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Balneabilidade

Cidades litorâneas, especialmente no verão, atraem milhares de pessoas em busca de lazer e entretenimento a beira mar.

Santa Catarina tem no turismo de sol e mar importante atividade econômica, abrigando empreendimentos que dependem da balneabilidade das suas praias. Atributo indispensável: águas limpas e sem poluição.

A Fundação do Meio Ambiente (Fatma) presta aos turistas e a população, um serviço de utilidade pública: o monitoramento da qualidade da água do mar nas praias catarinenses.

Pesquisas sobre as condições de balneabilidade são realizadas em inúmeros balneários, apontando se as águas estão PRÓPRIAS ou IMPRÓPRIAS para o banho no mar, se estão ou não contaminadas por efluentes de esgoto doméstico.

As análises são baseadas na contagem da bactéria “escherichia coli”, presente nas fezes de animais de sangue quente, entre eles os humanos, e que pode colocar em risco a saúde das pessoas. Realizada sistematicamente desde 1976, obedece a normas do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente).

Amostras são coletadas em 500 quilômetros da costa, nos locais sujeitos a contaminação, entre eles, os que apresentam grande fluxo de banhistas. De abril a outubro as coletas são mensais e de novembro a março, período de maior público, semanais.

Em Itapoá quatro locais são monitorados: no final da Rua 650 em Itapema do Norte (Ponto 01); entre as ruas 1020 e 1030 no Balneário Paese (Ponto 02); na Rua 1970 no Balneário Palmeiras (Ponto 03); e na Rua 20 na Barra do Saí (Ponto 04).

Serviço importante proporciona tranquilidade e segurança às pessoas que vem a Itapoá, atraídos, principalmente, pelas praias com águas quentes, areias limpas, isentas de poluição que, conforme divulgado nos primeiros boletins do ano, encontram-se 100% balneáveis.

No entanto, uma leitura atenta nos diversos Relatórios de Balneabilidade divulgados pela Fatma nos últimos anos, pode trazer dúvida quanto à ‘totalidade’ da balneabilidade em Itapoá, pois no auge da temporada, na principal praia do balneário em todos os anos ocorre a impropriedade.

A par disso, questiona-se a suficiência dos pontos de monitoramento em Itapoá. Quatro em 30 quilômetros de orla deixa significativos trechos a descoberto, como o trapiche público ao lado da ex-Pousada Lafitte, a praia frontal ao Porto de Itapoá, além de outros tantos que, com o acentuado crescimento da cidade, passaram a ser intensamente frequentados.

Portanto, não é demais replicar e insistir na sugestão feita ao Comitê Gestor que tratou da revisão do Plano Diretor de Itapoá, para que se estabeleça em conjunto com o órgão estadual de meio ambiente, uma condição de monitoramento permanente em todos os cursos d’água que chegam ao mar.

Medida fundamental para que Itapoá continue conhecida e reconhecida, verdadeiramente, como um balneário onde a água do mar não é poluída. Aliás, o principal atrativo turístico da cidade.

Afinal, reza o ditado, ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’. Quem sabe agora acontece.

Itapoá (verão), janeiro de 2017

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