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“Nós vamos reconstruir a Unila”, afirma Lula

O presidente Lula disse nesta quinta-feira (16), que o governo federal vai retomar as obras paralisadas do campus da Unila em construção há nove anos na área de influência da Itaipu Binacional. “O meu compromisso com o povo brasileiro é que nós vamos reconstruir a Unila”, afirmou Lula em Foz do Iguaçu na posse do economista Ênio Verri na diretoria-geral da binacional.

“Nós vamos voltar a reconstruir presidente (Mário Abdo Benitez, do Paraguai, presente na posse) para que tenha muitos estudantes, meninos e meninas, brasileiros, paraguaios, uruguaios, argentinos, colombianos, equatorianos, venezuelanos”, completou Lula no ato que contou com a presença da deputada Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, dos deputados Elton Welter (PT), Aliel Machado (PV) e Zeca Dirceu – líder do PT na Câmara dos Deputados.

Lula também a diferença na política de educação de Cuba e do Brasil oferecida aos países estrangeiros. Eu fico pensando como um país do tamanho de Cuba, de 10 milhões de habitantes, um território do tamanho do estado de Pernambuco, consegue ter uma universidade de medicina e oferecer para estudantes da América do Sul – deve ter muitos paraguaios formados em Cuba – e oferecer curso gratuito aos países africanos”, pontuou.

“Como é que um país do tamanho e grandeza do Brasil não tenha a generosidade de oferecer a possibilidade para as crianças e adolescentes do nosso continente?”, questionou.

Obra abandonada

Lula também lastimou o prédio abandonado da Unila. “Eu vi agora do helicóptero. A Unila é uma universidade latinoamericana que criamos para que o continente tivesse um currículo latinoamericana, uma história latinoamericana. E que a gente pudesse ter jovens de todos os países da América do Sul”, completou.

O presidente Lula disse ainda que esperava que a sede da universidade já teria sido inaugurada. “Eu fiquei com muita tristeza quando passei de helicóptero agora e na volta outra vez para ver que me parece um prédio abandonado. Me parece que depois que deixei a presidência pouca coisa foi na Unila. Eu sonhava que a universidade poderia ter no dia de hoje mais de 20 mil alunos”, avaliou.

O deputado Zeca Dirceu (PT), que acompanhou Lula na posse de Ênio Verri na Itaipu, já encaminhou ao ministro Camilo Santana (Educação) um relatório do reitor da Unila, Gleisson Brito, que historiou o imbróglio que se tornou a construção da universidade. “A Unila faz parte do conjunto de 14 mil paradas no país e tenho certeza que o novo diretor-geral da Itaipu, Enio Verri, vai dar a atenção devida à essa demanda de toda comunidade universitária da Unila e do oeste do Paraná”.

“Aproveito e cumprimento ao Enio Verri que destacou o papel social a importância da Itaipu ara cuidar das pessoas nas áreas do meio ambiente, educação e no desenvolvimento regional sustentável”.

No relatório escrito pelo reitor Brito e repassado ao ministro Camilo Santana, o deputado reiterou que a universidade tem hoje 29 cursos de graduação, 12 mestrados, oito cursos de especialização, e já formou 1,3 mil estudantes. “A Unila está presente nas cidades do oeste paranaense, através de pesquisas, estudos, projetos e na participação ativa na resolução de problemas locais e no apoio”.

Criada por Lula

Zeca Dirceu ainda lembrou que a Unila foi implantada em 2010 pelo presidente Lula para formar nova consciência política e de unidade entre países na América Latina. “A sua criação teve na sua concepção os princípios do respeito à diversidade cultural e a integração dos países”, destacou o deputado.

A sede da Unila foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer – um dos seus últimos trabalhos – em área doada pela Itaipu Binacional em área de influência da usina. As obras chegaram a 45% da conclusão e foram abandonadas pelo grupo construtor em função da falta de acordo em relação aos aditivos pleiteados pelas empreiteiras.

Segundo o reitor Gleisson de Brito, a universidade investiu R$ 126,6 milhões no campus e que em 2017 seriam necessários mais R$ 682 milhões para o seu término, conforme projetado por Niemeyer e que em 2021, a Unila, a Itaipu e o Estado chegaram a um acordo para a conclusão da sede com modificações ao projeto do arquiteto. Dessa forma, o projeto perderia o “selo de Niemeyer”.

O reitor ainda observou que a finalização do projeto são necessários mais de R$ 800 milhões – “o valor é impreciso, estimado apenas a partir de atualizações de valores inicialmente previstos para a obra do campus”.

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