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Colônia Potreiro faz parceria com Prefeitura de Guaratuba para diversificar produção

Comunidade é limitada pelo rio São João e pelo Parque Nacional da Guaricana (linha marela) – Imagem: ICMBio/Google
Comunidade é limitada pelo rio São João e pelo Parque Nacional da Guaricana (linha marela) – Imagem: ICMBio/Google

 

Moradores da Colônia Potreiro, na área rural de Guaratuba, criaram uma associação para organizar a comunidade. A festa de fundação foi nesta sexta-feira (20).

A localidade fica às margens do rio São João, no limite com a comunidade de Castelhanos, em São José dos Pinhais, e com o Parque Nacional da Guaricana. O acesso é pela BR-376, no Km 664, e por uma estrada de chão com cerca de 10 quilômetros de extensão.

A Associação dos Proprietários Rurais do Potreiro já conta com 30 associados em uma comunidade que tem aproximadamente 50 famílias. A entidade vai lutar para atender as demandas da população, basicamente a trafegabilidade das estradas e da ponte pênsil que corta o rio São João, educação e saúde. Mas um dos focos principais da Associação é o trabalho junto com a Secretaria de Pesca e Agricultura de Guaratuba e com o Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) na diversificação da produção.

As propriedades são na maioria sítios com áreas entre 3 e no máximo 20 alqueires e a agricultura é principalmente de subsistência. As famílias criam galinhas, plantam mandioca e cultivam palmáceas para produção de palmito. Alguns produzem mel e também embutidos da criação de porcos que são vendidos nos comércios à beira da BR.

A região fica dentro da Área de Proteção Ambiental de Guaratuba (APA de Guaratuba) e no entorno do Parque da Guaricana, criado em outubro de 2014 e que ainda não tem seu plano de manejo elaborado. Por razões ambientais, o desenvolvimento de atividades são bem restritas.

Diversificação e certificação ambiental

Técnicos da Emater e o secretário municipal de Pesca e Agricultura, Paulo Pinna, querem incentivar a produção de plantas medicinais que podem ser comercializadas para grandes empresas como Natura e O Boticário. Outra alternativa apoiada é o cultivo de peixes, que já se inicia em algumas propriedades.

A apicultura incipiente na região deverá ganhar incentivo com o início do projeto do Caminhão do Mel da Prefeitura de Guaratuba. Os recursos, fruto de uma emenda do ex-deputado federal Angelo Vanhoni (PT), foram liberados pela presidente Dilma Roussef no final de dezembro de 2015. A Prefeitura já adquiriu o caminhão, mas a licitação para equipamentos e utensílios (petrechos) foi deserta (não teve interessados). De acordo com Pinna, nova licitação será feita em breve.

O Caminhão do Mel fará a coleta e o envase diretamente na propriedade. Isto vai reduzir o custo e garantir a qualidade. Como os produtores estão dentro da APA, será possível certificar o mel produzido aqui como produto orgânico, que vale cerca de 30% do convencional a mais e tem grande potencial para ser exportado. A certificação dos produtos podem ser feitos localmente pelo recém criado Serviço de Inspeção Municipal (SIM).

A fundação festiva da Associação dos produtores terminou com um churrasco e com expectativas de que a comunidade unida consiga melhores condições de vida para todos. Além do suporte técnico, uma notícia animou a festa: o programa de trafegabilidade das estradas rurais de Guaratuba já recebeu R$ 350 mil em recursos para compra de combustível (diesel), uma verba do Estado conseguida pelo deputado Nelson Justus. A melhora das condições da estrada é uma das condições para que todo o projeto dê certo.

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