Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Pescadores vão testar equipamento que pode ajudar a salvar toninhas

Pesquisadores e pescadores de três estados se unem em um projeto inédito com alarmes acústicos em redes de pesca para redução de captura acidental de toninhas Renan Paitach: testes tiveram bons resultados, mas resta entender como o pinger irá funcionar em situações reais de pesca | Foto: Toninhas do Brasil A toninha (Pontoporia blainvillei) é o golfinho costeiro em maior risco no Brasil e está listada como “criticamente em perigo de extinção” na Lista de Espécies Ameaçadas do ICMBio. A principal ameaça à espécie é a captura acidental em redes de pesca (bycatch), ou seja, a captura não intencional. Para reduzir a pesca acidental, o Projeto Toninhas do Brasil – de forma inédita, conforme destacam – vai testar em diferentes realidades de pesca artesanal, os alarmes acústicos em redes. Reunindo pesquisadores e instituições de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, os esforços de pesquisa e conservação do projeto se voltam para a realização de um projeto piloto com pingers.  Pinger é o nome de um pequeno aparelho movido a bateria que, quando acoplado às redes de pesca emite um sinal ultrassônico que alerta os golfinhos da ameaça das redes, evitando assim o bycatch. De acordo com o Projeto Toninhas, estes dispositivos já foram testados pelo em experimentos controlados e, de acordo com o coordenador de pesquisa Renan Paitach, apresentaram resultados satisfatórios, com grande potencial para auxiliar na conservação da toninha. “Quando o pinger está ligado, as toninhas se mantêm a uma distância de no mínimo 100m, e quando ele é desligado elas retornam à área poucos minutos depois. Agora nos resta entender como o pinger irá funcionar em situações reais de pesca, considerando aspectos operacionais e socioeconômicos”. Nesta fase, o desafio é o acompanhamento do experimento em diferentes realidades pesqueiras artesanais ao longo da costa. De forma contínua, pescadores de cinco comunidades irão utilizar pingers em suas redes, que serão monitoradas nos próximos dois anos. Os pescadores que participarão dos testes com os alarmes acústicos são de Laguna/SC (Farol de Santa Marta), Matinhos/PR (Praia dos Pescadores), Mongaguá/SP (Vila São Paulo) e Ubatuba/SP (Lázaro; Picinguaba). Para a bióloga Marta Cremer, coordenadora geral do Toninhas do Brasil, o experimento configura um grande avanço em prol da conservação da espécie. “Desde seu surgimento, Toninhas do Brasil tem direcionado esforços na busca de alternativas para conservação, sempre levando em consideração as necessidades das comunidades locais. Quando a captura é acidental, ou seja, não desejada, pensar em alternativas que reduzam essas interações são benéficas para todos, dos animais aos pescadores”. Entretanto, a pesquisadora pondera que medidas efetivas para a conservação da toninha não são simples e devem conciliar diferentes estratégias, como o uso de tecnologias para a redução das capturas acidentais, o ordenamento pesqueiro e outras iniciativas de políticas públicas. Tendo isto em vista, o escopo de ação do Projeto conta ainda com um diagnóstico da cadeia produtiva do pescado, arenas de diálogo com pescadores e outros atores sociais, curso de formação para professores da primeira infância e um plano de comunicação estratégica. Se somadas todas as atividades, ao longo dos três estados, o Projeto que conta com a parceria da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, deve atender ao menos 14 comunidades e contribuir efetivamente com a construção de uma proposta participativa de mitigação das capturas incidentais de toninhas para uma pesca mais sustentável. Toninha, o golfinho invisível Foto: Projeto Toninhas A toninha, cientificamente conhecida como Pontoporia blainvillei, é um pequeno golfinho endêmico do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ocorrendo somente nas águas do Brasil, Uruguai e Argentina. De hábitos costeiros, as toninhas são encontradas em profundidades de até 50 metros, formando pequenos grupos familiares. Esta característica faz com que a espécie seja vulnerável à intensa pressão exercida pelas atividades humanas, sobretudo a pesca, que é mais intensa próximo à costa, sendo a captura acidental em redes de emalhe o principal risco à conservação da espécie. A toninha encontra-se na categoria “vulnerável”, segundo a Lista Internacional de Espécies Ameaçadas (IUCN, 2017). No entanto, no Brasil a espécie passou de “vulnerável” para “criticamente em perigo” de extinção em apenas dez anos. Entre agosto/2015 e outubro/2020 foram registradas 2.696 toninhas mortas nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A população total de toninhas estimada para essa porção do litoral é de menos de 7.000 indivíduos. O alto risco de seu desaparecimento somado ao comportamento da espécie, mais discreto, que não costuma saltar, tem feito muitos pesquisadores e simpatizantes chamarem a toninha de “golfinho invisível”. Tal alcunha, além de referir-se às características da espécie, lança luz à discussão do quão pouco conhecida é a toninha e o risco do seu desaparecimento antes mesmo que este quadro mude.

Após sete anos, usina de Itaipu abre duas calhas do vertedouro

Segunda calha foi aberta e será fechada neste domingo (19). Vertimento prosseguirá na calha esquerda. Última abertura simultânea para o escoamento do excedente de água havia sido em março de 2016. Fotos: Rafa Kondlatsch | Itaipu Binacional Depois de quase sete anos, a usina hidrelétrica de Itaipu, na região de Foz do Iguaçu, voltou neste domingo (19) a abrir duas calhas do vertedouro, ao mesmo tempo. A última abertura simultânea para o escoamento do excedente de água que chega ao reservatório havia sido em março de 2016. O vertimento pela calha central começou durante a madrugada, mas deve durar pouco. A previsão é que ela seja fechada ainda nesta tarde. Aberta desde 14 de janeiro, a calha esquerda seguirá vertendo pelos próximos dias. A operação deste domingo foi necessária em virtude do alto volume de chuvas registrado nas bacias incrementais de Itaipu, responsável pelo aumento da afluência ao reservatório, e pela redução da carga de energia durante o feriado de carnaval. Pela calha esquerda podem verter até 10 milhões e 600 mil litros de água por segundo (10.600 m3/s). No sábado (18), o vertimento chegou a 10.500 m3/s. Com a necessidade de aumentar esse volume, foi preciso abrir a segunda calha, por motivos técnicos. Não há perspectiva de abertura das três calhas. Juntas, as calhas central e esquerda chegaram a escoar 12 milhões de litros de água por segundo (12.000 m3/s) por volta do meio-dia deste domingo. Foram 9.500 m3/s na calha esquerda e mais 2.500 m3/s, pela central. O volume equivale a oito vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu. Na quarta-feira (15), a binacional acionou a Comissão Especial de Cheias, para acompanhar a situação hidrológica do Rio Paraná e preparar assistência às comunidades ribeirinhas, especialmente no Paraguai. Todos os dias é emitido um boletim sobre a condição do rio. O documento está disponível no site da Itaipu, pelo endereço: https://www.itaipu.gov.br/sites/default/files/HIDROLOGIAPY/BH.pdf Às 7 horas deste domingo, o Rio Paraná estava na cota 109,60 metros acima do nível do mar, segundo a estação hidrométrica de Itaipu na região da Ponte da Amizade. Para mitigar danos, a Assessoria de Responsabilidade Social da margem direita (paraguaia) está prestando toda assistência aos atingidos, desocupando casas no bairro de San Rafael, em Ciudad del Leste, e transferindo famílias e seus mobiliários para abrigos. Turismo Os visitantes que passarem pelos atrativos de Itaipu neste feriado prolongado do carnaval poderão conferir o vertedouro aberto. O Complexo Turístico Itaipu (CTI) espera receber 10 mil pessoas, entre os dias 18 e 22 de fevereiro. No sábado (18), primeiro dia do feriadão, já passaram pelo CTI 2.468 turistas. A maioria de nacionalidade brasileira (2.249), mas também um grupo de 93 israelenses, e muitos outros estrangeiros. O movimento foi mais intenso à tarde. A Visita Panorâmica, que permite um giro pela usina e parada no Mirante do Vertedouro, recebeu 1.652 pessoas, com saídas a cada 15 minutos.

Homem é preso por desmatamento em Pontal do Paraná

Equipes do Batalhão de Polícia Ambiental - Força Verde (BPAmb - FV) e da Rotam prenderam um homem que estava desmatando uma área no balneário Guarapari, em Pontal do Paraná, na última quinta-feira (16). Segundo o boletim de ocorrência, ele havia feito o corte de vegetação nativa no estágio inicial de regeneração do bioma Mata Atlântica em uma área de 200 metros quadrados, sem autorização do órgão ambiental competente. O proprietário da área foi autuado administrativamente e na esfera criminal foi confeccionado Termo Circunstanciado de Infração Penal. “Nós do BPAmb - FV estamos tentando coibir ações como essa para que futuramente não tenhamos o desprazer de não encontrarmos mais áreas verdes em nosso Paraná”, postou a Polícia Ambiental no Instagram. Fonte e fotos: BPAmb - FV

Sede da Colônia de Pescadores de Pontal do Paraná é reinaugurada

A sede da Colônia de Pescadores Z-5, localizada no balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, teve sua sede reinaugurada na última terça-feira (14). O imóvel, que não recebia manutenção há muitos anos, foi completamente reformado pela prefeitura. Foram feitas reformas nas estruturas, piso interno, instalações hidráulicas, louças, metais e acessórios nos banheiros – que foram completamente revitalizados, revestimento de pisos externos, troca de cobertura, portas de vidro e de alumínio, janelas em alumínio, novos rufos e calhas, impermeabilização das lajes, instalações elétricas e de combate a incêndio, plantio de grama e pintura interna e externa. Também foram criados espaços para reuniões e celebrações. A reinauguração contou com a presença do prefeito Rudão Gimenes, o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca, Jackson Bassfeld, o vereador Ezequiel Tavares, o presidente da Colônia de Pescadores Z-1 de Paranaguá e Presidente da Fepespar (Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado do Paraná), Edmir Manoel Ferreira, o presidente da Colônia de Pescadores Z-2 de Guaraqueçaba (a maior do litoral Paranaense com 3.500 pescadores), Armindo Ferreira Lopes, o presidente da Colônia de Pescadores Z-5 de Pontal do Paraná, Rubens Marcelino da Veiga, o representante do IDR (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná), Charles Peixoto e o assessor municipal Izair Marcelino da Veiga (Lico), responsável na Administração pelas comunidades caiçaras e da pesca. O prefeito em seu discurso disse estar feliz com a conquista e parabenizou toda comunidade da pesca. “Esse é um dos projetos da nossa gestão voltado aos pescadores pontalenses, a 2º maior colônia de pescadores do litoral. Em breve, o local contará com um Centro de Informações Turísticas, em um ambiente planejado com as características da pesca artesanal. Agradeço a parceria da Fepespar e do IDR, que sempre trabalham junto com a Colônia e a Prefeitura. Viva Pontal do Paraná e nossos pescadores tradicionais”, disse o prefeito. Sede foi construída na gestão do ex-prefeito Rudisney Gimenes Durante muitos anos, a entidade que representava os pescadores de Pontal do Paraná era a Ascompes (Associação Comunitária de Pescadores). Ela contava com 20 associados, que ainda eram agregados à Colônia Z-1, do município de Paranaguá. Após a emancipação iniciou-se o processo para a criação da Colônia de Pescadores Z-5 de Pontal do Paraná no ano de 2004, proporcionando assim a autonomia dos pescadores e pescadoras do município. A sede no balneário Shangri-lá existe desde 2008, criada na gestão do então prefeito, Rudisney Gimenes – pai do atual prefeito – e do vice-prefeito Rubens Marcelino da Veiga. A Colônia de Pescadores Z-5 é constituída atualmente por mais de 600 associados. Entre suas atividades em favor dos pescadores e pescadoras se destacam:acesso a direitos previdenciários, aposentadoria, auxílio maternidade, seguro defeso, auxílio doença, regularização de documentos obrigatórios para exercício da atividade, emissão e renovação do RGP (Registro da Atividade Pesqueira) e do TIE (Título de Inscrição de Embarcação), entre outras atividades. A entidade também proporciona através de arrecadação de recursos junto ao governo o acesso a instrumentos de trabalho como rede, freezer, tratores, maquinário de beneficiamento, tendo em vista que a pesca artesanal é uma atividade de tradição familiar.

Homem é morto a facadas, em Guaratuba

Ivan Gomes, de 46 anos, foi encontrado morto, na tarde desta terça-feira (18), em Guaratuba. Ele foi encontrado, na cama, com várias perfurações de faca no corpo, em sua casa, na rua Afonso Pena. Segundo testemunhas, Gomes havia discutido com um homem e uma mulher por causa de uma bicicleta. A Polícia Militar foi ao encalço do homem apontado por testemunhas e conseguiu encontrá-lo na rua Visconde do Rio Branco. Ele usava uma tornozeleira eletrônica, o que facilitou a identificação. O suspeito foi levado para a Delegacia de Polícia Civil, onde negou o crime e foi liberado por falta de provas. A Polícia Civil investiga o caso. Com informações de QAP Litoral Notícias e Portal da Cidade Guaratuba | Vídeo: Guará News