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Câmara de Guaratuba: “passar borracha” ou “dar arame farpado”

Câmara de Guaratuba 19 de maio de 2014A eleição da Mesa para o biênio 2015-2016 foi o assunto de todos os vereadores durante a Palavra Livre, no final da sessão de segunda-feira (19).

Fabio Chaves (PTB), eleito 1º secretário. disse que ficou triste com a atitude dos vereadores que deixaram a sessão e lembrou a eleição da Mesa atual, no dia 1º de janeiro de 2012, quando votou contra a chapa encabeçada por seu pai, Raul Chaves. “Passei uma situação difícil… mas não corri da raia. Se pensasse em mim ou pensasse em vaidades teria votado em meu pai, mas votei partidariamente”.

Maurício Lense (PPS), vice-presidente eleito, disse que sempre defendeu a independência dos poderes. “Hoje foi eleito um vereador de oposição para ser vice-presidente desta Casa. Isto demonstra a democracia”.

Raul Chaves (PMDB) elogiou Lense. “O senhor é merecedor de ser vice-presidente porque o senhor tem uma qualidade especial: o senhor é humilde, educado, tem personalidade e capacidade. Não depende de ser de situação ou oposição. Os votos foram por merecimento e respeito”. Ele também explicou a decisão da ampla maioria nesta eleição interna. “Não guardo mágoa (da eleição passada). Para evitar mais uma briga como aquela, conversei com o Tato, com o Sergio, com meu filho para chegar neste acordo com o Oliveira. Voto não tem preço, tem respeito. Tenho certeza que eles (os eleitos) vão respeitar os votos que receberam e não vão decepcionar nem nós, muito menos a pessoas fora desta Casa. Na segunda fala, Raul Chaves disse que os vereadores que fizeram parte da chapa derrotada em 2012, foram cerceados, “não pelo presidente, mas por pessoas próximas”. “Nós comemos o pão que o diabo amassou, não por vontade do presidente. Tem pessoas que têm que engolir aquilo que eu engoli: arame farpado. (Ele tem de receber) a mesma medida, do mesmo veneno”, desabafou.

Laudi “Tato” (PT) salientou que a Câmara deve respeito principalmente à comunidade. “Oliveira vem conduzindo a Câmara com clareza, com honestidade. A mudança na Mesa se deve a (…) coisas mesquinhas que eu, o vereador Raul e o vereador Sergio, por determinadas duas ou três pessoas, sofremos aqui”, disse.

Almir Troyner (SDD), disse que prevaleceu a vontade da maioria e pediu que o presidente “relevasse tudo o que aconteceu”, referindo-se a atitude dos vereadores de deixar o Plenário. “É normal numa disputa acontecer isto. Que esta eleição termine aqui, hoje. Que amanhã volte a reinar a paz. Que todos juntos possamos continuar a ajudar Vossa Excelência a administrar esta Casa”, disse. Nunca pairou nenhuma dúvida quanto a idoneidade de nenhum membro da Mesa. Pelo contrário, se administrou esta Casa com muita lisura, com muita transparência”, completou.

A vereadora Cátia Silvano “do Doro” (SDD) parabenizou os eleitos e reforçou o pedido para que de “deixe de lado as mágoas e que se passe uma borracha em todo acontecido”.

Juarez “Galego” Temóteo (DEM), como líder do partido, durante a votação, pediu, aos demais membros do partido, Mordecai de Oliveira e Maria Batista – mesmo com esta ausente – que o acompanhassem. Na Palavra Livre destacou a eleição do vice-presidente. Se referindo a Mauricio Lense, declarou: “Nós não votamos num vereador de oposição, votamos em um vereador que é do nosso partido, que se chama Guaratuba”.

Sergio Braga (PROS), futuro 1º secretário, começou seu pronunciamento elogiando os 13 vereadores que participaram das discussões e aprovaram por unanimidade as mudanças na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno da Câmara. Entre as mudanças, explicou, foi aberta a possibilidade de fazer a renovação da Mesa Diretora em qualquer mês do segundo ano da Legislatura. O vereador afirmou que a mudança seguiu exemplo de outras câmaras municipais. “Aqui, ninguém pode reclamar, porque todos participaram das sessões da revisão. Todos estavam presentes e tinham conhecimento, ninguém se opôs. Todos são responsáveis aqui, ninguém puxou o tapete de ninguém, ninguém fez magia. Nós fizemos aquilo que está no Regimento, mais nada. O ato dos vereadores de saírem é um ato democrático. Eles acharam melhor sair, foi a vontade deles. Mas nós respeitamos principalmente a democracia. Nós fizemos aqui um ato democrático, sem pressão. Decidimos votar novamente no vereador Mordecai como presidente porque ele mostrou sua competência. (Na outra eleição) eu não votei nele, o vereador Raul não votou nele. Mas ele mostrou sua competência, e é claro com todo mundo, sem desigualdade (…) dentro da lei e do Regimento Interno”, disse.

Mordecai Magalhães de Oliveira (DEM) pediu licença ao plenário para se manifestar e explicou o trâmite da eleição, “não para os vereadores que conhecem o Regimento, mas em respeito ao público”: “O artigo 23, afirma que são atribuições do presidente da Câmara: presidir as eleições da renovação da Mesa Diretora e dar posse aos membros que a compõe; interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno; conceder ou negar a palavra aos vereadores, nas reuniões, observado o disposto neste Regimento Interno; e organizar a Ordem do Dia das reuniões. Foi o que nós fizemos (hoje) nesta Casa. É lamentável o que aconteceu. Eu quero aqui parabenizar todos os vereadores e agradecer a confiança que nos foi dada. Tenho certeza que nós da Mesa não vamos fazer só. O meu desejo, todo mundo sabe, é trabalhar com todos”.

Ao final, Oliveira esclareceu que mesmo com a eleição, a responsabilidade pelo processo administrativo da Casa continua com a atual mesa Diretora até o final do ano. “Quero agradecer a eleição democrática e é assim que deve ser num país democrático como é o Brasil”, concluiu.

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