Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

PM inicia em Paranaguá uma grande operação após 29º homicídio

A Polícia Militar do Paraná informa que deflagrou, na tarde desta sexta-feira (10), em Paranaguá, uma grande operação de combate ao crime organizado. Segundo a PM, nos próximos dias, serão realizadas "ações preventivas e repressivas por meio de patrulhamento, bloqueios táticos, saturações de áreas, abordagens policiais, incursões em áreas de degradação social, fiscalizações de veículos e pessoas que circulam nas principais vias públicas e áreas de maior circulação de pessoas, tais como: eixos comerciais, vias expressas, praças, rodovias estaduais e federais". Além do efetivo do 9º Batalhão da Polícia Militar, participam da ação equipes policiais militares especializadas como Companhia Independente de Rondas Ostensivas com Aplicação de Motocicletas (Cirocam), Batalhão de Polícia de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRone), Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam). “O Governo do Paraná, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar, preocupados com o aumento de homicídios na região deflagra diversas operações na busca por melhorias na segurança pública em todo o litoral do estado”, frisou o subcomandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Paulo Henrique Semmer. De acordo com a PM, "as ações vêm para reforçar ainda mais o policiamento na região, de modo a continuar enfatizando a prevenção criminal em todas as áreas envolvidas". Nesta sexta-feira, aconteceu o 29º homicídio na cidade, um adolescente de 13 anos, executado com 7 tiros.

Obras no km 41 da BR-277 devem ficar prontas no final de março

O DER deve atingir neste sábado (11) a marca de 70% dos serviços executados na obra emergencial no km 41 da BR-277 e prevê concluir este trecho até o final deste mês de março. Há mais dois trechos que precisam ser reparados, nos km 42 e 33

Pedágio no Paraná: omissão, medo e pressa

Artigo de Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT-PR Foto: Eduardo Matysiak O tema pedágio voltou a ser o imbróglio mais discutido nos últimos dias. Também não era para menos. No âmbito político, a oposição avançou nas negociações do pedágio, obtendo conquistas importantes, como o aumento da faixa de desconto sem aporte no leilão, fator que puxa a tarifa para baixo. Antes o aporte era exigido a partir de 1%, agora 12%, e com previsão de aumentar mais ainda. Um feito significativo, o que incomodou o governador Ratinho Júnior. Ou seja, em dois meses de Governo Lula avançamos mais que nos quatro anos anteriores. Outro fato incômodo ao governador foi o incidente na BR-277, principal rota sentido ao Porto de Paranaguá e ao litoral paranaense, que expôs o abandono estratégico de sua gestão em relação às rodovias. Tudo com o aval do Governo de Bolsonaro, seu grande aliado político. E, na última semana, o surto de pressa inexplicável para a cessão das rodovias depois de 565 dias de profundo silêncio entre a aprovação da lei de cessão das rodovias (lei 20.668/2021), aprovada em 19 de agosto de 2021, a 6 de março de 2023, quando anunciou, em tom de chantagem, uma data limite para a assinatura do convênio. Precisamos reconhecer: a omissão foi estratégica. Primeiro por medo dos “aliados” implantarem o pedágio mais caro do Brasil em pleno período eleitoral. Esse foi o motivo que levou o governador não assinar a cessão das rodovias. Inclusive, as cabines de cobranças serviram de suporte para faixas que propagavam e comemoravam o fim do pedágio caro, principal mote de sua campanha eleitoral. As cancelas abertas davam a sensação de uma nova história. Ao mesmo tempo, a malha viária abandonada começa a ser picotada por buracos. Hoje, o estado das rodovias todos conhecem. Agora, o descaso de dois anos, que custou vidas, é usado como moeda de troca por um pedágio caro, com mais 15 praças e sem garantias de obras. Em síntese, o governador que na propaganda de campanha comemorava o fim do pedágio, agora pede pressa para aprovar um modelo ainda mais caro, sendo que podia ter feito em 2021 e 2022. Mas, antes de seguir, é importante dizer que o antigo modelo de pedágio deixou um rastro maléfico ao estado. Foi a tarifa mais cara do Brasil. Corrupção confessada e transformada em acordo de leniência. Acidentes e mortes por falta de cumprimento do contrato. Apenas 51% das duplicações foram executadas, 57% das terceiras faixas concluídas e 38 grandes obras sumiram do contrato. R$ 10 bilhões cobrados a mais dos usuários através das tarifas de obras não feitas, segundo a Agepar (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Paraná). A omissão do Estado, que era o contratante e não tomou as medidas no tempo correto nem efetuou a fiscalização necessária, resultou nos problemas de hoje. Quando era para ter pressa, não teve. Quando era para fiscalizar, não fiscalizou. Quando era para cobrar o que as concessionárias deviam, assinou acordos de leniências abrindo mão de obras milionárias. As pedageiras acabaram isentas de cumprir suas obrigações e, agora, podem voltar à cena, ou melhor, ao leilão e lucrar novamente por obras já pagas, mas não executadas, que colaboram com o cenário de degradação das rodovias paranaenses. Nós temos pressa, sim! Primeiro em resolver o problema principal, que é o estado de decomposição das rodovias paranaenses em que você, governador, e Bolsonaro são os responsáveis, porque não fizeram o básico (manutenção e uma modelagem de pedágio justa). A pressa agora é para tapar os buracos, cortar o mato, restabelecer a sinalização, reerguer os guard rail, corrigir as rachaduras, fornecer serviços de resgate e socorro médico e mecânico, como cobrei lá atrás, como comprovam inúmeros requerimentos. Para isso, o Governo Lula disponibilizou R$ 439 milhões às rodovias paranaenses, a começar pela BR-277. Esse valor é três vezes maior ao disponibilizado no ano passado pelo governo Bolsonaro. Com isso, vamos conseguir discutir, com prudência, o novo modelo de pedágio, diferente desse modelo abusivo e caro que se pressiona para ser leiloado. Falta empatia de vossa excelência, governador, com os motoristas paranaenses, falta respeito ao setor produtivo, falta verdade na propaganda sobre o que está ocorrendo e a história que fez chegarmos a este ponto, um misto de omissão e medo. Mas por outro lado, sobra de vossa excelência, um oportunismo infantil em querer aproveitar de fatos como esse caso na BR-277 para impor seu projeto de pedágio no Paraná. Chega ser desumano usar isso como motivo. É irresponsável fazer da dor de outros álibi para a alimentar a ganância de duas até menos pedageiras, que serão vencedoras deste leilão. Queremos pôr fim a essa história de horror. Resolver primeiro o essencial, os problemas físicos das rodovias e, depois, trazermos os problemas secundários, um modelo novo de pedágio, que seja, muito e muito mais barato que o anterior, que tenhamos garantia da execução de todas as obras propostas, transparência total no processo e discussão com a sociedade. Chega de propaganda e falta de ação. Esse modo de disfarçar a realidade com versões mentirosas e trabalhadas com reportagens maliciosas, querendo fazer o povo suplicar por pedágio, não importando com qual o preço, jeito e quantidade, beira a um crime! Caso esteja disposto defender o povo, o qual te elegeu, e não as concessionárias, vamos dialogar e buscar, juntos, soluções. A eleição acabou, devendo a disputa ceder ao bem-estar coletivo, neste caso, a sobrevivência econômica de todos. É por justiça no pedágio que continuo lutando. Vamos juntos! Arilson Chiorato é deputado estadual e presidente do PT-PR

Guaraqueçaba comemora 478 anos com esporte e shows

Guaraqueçaba está organizando uma série de eventos para comemorar os 478 anos. Serão três dias de festas, incluindo competições esportivas e shows, que começaram nesta sexta-feira (10) e vão até domingo (12). O município foi instalado em 31 de outubro de 1947, após ser desmembrado de Paranaguá. Portanto, oficialmente, vai completar 76 anos de emancipação. As comemorações levam em conta o início da presença de portugueses, em 1545, na região que já era habitadas por indígenas carijós e tupiniquins, e o dia 11 de março, quando a então Freguesia foi elevada à Vila, no ano de 1880. Mas há outras datas: Guaraqueçaba aparece como município em 1911, na divisão territorial do Brasil. Em 1938, o município foi extinto e incorporado à Paranaguá. A Lei Estadual nº 2, que o desmembra de Paranaguá e o torna novamente município, é de 10 de outubro de 1947, 21 dias antes da sua instalação. Confira a programação (a partir de hoje): 11 de março (sábado) 08h00- Ato Cívico09h00- Apresentação Orquestra Sinfônica Antonina11h00- Programação Cultural – Pratas da Casa13h00- Competições Esportivas – Canoa a Remo masculino e feminino22h00- Show com Edson & Hudson23h00- Show Pirotécnico01h00- Show Manga Lee 12 de março (domingo) 09h00- Competições Esportivas – Corrida de Canoa a motor13h00- Competições Esportivas – Corrida a Cavalo14h00- Programação Cultural – Pratas da Casa18h00- Celebra Guaraqueçaba- Carreata19h00- Culto Ecumênico20h00- Show Daniel e Samuel

Deputado Goura é o novo presidente do PDT do Paraná

Ex-prefeito de Paranaguá José Baka Filho e a psicóloga Carla Slongo serão os dois representantes do Litoral na Executiva Estadual do partido "Com a missão de fortalecer o diálogo com o campo democrático e preparar o partido para as eleições de 2024", o deputado estadual Goura assume, nesta sexta-feira (10), a presidência do Partido Democrático Trabalhista (PDT) no Paraná, conforme suas próprias declarações. A nova Executiva Estadual será composta por 16 lideranças, sendo nove homens e sete mulheres, "o que faz do PDT um dos partidos com maior proporcionalidade de representação feminina no estado", destaca a direção.  Goura presidirá a legenda no lugar de André Menegotto, que estava no comando do partido desde 2018. Menegotto segue como membro da nova Executiva. “Assumo o partido com foco no diálogo e no fortalecimento das pautas que estão na origem da criação do nosso partido”, diz Goura. O novo presidente estadual agradeceu "a confiança do presidente nacional licenciado, Carlos Lupi, do presidente em exercício, deputado federal André Figueiredo, do ex-presidente André Menegott, e de todos e todas que estão compondo a nova Executiva".  Campo progressista O deputado destaca que o PDT se posiciona no campo progressista e atua historicamente na defesa da Democracia.  “O partido tem como pautas prioritárias a educação, a defesa dos trabalhadores e trabalhadoras, do meio ambiente e dos direitos humanos”, afirma Goura.  Goura diz que é o momento de reorganizar o partido e de fortalecer lideranças para as eleições de 2024 e, posteriormente, 2026. “Temos muitas lideranças novas que despontam no cenário político do Paraná que são fundamentais para o fortalecimento do PDT nas próximas eleições de 2024. Ao mesmo tempo, muita gente nos procura com frequência querendo ingressar no partido e participar de um processo de construção coerente e alinhado com a defesa de democracia”, destaca. Lideranças Para compor a nova Executiva e desenvolver um trabalho de fortalecimento do PDT em todo o estado, com foco nas eleições de 2024 e de 2026, Goura conta com muitas lideranças pedetistas em uma composição "plural e representativa".  “Buscamos o fortalecimento da democracia e da inserção do partido no Paraná. Para isso, vamos intensificar o diálogo com os movimentos de base e com as demais lideranças trabalhistas. O PDT é um partido que tem passado no Paraná, tem força no presente e está construindo uma alternativa coerente para o futuro. A gente quer um PDT que honre as suas bandeiras, que honre as lutas sociais e que trabalhe com muito diálogo com todo o campo democrático”, diz Goura.  Quem é o Goura Mestre em filosofia (UFPR), professor de yoga e cicloativista, Goura é hoje uma das principais lideranças de oposição ao governador Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa, atuando principalmente em defesa do meio ambiente e dos serviços públicos. Deputado estadual pelo segundo mandato, antes de conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa Goura foi vereador por Curitiba (2017/2018). Em 2020, se candidatou a prefeitura da Capital ficando em segundo lugar na disputa. Na Assembleia Legislativa exerce a liderança do PDT desde 2019 e compõe, juntamente com o Partido dos Trabalhadores (PT), a bancada de oposição.  No primeiro mandato, Goura se destacou na presidência da Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais e na atuação junto à Comissão de Direitos Humanos. Neste segundo mandato, Goura ocupa a 3ª Secretaria da Mesa Executiva e coordena a Frente Parlamentar Ambientalista. Desde 2019, faz parte da Executiva Estadual do PDT. Como tal, atuou e colaborou com a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini (FLB-AP), órgão de apoio e assessoramento do PDT. Farão parte Nova Executiva:  A psicóloga Carla Slongo e o ex-prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, representando o Litoral; a vereadora Ana Lúcia Rodrigues (Maringá); o ex-deputado federal Ricardo Gomyde, que disputou o Governo do Estado em 2022; a professora de Direito Constitucional da UFPR, Desiree Salgado, que disputou o Senado nas eleições passadas; o ex-presidente André Menegotto; a advogada Eliza Ferreira, secretária estadual do Movimento Negro o PDT e ex-candidata a vice-governadora; o ex-deputado federal constituinte, Nelton Friedrich; o ex-prefeito de Capitão Leônidas Marques, Ivar Barea; a presidente da Ação da Mulher Trabalhista (AMT) no Paraná, Ana Moro; o filósofo Rodrigo Ponce; o vereador por Curitiba, Marcos Vieira; a suplente de vereadora por Curitiba, Roberta Cibin; o advogado Cristiano Dionísio; e a advogada e representante da Região Sudoeste, Audrei Dassoler. José Baka Filho, Carla Slongo e André Menegotto , no lançamento da psicóloga a deputada estadual, em junho de 2022, em Paranaguá

Presidente Lula nomeia Enio Verri para a Direção Geral Brasileira da Itaipu Binacional

Nomeação foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União dessa sexta-feira, 10 de março. Os detalhes sobre a solenidade oficial de posse serão anunciados em breve. Lula e Enio, quando foi divulgada a escolha do novo diretor-geral da Itaipu | foto: Ricardo Stuckert O economista paranaense Enio Verri é o novo diretor-geral brasileiro de Itaipu. A nomeação consta em decreto publicado em sessão extra do Diário Oficial da União (DOU) dessa sexta-feira (10), assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira de Oliveira. Verri substitui o almirante Anatalicio Risden Junior, que esteve à frente da Diretoria Geral Brasileira desde fevereiro de 2022 e foi também diretor financeiro executivo da binacional. Os detalhes sobre a solenidade oficial de posse serão anunciados em breve. A nomeação pode ser consultada neste link: https://www.in.gov.br/web/dou/-/decretos-de-10-de-marco-de-2023-469386330 Os membros da Diretoria Executiva são nomeados para um período de cinco anos, podendo ser reconduzidos ou substituídos a qualquer momento pelos governos do Brasil ou do Paraguai. A normativa consta no Artigo 12 do Anexo A do Tratado de Itaipu. Nascido em Maringá (PR), Enio Verri, 61 anos, é economista e mestre em Economia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e doutor em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP), além de especialista em Teoria Econômica pela Faculdade Estadual de Ciências Econômicas de Apucarana. Também é professor aposentado do Departamento de Economia da UEM, onde foi admitido em 1997. O novo diretor tem ampla experiência na administração pública, nas esferas municipal, estadual e federal. Na Prefeitura de Maringá, foi secretário municipal de Fazenda (2001 – 2003) e secretário de Governo (2003 – 2004). Atuou como assessor técnico na Presidência da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, (2004 – 2005) e chefiou o gabinete do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (2005 – 2006). De volta ao Paraná, foi eleito deputado estadual e acabou convidado para assumir a Secretaria de Estado de Planejamento, onde ficou até 2010. Foi reeleito deputado estadual para o mandato 2011 a 2014, ano em que conquistou a vaga para a Câmara Federal, pela primeira vez. Foi reeleito deputado federal em 2018 e 2022. Na Câmara, Enio Verri foi membro titular da Comissão de Finanças e Tributação, entre outras comissões temporárias ou permanentes. Mais recentemente, integrou o grupo temático de Planejamento, Orçamento e Gestão da equipe de transição do presidente Lula. Verri é casado com Neusa Aparecida Barbi, com quem tem um filho, Francisco. O novo diretor-geral brasileiro é avô de João Miguel. Fonte: Itaipu Binacional

Condenação por fraude eleitoral assombra chapa 2 na disputa do Sismufi

Eleição será nesta segunda-feira, 13, e candidata a presidente já foi condenada por fraude eleitoral Já causa desconforto e constrangimento aos membros da Chapa 2 na disputa do Sismufi o fato da candidata a presidente, Maria Judite Blum, ter sido condenada, em duas instâncias em 2010, a 2 anos e 8 meses de reclusão, em processo crime de fraude eleitoral na eleição do sindicato em 2009. Dos fatosO caso foi denunciado à época pelo Ministério Público do Paraná, com base nos autos do inquérito policial como fraude eleitoral nas eleições do Sismufi em maio de 2009. De acordo com denúncia ao MP, à Maria Judite Blum, secretária do Sismufi na época, coube a tarefa de fornecer uma cópia da chave e facilitar o acesso onde estavam as urnas com os votos da eleição, para que um outro componente do grupo fizesse o trabalho de abrir as urnas e preencher mais de uma opção de voto na cédula para invalidar o voto da chapa concorrente e favorecer a chapa de Judite Blum. Denúncia acatadaA denúncia do MP com pedido de sanções penais previstas nos artigos 298 e 305 do código penal foi acatada pela justiça e conforme consta no processo crime 2009.4285-3, e na apelação criminal 1.092.850-6, Maria Judite Blum, foi julgada e sentenciada com a pena de dois anos e oito meses de reclusão, cumprida em regime aberto, e 28 dias-multa, fixados no valor de 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo vigente à época dos fatos.

Mulheres marcham em Foz contra a violência e por igualdade

Passeata partiu do Bosque Guarani, fez ato pela democracia em frente ao quartel do Exército, percorreu avenidas do Centro e terminou com música na Praça da Paz Fotos: Claudio Labanca O enfrentamento a todas as formas de violências de gênero e a retomada da agenda de políticas públicas com a participação da sociedade foram a tônica da Marcha das Mulheres em Foz do Iguaçu nessa quarta-feira (8). A mobilização reuniu centenas de pessoas, que seguiram por ruas e avenidas do centro da cidade, marcando a abertura da programação alusiva ao Dia Internacional da Mulher e que se estende pelo mês de março. A concentração foi no Bosque Guarani, com falas de lideranças de sindicatos, organizações populares, professoras, estudantes, trabalhadoras rurais e representantes de partidos, coletivos, conselhos e centros de serviços. Na frente do 34º Batalhão, ato simbólico enfatizou a defesa da democracia e da vontade popular, com o acendimento de um bastão de fumaça lilás, no local onde bolsonaristas acamparam durante mais de dois meses, pedindo golpe militar. A passeata terminou com apresentação musical da artista Manu Cândido, na Praça da Paz. Cartazes resgataram a trajetória e homenagearam, em memória, mulheres que aturam pelos direitos coletivos nas Três Fronteiras, entre as quais a professora e sindicalista Viviane Jara Benitez, a artesã e ativista Marilu Camargo e a estudante e realizadora cultural Martina Piazza Conde. O machismo estrutural, que alimenta a cultura da violência contra mulheres e meninas, assim como as desigualdades de gênero, foi veementemente denunciado. As participantes da marcha apontaram retrocessos nas ações governamentais para mulheres em âmbito federal nos últimos anos. O Brasil figura em quinto lugar no ranking de violência de gênero, conforme as Nações Unidas. Uma mulher sofre assédio a cada segundo, mostra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ocorrem dois estupros por minuto, diz o IPEA. Mulheres ganham cerca de 20% menos que os homens na mesma função, revela o IBGE. A professora da rede estadual e presidente da APP-Sindicato/Foz, Janete Batista, salientou que o momento é de retomada e reconstrução de políticas públicas para enfrentar a violência e promover a igualdade de direitos entre mulheres e homens. “O último período foi muito difícil para todas nós, mulheres, com o machismo sendo sustentado pelo discurso oficial, o que levou ao aumento da violência e a perdas incontáveis”, pontuou. Para ela, a marcha iguaçuense reflete o protagonismo feminino em torno da extensa pauta que unifica diferentes segmentos. “Precisamos prestigiar sempre essa história de luta das mulheres, que é contínua, diária e em todos os espaços da vida social. Após um período muito difícil, estamos fortificadas para retomar direitos perdidos e conquistar tantos outros que pleiteamos”, avaliou Janete. Pauta ampla, mulheres unidas Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) e coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Iraci Pereira Conceição frisou que a marcha é importante para relembrar as conquistas e reforçar o que falta avançar. “Ainda há desigualdade salarial, nas tarefas domésticas e no mercado de trabalho. E uma das pautas principais é o combate à violência contra a mulher, porque os números, ano a ano, têm aumentado”, lembrou. A professora universitária e coordenadora do curso de Promotoras Legais Populares da Fronteira, Danielle Araújo, contextualizou que, após um período de retrocessos, o momento ainda é de grandes desafios, porém mais favorável à agenda reivindicatória das mulheres. “O ânimo é maior para lutarmos por saúde, educação, segurança e, principalmente, contra a violência, que é diária, e a sociedade masculinista, machista e misógina”, expôs. Representante da Marcha Mundial das Mulheres, Janete Rauber ressaltou que a pauta contra o machismo, a violência e por direitos é de todos. “A sociedade tem que estar envolvida, e a educação é uma aliada nessa construção. Há muitos retrocessos a enfrentar, pois as políticas públicas foram enfraquecidas pelo governo federal anterior e a narrativa machista fortaleceu o aumento da violência”, refletiu. Marcha das Mulheres Realizada anualmente em Foz do Iguaçu pelos movimentos sociais, com apoio de instituições públicas, a Marcha das Mulheres demarca que o mês de março é de reivindicação e organização feminina pela efetivação de políticas públicas em todos os níveis governamentais e pelo enfrentamento às violências. É um contraponto a comemorações que não discutem o machismo estrutural e a ações que reproduzem a objetificação da mulher. Texto: Amilton Farias