Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Pedágio na BR-277 sobe para R$ 20,90

A Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar) homologou, nesta segunda-feira (10) a correção das tarifas de pedágio do Anel de Integração. Um carro de passeio passará a pagar R$ 20,90 na praça de pedágio da Ecovia, entre Curitiba e o Litoral, o valor mais alto da categoria em todo o Estado. O reajuste médio anual vai variar de 6,66% a 8,40%. O valor é maior do que a inflação do período devido ao fato de, na forma paramétrica, que é utilizada para cálculo do reajuste, serem utilizados além do IPC outros índices que acabaram elevando o percentual. Entre as cinco concessionárias que apresentaram pedido, a Rodonorte é a que terá o menor percentual, 6,66%. O maior será concedido a Viapar, 17,60%, que resulta, além do reajuste anual de 7.79%, de um acréscimo oriundo do degrau tarifário aprovado em janeiro deste ano e não aplicado. Diferente dos outros anos, a Agepar, além de homologar as novas tarifas decidiu apresentar também os valores finais que serão aplicadas em todas as praças de pedágio. Os novos preços passam a valer a partir da publicação específica do DER. O reajuste médio, de acordo com cada concessionária, é o seguinte:Rodonorte 6,66%Ecovia – 7,91% Ecocataratas – 7,66% Viapar – 17,60% Caminhos do Paraná – 8,40%Econorte – Não apresentou pedido de reajuste Confira aqui todas as tabelas

Entrevista com a presidente do Cordrap

A agricultura, pesca e artesanato são atividades presentes no litoral paranaense e muito importantes para a economia local. Porém, muitas vezes esses trabalhos não têm o reconhecimento devido na sociedade e, em alguns casos, entre os próprios representantes que, ao mesmo tempo em que buscam o crescimento profissional e financeiro, desconhecem informações que ajudariam nessa conquista, como, por exemplo, o associativismo. Acompanhe a entrevista realizada com Jucelma Esser, presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural, Pesqueiro e do Artesanato do Litoral Paranaense (Cordrap), e conheça um pouco mais sobre a realidade dos trabalhadores desses segmentos. Como a pesca, a agricultura e o artesanato podem contribuir para o desenvolvimento sustentável da região? Qualquer ação dentro das áreas citadas pode contribuir. A pesca marítima faz parte da história do Paraná. A agricultura é importante, pois é um trabalho local. Caso não existissem agricultores na região, dependeríamos da logística da Região Metropolitana de Curitiba, o que deixaria o produto mais caro. Em relação ao artesanato, vejo que é importante em todas as regiões do país, mas aqui no litoral ele é muito peculiar, por exemplo, as artes feitas com as folhas da bananeira e o couro do peixe. No entanto, para potencializar esses três segmentos, a organização é o ponto-chave para o crescimento dos trabalhadores que atuam nessas áreas. Há ameaças ou situações que causem insegurança para o exercício da pesca e agricultura familiar no litoral? Para a pesca a legislação é bem restrita, já na área da agricultura temos tantas reservas e restrições ambientais que também geram um pouco de dificuldade, mas vejo com bons olhos o fato de existirem muitas situações que podem ser trabalhadas para o desenvolvimento dessas duas áreas. Porém, é preciso informação e base para que se possa trabalhar de forma correta. Qual o principal desafio para o crescimento profissional dos trabalhadores representados pelo Cordrap? Informação do que pode e do que não pode ser feito. As pessoas pensam que só porque há muitos anos os trabalhos eram realizados de alguma forma específica, que podem continuar executando assim, porém muitos pontos, como as legislações, mudaram e é fundamental que os trabalhadores tenham conhecimento. A agricultura familiar ainda é forte para as novas gerações ou os jovens buscam outros serviços em diferentes áreas? A questão dos jovens já foi muito pior. Nós estamos passando por uma situação melhor atualmente. A área rural já está ficando mais interessante para essa parcela da população, uma vez que pode gerar renda em uma pequena propriedade, por exemplo. O uso da tecnologia poderá ser favorável. As pessoas estão pesando outros fatores e vendo as possibilidades que poderão ter na agricultura, principalmente pelo fato que as grandes cidades deixaram de oferecer oportunidades de emprego e renda, por exemplo. Vê-se hoje que muitas vezes o jovem que sai da agricultura não consegue se estabilizar em centros urbanos. O mesmo acontece com os pescadores e artesãos? Creio que sim, mas na área pesqueira pode ser mais difícil, já que é necessário mais investimento público do que na área rural para fazer algum tipo de produção diferenciada. Já a grande questão para os artesãos é a qualificação e profissionalização. A partir desse momento, o jovem terá mais interesse, pois para muitos é visto como um hobby. Trabalhamos muito essa questão na associação das mulheres que trabalham com o couro. Temos a matéria-prima, mas não temos qualidade no produto final. Hoje fazemos uma peça feita de couro ou na fibra de bananeira, mas sem um bom acabamento, o que acaba não agregando valor à peça. Em lojas e butiques uma bolsa de couro de peixe custa R$ 1mil. Qual a diferença daquela bolsa para a feita aqui no litoral? Por isso é fundamental buscar a qualificação dentro do artesanato e as parcerias com o governo e instituições que possam dar esta qualificação são importantes. Durante as escutas realizadas para a elaboração do PDS, temos ouvido sobre a dificuldade dos pescadores, agricultores e artesãos em trabalhar associativamente. Em sua opinião, qual o motivo da falta de cooperação? Acho que é uma questão cultural que existe na região. Acredito que o associativismo é difícil em qualquer local, pois são ideias e intuitos diferentes. Essa questão no litoral paranaense é mais intensa. É difícil convencer as pessoas a trabalhar em grupo e ter a consciência de que se o grupo ganhar, todos ganharão também. Quais as suas expectativas em relação aos resultados do PDS_Litoral? Desde o começo vi a importância do PDS_Litoral, pois não se constrói nada se você não entender a causa do problema. Tudo se resolve a partir do momento em que se entende o que está acontecendo. Por isso é fundamental o Plano que está sendo construído. Se houver uma leitura e todos consigam entender, as soluções irão aparecer. Muitas vezes as pessoas ficam focadas no seu próprio mundo, mas a partir do momento que se vê o todo, começam a ter outro olhar. Por isso, quando o PDS_Litoral começou eu vi a importância eu sabia que precisaríamos ajudar. Acompanho a preocupação que a equipe tem de trazer a situação real do nosso litoral. Fonte: PDS_Litoral

Pai e filho são presos por embriaguez ao volante na BR-277

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu pai e filho por embriaguez ao volante em duas abordagens consecutivas na noite deste domingo (9) na BR-277 em Morretes. Por volta das 22h, a equipe da PRF de plantão na Unidade Operacional Alexandra, em Paranaguá, recebeu a informação de que o motorista de um automóvel Volkswagen Gol estaria bêbado. O carro havia acabado de passar em frente ao posto policial, na pista sentido Curitiba. Cerca de 15 quilômetros à frente, já em Morretes, a equipe da PRF conseguiu abordar o suspeito, de 24 anos de idade, que apresentava hálito etílico, olhos vermelhos e andar cambaleante. O resultado do bafômetro apontou 0,70 miligrama de álcool por litro de ar expelido, mais que o dobro do nível que, além da multa e da suspensão da carteira de motorista, também caracteriza crime de trânsito. Meia hora depois, o pai do motorista se apresentou no local da abordagem, dirigindo outro carro. Desconfiada das condições do pai, a equipe da PRF também resolveu convidá-lo a fazer o exame o bafômetro, cujo resultado foi de 0,56 miligrama de álcool por litro de ar. Ambos, pai e filho, foram presos em flagrante pelo crime de conduzir veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool. Eles estavam a caminho de Antonina, onde moram. A pena é de detenção de seis meses a três anos. Além disso, os dois pagarão uma multa de R$ 2.934,70 e terão a carteira de habilitação suspensa por um ano. A PRF encaminhou os dois para a Delegacia da Polícia Civil em Morretes. Fonte e fotos: Agência PRF

PM desmancha laboratório de drogas em Morretes

A Polícia Militar encontrou um laboratório para fabricação de drogas sintéticas em uma chácara na área rural de Morretes, na manhã desta sexta-feira (7). Seguindo informações do serviço reservado do 9º Batalhão da PM, os policiais foram até a localidade do Rodeio, na Estrada de Anhaia, verificar a existência do laboratório clandestino em uma chácara nas imediações do Parque Estadual do Pau Oco. Ao se aproximarem da propriedade, eles visualizaram no interior de uma construção, um homem utilizando equipamentos de proteção. Ele estava trajando máscara de filtro químico e luvas de borracha. O homem, de 31 anos, tentou fugir, mas foi detido. Em seguida, saíram do interior da casa principal, mais dois suspeitos que correram em direção à estrada e também foram detidos; um homem de 27 anos e um rapaz de 17. No interior da casa havia um homem de 55 anos, que afirmou ser o caseiro da propriedade. Nas buscas no interior da residência, os policiais localizaram uma pistola calibre 9mm, escondida dentro de um forno a lenha. Foram encontradas buchas de maconha e uma trouxinha com material de cor marrom, aparentando ser droga sintética. Na edificação anexa, os militares encontraram vários objetos e substâncias químicas comuns à fabricação de drogas sintéticas, que acabaram apreendidas. Durante a abordagem, um dos suspeitos afirmou que as substâncias estavam sendo usadas para a fabricação de ecstasy, demonstrando inclusive os procedimentos de preparação do entorpecente. Em seguida, foram acionadas as equipes da Delegacia de Polícia Civil de Morretes e da Delegacia da Polícia Federal de Paranaguá, que enviou peritos para coleta e análise do material apreendido, sendo confirmado, após análise laboratorial, se tratar de metanfetamina. Foram apreendidos de 3,5 quilos do produto. De acordo com a Polícia Militar, cada grama da droga seria vendido por R$ 50,00, dando um total de R$ 175 mil. Com informações do 9º BPM / JB Litoral / Agora Litoral

PDS Litoral entrevista presidente do Ipardes

A heterogeneidade e os desafios do Litoral do Paraná Há quatro anos à frente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – Ipardes, o diretor-presidente Julio Takeshi Suzuki Júnior cita como o grande desafio do PDS_Litoral a identificação dos caminhos do desenvolvimento e a incorporação do Plano nas políticas públicas de cada município e do Estado. Fala ainda sobre a heterogeneidade da região, composta pelos municípios de Antonina, Guaratuba, Guaraqueçaba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná, e sobre governança. Acompanhe, a seguir, os principais tópicos da entrevista. Foto: ANPr Julio Takeshi Suzuki Júnior é graduado em Administração pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e atual diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social – IPARDES, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Planejamento. Como você enxerga o desenvolvimento no litoral do Paraná? O litoral do Paraná apresenta muitas particularidades: uma das principais é o fato de possuir o maior ativo ambiental do Estado, que deve ser respeitado, de modo que o desenvolvimento tenha que conciliar avanço econômico com a preservação desses ativos. Deve-se reconhecer que desenvolvimento econômico e preservação não se eliminam conjuntamente. Por outro lado, o não desenvolvimento ou o baixo crescimento econômico (estagnação) não representa necessariamente a preservação dos ativos ambientais. Também é importante considerar, além da questão ambiental, as questões sociais, as características da população local, inclusive as defasagens em termos sociais e econômicos. Então, pode-se dizer que o grande desafio é promover o desenvolvimento da região respondendo às demandas da população, mas com o mínimo prejuízo ambiental. Hoje se observa no Brasil casos bem-sucedidos de desenvolvimento econômico aliado à preservação ambiental: regiões com grandes extensões de mata preservada, mas que praticam atividade industrial, de serviço ou agropecuária. Temos bons exemplos no país que podem ser referência para o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná – o PDS_Litoral. O grande desafio do Plano é a identificação de caminhos para o desenvolvimento sustentável e a incorporação do Plano nas políticas públicas de cada município e da região como um todo. Você pode citar um exemplo desses casos bem-sucedidos de desenvolvimento? Guaraqueçaba tem um PIB per capita dos mais baixos do Estado. Do outro lado da fronteira com o Estado de São Paulo, temos Cananeia, com um PIB per capita muito mais elevado. As condições ambientais e a preservação nesse outro município é muito presente. Quem sabe os estudos que estão sendo feitos pelos consultores do Plano possam se utilizar desse exemplo como benchmarking, tomando como referência de boas práticas. Vemos que o turismo ecológico de Cananeia é mais desenvolvido do que o de Guaraqueçaba, talvez por uma melhor condição de infraestrutura, que não agride o meio ambiente. Esse dado se baseia no indicador de preservação da Mata Atlântica. A comparação é inevitável, por isso essa referência é fundamental para o PDS_Litoral, pode ser inovador e fundamental neste sentido. Ativos ambientais podem ser considerados ativos econômicos? Ativos ambientais são ativos econômicos desde que bem explorados. É preciso saber identificar as atividades que mantenham os ativos ambientais e que gerem ativos econômicos. É um desafio muito grande. Podemos tomar como exemplo o turismo, que é uma atividade de entretenimento. Nesse sentido, a cobrança de taxas para usufruir de espaços de lazer é uma oportunidade para financiar políticas públicas, inclusive de manutenção desses espaços e preservação ambiental. Nada mais justo economicamente do que a geração de receitas para os municípios a partir de atividades que tenham relação com ativos ambientais, que podem ser revertidas em benefícios para a população. Essa é uma forma de se conciliar crescimento econômico com preservação ambiental? Sim, mas há várias visões de desenvolvimento, não existe uma receita única. E esse também é um dos desafios da parte prospectiva do PDS_Litoral. Muitas regiões se desenvolveram, por exemplo, com investimentos industriais com grande aporte de capital, o que levou a uma expansão produtiva significativa, mas da forma como foi feito, houve grandes perdas ambientais. Há vários casos, inclusive de empreendimentos estatais, com procedimentos poluentes ou, por exemplo, geração de energia que resulta em uma perda ambiental grande, mas que mesmo assim resulta em desenvolvimento. Na outra ponta, temos a possibilidade de desenvolvimento com base em empreendimentos familiares, que são menos agressivos ao meio ambiente. Mas vale ressaltar que os pequenos empreendimentos e empreendimentos familiares também podem ser agressivos ao meio ambiente. O PDS_Litoral é uma oportunidade para buscar formas de se conciliar elementos desses vários modelos de desenvolvimento, considerando o que é mais adequado aos municípios do litoral do Estado. Quais os desafios para o desenvolvimento do litoral paranaense? Conciliar opiniões de grupos é desafiador. Eventualmente, um grupo quer 8 e o outro 80. Há situações em que determinados grupos lutam por seus interesses e, de outro lado, há uma articulação de outros grupos com maior força política, que leva a uma decisão contrária; mas não há diálogo entre eles para conciliar os interesses. Também vemos que a dificuldade de organização dos grupos oficiais ou não, dentro ou fora de governo, são obstáculos para o desenvolvimento do litoral. A sociedade brasileira não tem a prática de consenso, mas isso não é necessariamente ruim, uma vez que o conflito pode trazer novas ideias e dar origem a boas soluções. No caso do litoral, temos em pontas opostas os que vão na linha do crescimento econômico e na outra os defensores do meio ambiente, numa equação de 8 ou 80, sem sair do lugar. Por isso é preciso buscar um consenso

PDS vai às aldeias indígenas. Regularização da terra é a prioridade.

Para garantir a participação de representantes de todas as comunidades que habitam o litoral paranaense, o Plano para o Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná vem realizando encontros em diferentes localidades. As comunidades tradicionais indígenas, por exemplo, são ouvidas por meio de escutas, visitas em campo e reuniões comunitárias, realizadas por representantes do PDS_Litoral que também repassam as propostas do Plano de forma acessível e didática, e têm como objetivo criar um canal de mediação e troca de conhecimento. Até o momento foram realizadas escutas em cinco comunidades indígenas, sendo duas em Guaraqueçaba, duas em Pontal do Paraná e uma localizada em Paranaguá, todos da etnia Guarani. De acordo com a responsável pelo processo de escutas às comunidades tradicionais, Soraya Sadala, esse processo é importante porque fortalece a identidade e busca o envolvimento da população indígena no Plano. “Desde a articulação para realizar as visitas ficou combinado que um líder de cada aldeia iria compor um grupo para visitação. Assim, durante duas semanas do mês de agosto as lideranças indígenas e a equipe do PDS_Litoral percorreram as cincos aldeias, criando um laço de pertencimento, o que favoreceu a conversa nas localidades entre todos.” Prioridades Durante as escutas, a equipe do PDS_Litoral conversou sobre infraestrutura das aldeias, saneamento básico, destinação do lixo, saúde, educação, dentre outros, além dos aspectos culturais, sociais, meio ambiente e desenvolvimento. Tendo sido pontuadas as especificidades de cada uma das aldeias. As questões fundiárias, a partir do processo de demarcação pela Fundação Nacional do Índio – Funai, é uma das preocupações mais evidentes nas aldeias. Segundo Soraya Sadala, “em geral, todas as aldeias visitadas vivem da agricultura de base familiar e da renda do artesanato, e têm em comum o fato de enfrentarem problemas fundiários. Também observamos que todas as comunidades sofrem na maioria das vezes dos mesmos problemas como falta de água, de escolas, de postos de saúde e habitações inadequadas. Contudo, para os Guaranis, a questão primordial é sua relação com a Terra”, aponta. O desenvolvimento sustentável para os indígenas Segundo Soraya Sadala, durante as escutas, os Guaranis “tiveram dificuldade de entender que o PDS se trata de um planejamento para o futuro das aldeias e comunidades do litoral paranaense, pois culturalmente para eles “se vive o momento presente”. Quando foram questionados sobre o desenvolvimento sustentável, mesmo não sabendo seu significado conceitual, alguns falaram sobre práticas de manejo no plantio e demostraram grande conhecimento na relação com o ambiente em que vivem. É importante entender que o cenário que o Guarani idealiza é um território onde possa criar seus filhos em contato com sua cultura, sua visão de respeito com o planeta, florestas, rios, alimento.” Laços – A cultura Guarani é muito forte entre os indígenas, sendo mantida pela prática de rituais religiosos, agricultura, idioma e a gastronomia. Embora muitos jovens vivam fora das aldeias, durante algum período, geralmente para comercializar artesanatos ou em busca de estudo e profissionalização, todos eles buscam retornar, agregando os valores e conhecimentos para serem compartilhados com seu povo. Segundo Dionísio Rodrigues cacique da aldeia Pindoty, na Terra Indígena Ilha da Cotinga, em Paranaguá, “jovens que se formam professores ou médicos, por exemplo, voltam para cuidar e exercer suas profissões na própria aldeia”. Localizadas em diferentes partes do território litorâneo, a questão da distância e a falta de mobilidade relacionada à limitação de suas terras, cercadas por propriedades privadas, gera a sensação de opressão e insegurança, o que dificulta a articulação e o fortalecimento da cultura Guarani, que há mais de dois mil anos utilizava do processo natural de migração para permitir a renovação dos recursos naturais da terra, o que garantia sua sobrevivência”, expõe Soraya. Cultura – Por fim, o pouco conhecimento da história dos Guaranis pelos juruás (como são denominados os não índios), que vivem no entorno das aldeias, foi uma das grandes dificuldades levantadas pelos líderes indígenas durante as reuniões. “Uma forma que os Guaranis estão buscando para manter a cultura viva, promovê-la e gerar renda para subsistência, é a visitação turística às aldeias; porém essa questão ainda está em fase de implementação, visto que precisam de melhores condições de infraestrutura básica”, finaliza Soraya Sadala. Confira as datas dos primeiros encontros realizados nas aldeias: T.I. Tekoha Kuaray Haxa em Guaraqueçaba. Visitas realizadas nos dias 18 e 19 de agosto; T.I. Sambaqui/aldeia Karaguata Poty em Pontal do Paraná. Reunião realizada no dia 25 de agosto; T.I. Ilha da Cotinga/aldeia Pindoty em Paranaguá. A visita técnica foi realizada no dia 20 de agosto; T.I. Sambaqui/aldeia Guaviraty em Pontal do Paraná. Reunião realizada no dia 26 de agosto;T.I. Cerco Grande/aldeia Kuaray Guata Porã em Guaraqueçaba. Encontro realizado dia 27 de agosto. Fonte e fotos: PDS_ Litoral

PDS Litoral prepara nova fase. Veja o que foi feito até agora.

O Plano para o Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná vai entrar na fase de construção de cenários e “visão de futuro” com base nas discussões feitas até agora. Foto: PDS_LItoral / Divulgação O consórcio de empresas que elaboram o chamado PDS_Litoral promete que as comunidades continuarão sendo ouvidas através de contato com a população, entidades regionais, municipais e estaduais e pelas "Equipes de Acompanhamento" que foram escolhidas nas primeiras reuniões feitas no mês de junho em cada cidade. Entre os dias 7 e 9 de novembro, essas equipes (EAs) participaram de Oficinas de Contextualização exclusivas para elas. Os encontros foram separados em três sub-regiões: no dia 7, foram reunidas em Matinhos, na UFPR Litoral, as EAs de Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná (Litoral Sul). No dia 8 foi a vez de reunir os representantes do Município Polo em Paranaguá no Museu de Arqueologia e Etnologia. No dia 9 as EAs do Litoral Norte, que abrange Antonina, Guaraqueçaba e Morretes, reuniram-se no Salão Paroquial de Morretes. Essas oficinas discutiram o relatório de contextualização, chamado de Produto 4, que está disponível no site do PDS: http://pdslitoral.com/relatorios/ O resultado da discussão é o Produto 5, que ainda não foi divulgado. Ele deverá conter algumas conclusões, as entrevistas realizadas e as datas dos próximos eventos participativos. No Diagnóstico (Volume 0) do Produto 4, os técnicos do PDS_Litoral reuniram questões apresentadas pelas populações, que deram o nome de “Contribuições da Sociedade”, abrangendo aspectos como o social, o ambiental, o turismo, mobilidade, logística, economia etc. Separamos aqui as “Contribuições da Sociedade” nos seus diferentes aspectos: USO DO SOLO• A irregularidade fundiária nas áreas rurais de toda a região é um obstáculo para o desenvolvimento da agricultura familiar, pois impede o acesso a linhas de crédito.• Existem muitas ocupações irregulares nas franjas da malha urbana, especialmente nos municípios do litoral sul. Por outro lado, a regularização dessas áreas incentiva a irregularidade, devido aos obstáculos e a demora no licenciamento ambiental necessário no processo regular.• Aponta-se a necessidade de aumento dos perímetros urbanos dos municípios do Litoral Sul, que se veem pressionados pelos territórios alvo de conservação ambiental. ECONOMIA• Há questionamento sobre a política econômica do estado voltada para a exportação, que resulta em demanda de mais portos e infraestrutura de transporte.• Há potencial para desenvolvimento de vias econômicas alternativas, compatíveis com a conservação ambiental, tais como a pesca artesanal, agroecologia, turismo rural, ecoturismo etc.• A agricultura e a pesca são tidas como importantes atividades econômicas na região, pois dão subsistência à maioria das famílias moradoras das áreas rurais e das ilhas.• A pesca e sua economia não são monitoradas, pois isso não é uma política pública.• Os grandes empreendimentos, como o porto de Pontal, podem gerar novos empregos; entretanto, há necessidade de qualificação da mão de obra local para ocupar essas vagas.• Há preocupação de que ações para o desenvolvimento econômico não sejam articuladas ao desenvolvimento social.• A baixa qualificação técnica dos agricultores familiares diminui a produtividade e causa impactos ambientais negativos.• Compras públicas no litoral não beneficiam os produtores locais; aponta-se como dificuldades a falta de transparência nas licitações, atraso no pagamento de fornecedores, preparo dos produtores para entrar em concorrências. TURISMO• O Turismo pode ser potencializado se pensado regionalmente, por meio de roteiros e produtos que articulem os vários municípios.• Há potencial para ecoturismo, turismo rural, turismo cultural e de eventos, e turismo de base ambiental.• Há potencial para turismo náutico, considerando que é bem desenvolvido nos estados vizinhos (São Paulo, Santa Catarina), mas esbarra na irregularidade das marinas existentes e a dificuldade de licenciamento das mesmas.• Caso o porto de Pontal se viabilize, deverá ser estudada a possibilidade de implantar terminal de passageiros.• A existência da Agência de Desenvolvimento Turístico do Litoral é vista como potencial para o desenvolvimento da atividade; por outro lado, a dificuldade das comunidades locais em trabalhar de forma associativa aparece como um obstáculo. PATRIMÔNIO E COMUNIDADES TRADICIONAIS• Necessidade de proteção dos sítios arqueológicos, sambaquis, edifícios e conjuntos históricos urbanos.• Necessidade de registro e valorização do patrimônio imaterial do litoral, citando-se como exemplo o fandango.• O patrimônio histórico urbano, em especial de Paranaguá e Antonina são vistos como potencial para desenvolvimento turístico. MEIO AMBIENTE• A baía de Paranaguá sofre com assoreamento, em especial a região do fundo da baía. Esse fenômeno demanda a dragagem dos canais para a atividade portuária, o que resulta em impactos negativos para a flora e fauna marinha.• Os processos de licenciamento ambiental estadual são extremamente morosos, fato que incentiva a irregularidade.• Criação de novos parques são um potencial para a conservação aliada a benefícios econômicos e sociais, especialmente pelo aumento na arrecadação de ICMS Ecológico.• Há um conflito entre o potencial para instalação de agroindústrias (criação de arranjos produtivos e aumento do valor dos produtos) e as normas de conservação ambiental.• As Unidades de Conservação são pouco estruturadas, e as deficiências de infraestrutura e serviços são obstáculo para a visitação, algo que poderia se articular à atividade turística.• Aponta-se a necessidade de maior diálogo e abertura dos órgãos ambientais com a população, inclusive de ações pedagógicas sobre as normas ambientais.• Entende que as comunidades do litoral são pouco aptas em compreender o processo de licenciamento e exigir as medidas de compensação e mitigação adequadas, que tragam

Reunião define Operação Verão que vai ficar para novo governo

O Governo do Estado realiza nesta segunda-feira (10), em Curitiba, uma reunião para tratar dos preparativos da Operação Verão 2018/2019, que começa no dia 21 de dezembro e vai até 10 de março do ano que vem. A governadora Cida Borghetti participará do encontro. Também participarão representantes dos municípios e de todas as secretarias e órgãos envolvidos no projeto. Um dos pontos delicados da Operação verão é a continuidade da programação e o pagamento das despesas no governo de Ratinho Júnior que assume no dia 1º de janeiro.

Alunos de escolas públicas de Guaratuba fazem juris simulados

Alunos do 5º ano de quatro escolas municipais de Guaratuba realizaram nesta semana juris simulados no Fórum da Comarca. Eles participaram do projeto “Justiça e Cidadania se aprende na escola”. Pelo segundo ano consecutivo, as juízas Marisa de Freitas e Giovanna de Sá Rechia percorreram as escolas escolhidas para mostrar como funciona o Judiciário e qual sua importância para a sociedade. Os alunos recebem a “Cartilha da Justiça”, que apresenta as informações em uma linguagem bem acessível. Ao final do projeto, os estudantes se preparam para um júri simulado. Eles foram orientados pelo advogado e professor Jeferson Moro e pela estagiária Maria de Fátima. Eles puderam conhecer como é o desenvolvimento do trabalho do júri, os papéis do juiz, do promotor, do advogado, das testemunhas, jurados e réus. Os julgamentos são feitos com temas da realidade dos alunos na escola, no bairro ou na cidade. As escolas Iraci Miranda Kruger e Máximo Jamur, debateram o “Defeso do Camarão”. A Escola Dr. De Plácido e Silva, o “Bullyng no Âmbito Escolar”, e a Escola Moisés Lupion, o “Uso Indevido do Celular em Sala de Aula”. Com informações da Prefeitura de Guaratuba

12 caminhões recolhidos na BR-376, durante 100ª Operação Serra Segura

A Polícia Rodoviária Federal recolheu 12 caminhões para seu pátio e reteve a documentação de outros 18, nesta quinta-feira (6), a BR-376, durante a 100ª Operação Serra Segura, que foi realizada no Posto de Tijucas do Sul. Durante o dia, foram emitidos 66 autos de infração. De acordo com a PRF, o principal objetivo da operação é fiscalizar as condições de freios, suspensão, pneus e sistema de direção dos caminhões. Os policiais rodoviários federais têm o apoio técnico de mecânicos contratados pelas concessionárias. A primeira edição da Serra Segura foi realizada em dezembro de 2014. No balanço das 100 edições, o chefe da Seção de Operações da PRF no Paraná, Giovanni Bruel, afirmou que 28% dos caminhões fiscalizados, de 2014 até dezembro desse ano, apresentaram alguma irregularidade grave. Desde a primeira operação, mais de 9 mil caminhões foram fiscalizados,foram feitas 5 mil autuações e cerca de 2,5 mil caminhões tinha, pelo menos,uma irregularidade grave, informou a PRF. Estatísticas da PRF apontam que a imprudência dos caminhoneiros é a principal causa de acidentes e mortes nas rodovias.