécia esse número é 1/3! Enquanto por aqui, saímos de 5,5% no final de 2014 e estamos por volta de 7,5%, equivalente a Canadá, Alemanha e menor que a França. Os Estados Unidos está na faixa de 6% de desempregados.

Nos anos 80 e 90, me lembro que chegamos a um desemprego de 20% e uma hiperinflação absurda na casa de 50,60 e até 90% em apenas UM MÊS!

Mas o que acontece com nossa economia hoje?

Primeiro temos que lembrar que o Brasil não é uma ilha. Está inserido na tal “economia globalizada”, onde até a pequena Grécia influencia nos humores dos mercados. Sem falar na desaceleração de gigantes como China, Estados Unidos, Alemanha, Japão. Nossas exportações desaceleram, entram menos dólares, e nosso Real desvaloriza, o dólar sobe e as importações ficam mais caras e se reduzem.

Até os contêineres que entram pelos portos se reduzem, refletindo no bolso do dono de caminhão que vive desses transportes. A loja de produtos populares, os chamados 1,99, têm os brinquedos importados encarecidos e por aí vai.

Mas como chamar esse momento de redução do emprego, perda de renda e produção? A resposta é: Recessão. Sim, estamos em 2015 tecnicamente em recessão, onde há uma forte redução da geração de produtos e renda das pessoas…. mas longe de ser “crise”. Nosso sistema bancário é sólido, não há descrença da população sobre o sistema financeiro e nem corrida aos bancos pra sacar suas poupanças.

E o tal Ajuste Fiscal? Ora, governos vivem de arrecadação de impostos, e se a atividade econômica cai no mundo e por aqui, é necessário que “ajustem” seus orçamentos para uma arrecadação menor…. ou aumentam impostos, como fez o Governo do Paraná: elevou o ICMS do gás, dos alimentos das prateleiras do mercado, da gasolina, das taxas do seu veículo e por aí vai. É o ajuste “burro” no caso paranaense, pois diminui ainda mais o consumo e a recessão no Paraná se agrava. Sabemos que a máquina pública estadual tem muito desperdício, muita festa e carguinhos públicos inúteis aos afilhados…. mas, por aqui, a “genialidade econômica” foi: aumentar impostos e congelar salários de professores, policiais e funcionários de carreira. Não se atacou a essência do problema: Gastos Inúteis!

Então fica esta pequena e básica aulinha de Economia, deixando uma palavra de otimismo: Arrumemos a casa em 2015, para uma situação melhor em 2016 em diante.

É a minha opinião.

Leia também