Disputa na Barra do Saí classifica três times de Guaratuba e um de Pontal do Paraná para o Campeonato Paranaense de Beach Soccer que acontece em fevereiro de 2018, também em Guaratuba.
Durante o feriado prolongado de N.S. Aparecida, nas rodovias estaduais que ligam ao Litoral do Paraná foram registrados três infrações por embriaguez ao volante em 18 testes etilométricos realizados. No ano passado foram feitos apenas dois testes e nenhuma infração.
O presidente da Comissão de Finanças e Orçamento (CFO) da Câmara de Guaratuba, vereador Itamar Junior, pediu para este repórter divulgar seu “descontentamento com os pares” por não comparecerem à audiência pública sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias, realizada na terça-feira (10).
Biólogos que estudam tubarões, entre os quais um professor do Centro de Estudos do Mar (CEM) da UFPR, publicaram na edição de novembro da revista científica Marine Policy um artigo em que alertam para os riscos ambientais do consumo inadvertido desse tipo de peixe no Brasil.
Boa parte da população desconhece que, ao comprar o que se conhece como “cação”, está na verdade adquirindo carne de tubarão – fator que, somado à falta de fiscalização e de estatísticas oficiais, vem contribuindo para o esgotamento de certas espécies, muitas delas já ameaçadas.
Atualmente, a falta de estatísticas oficiais e de fiscalização têm contribuído para, juntamente com o desconhecimento da população sobre o que consome, atrair preocupação de estudiosos sobre o esgotamento de certas espécies, muitas delas já ameaçadas.
“A estatística antes de 2007 era precária, mas depois desse ano ela praticamente nem existiu mais. Ninguém sabe o que é pescado, como e onde no Brasil”, afirma o pesquisador Hugo Bornatowski, que atua na Programa de Pós-Graduação de Sistemas Costeiros e Oceânicos do CEM-UFPR.
Completados dez anos de inconsistência de dados, os estudiosos avaliam que o uso comum de uma expressão comercial para carne de tubarão (“cação”) pela indústria pesqueira e pelos importadores pode estar escondendo a real situação de espécies como o tubarão-azul, entre outras.
Isso porque muitas espécies já mostravam declínio populacional antes de as estatísticas serem suspensas. “São animais de reprodução lenta e de vida longa. Vivem mais que muitos mamíferos. A matança acelerada pode estar levando esses peixes ao esgotamento populacional sem que a gente saiba”, alerta Bornatowski.
O artigo informa que em 2012 uma pesquisa do Ministério do Meio Ambiente apontou que o percentual de espécies de elasmobrânquios ameaçadas de extinção no país era maior do que o mundial. Os elasmobrânquios formam a subclasse de peixes cartilaginosos da qual os tubarões fazem parte, juntamente com as raias. No Brasil, 33% das 145 espécies de elasmobrânquios correm risco de desaparecer. No mundo, o percentual estimado é de 25% das espécies em risco.
Proteção foi adiada para 2018
Um dos últimos estudos sobre o tema, desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), ocasionou a publicação, em 2014, da Portaria 445, que enumerou 475 espécies de peixes consideradas ameaçadas em diversos graus: “criticamente em perigo”, “criticamente em perigo, possivelmente extinta”, em perigo ou vulnerável.
Atualmente, depois de questionamentos judiciais do setor pesqueiro, a norma foi substituída pela Portaria 163/2015, que prorroga para 2018 o prazo para a suspensão da pesca de espécies ameaçadas de extinção sobre as quais há interesse econômico.
No mesmo ano, o ICMBio divulgou o Plano nacional para a Conservação dos Tubarões e Raias Marinhos Ameaçados de Extinção, com nove objetivos específicos.
Segundo o documento, a sobrepesca de elasmobrânquios marinhos é uma das grandes ameaças a essas espécies, que são capturadas não apenas porque são o alvo da atividade comercial, mas também por acidente, simplesmente por fazerem parte da “fauna acompanhante” de outros pescados — situação chamada de bycatch.
Cação: tubarão e até raia
É nesse último ponto que a desinformação dos consumidores brasileiros tem grande influência, pontua Bornatowski. “Basicamente, ‘o que cai na rede é peixe’ no Brasil e, depois, acaba vendido com o nome de ‘cação’”, revela. “Basta ser limpo, filetado e colocado em postas para as pessoas consumirem os tubarões de qualquer espécie, acreditando tratar-se de um ‘peixe sem espinhas’”.
A palavra cação é um termo que acompanha determinadas espécies de tubarão — como o cação-anjo-de-espinho, espécie brasileira ameaçada de extinção. Sob o impulso comercial, esse termo de origem espanhola acabou sendo disseminado para abranger qualquer carne de tubarão posta à venda e até de raias, como a viola, ameaçada de extinção. “O termo ‘cação’ vem de ‘cazón’ –, usado em espanhol para se referir a todos os tipos de tubarões. No Brasil, o termo acabou perdendo o significado real”, avalia Bornatowski.
O fato é que atualmente muitos consumidores de cação desconhecem a origem da carne. Em 2015, em artigo publicado na Ethnobiology Letters, Bornatowski e três pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR (Raul Rennó Braga, Carolina Kalinowski e Jean Ricardo Simões Vitule) apresentaram um levantamento com 104 consumidores de supermercados de Curitiba, em que 61% dos entrevistados disseram “comer cação, mas não tubarão”, por exemplo.
Quando questionados “a que animal corresponde o cação?”, 42% disseram ser um “peixe marinho”, enquanto 27% confirmaram ser tubarão e, outros 21%, avaliaram ser um “filhote de tubarão”. Cerca de 10% dos entrevistados disseram acreditar que o cação não é uma espécie de peixe.
Consumo consciente
Com base nesse cenário, Bornatowski defende ser necessário “não incentivar” o consumo de cação no Brasil. “É preciso que os consumidores tenham consciência de que comer um tubarão é o mesmo que comer um predador de topo, como uma onça”, compara. “Esses animais têm que ficar vivos por anos para fazerem o papel deles no ecossistema. Além disso, já fornecem muitos ganhos para o turismo”.
Na avaliação dos pesquisadores, um fator preocupante é que, até agora, o governo não chegou a implementar plano de manejo ou de recuperação de espécies ameaçadas. “Estávamos observando um declínio populacional muito acentuado enquanto as pesquisas estavam sendo feitas e agora estamos em uma lacuna, sem saber como está. Mas podemos afirmar que as populações continuam declinando”, diz o pesquisador.
Fonte: UFPR / Camille Bropp Cardoso
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