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4 PMs da Operação Fish são denunciados por 3 homicídios em Matinhos

O Juízo Criminal de Matinhos recebeu nesta semana denúncia do Ministério Público do Paraná contra quatro policiais militares por três homicídios triplamente qualificados, entre outros crimes. 

A ação penal foi apresentada pelo MPPR por meio da 2ª Promotoria de Justiça da Comarca e os fatos foram descobertos em um desdobramento da Operação Fish, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em agosto do ano passado.

A Operação teve como alvo inicial, os irmãos gêmeos da Polícia Militar de Guaratuba Ricardo Chiarello Marchesi (2º sargento) e Rodrigo Chiarello Marchesi (soldado), que estão presos e respondem a outras denúncias do Ministério Público.

No recebimento da denúncia, a Justiça  ainda deferiu o pedido de preventiva contra os denunciados. “Três já se encontram presos desde a ação do Gaeco no ano passado e um encontra-se foragido”, informa o MPPR.

Segundo a Promotoria, os crimes ocorreram em março de 2021, em uma área rural de Matinhos, quando três rapazes foram mortos pelos agentes públicos, supostamente ao reagirem a uma abordagem policial. 

A partir da análise de aparelhos de celular dos PMs, apreendidos na Operação Fish, surgiram novas evidências relacionadas a essa investigação, que demonstraram que, na verdade, os policiais abordaram as vítimas já com a intenção de executá-las e depois “plantaram” provas para justificar o suposto confronto. 

Nos celulares, foi encontrada, por exemplo, uma foto de uma arma de fogo que teria sido usada pelos rapazes contra os PMs, mas a imagem era anterior à data do crime, ou seja, estaria na posse dos policiais antes do confronto.

Segundo aponta a denúncia, “os crimes foram perpetrados sem chance de defesa às vítimas, porquanto estavam desarmadas, assim como mediante emboscada, na medida em que foram surpreendidas repentinamente pelos denunciados, destacando-se que o local onde se deram os fatos trata-se de região rural e, portanto, menos habitada e patrulhada.”

Além dos homicídios, os PMs foram denunciados por associação criminosa, porte de arma de fogo de uso permitido, porte de arma raspada (duas) e inserção de dados falsos em boletim de ocorrência (correspondente às armas). 

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