Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Polícia Civil prende 2 suspeitos de execuções no Cubatão

Durante esta semana a equipe da 8ª DRP de Guaratuba prendeu dois dos três suspeitos de integrar o chamado “bando do pé torto” que atuou em execuções na localidade rural do Cubatão. Desde o começo do ano o nome dos Ribeiro, supostos integrantes do bando, tem sido alvo de investigação pelas polícias de Guaratuba. Suspeita-se que o bando composto por membros desta família foi responsável por ao menos três homicídios no ano de 2019 e um no ano de 2016, além da suspeita de duas tentativas de homicídio neste ano e outra tentativa ocorrida em 2017. “A motivação para a prática dos crimes é variada, vindo desde conflitos em razão da posse de propriedades rurais, acertos de contas e até mesmo a ocultação da prática de crimes”, informou o delegado Leandro Stabile. Foram presos os irmãos Natalino da Silva Ribeiro, 30 anos de idade localizado em sua residência no bairro Mirim, e Mauri da Silva Ribeiro, 33 anos, preso após comparecer a audiência no fórum da comarca. A polícia segue em busca de Silvio da Silva Ribeiro, 45 anos, irmão dos dois presos e também suspeito da prática de uma série de delitos. Qualquer informação a respeito do paradeiro dos suspeitos ou de crimes de autoria dos investigados deve ser levada ao conhecimento da Polícia Civil pelo telefone (41) 3442-5854.

Guaratuba faz cadastro de catadores de recicláveis

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Guaratuba está cadastrando os catadores de materiais recicláveis do município. “O cadastro dos catadores e seus familiares pretende aprimorar as políticas públicas municipais”, explica a Secretaria. A convocação foi publicada no Diário Oficial do Município, Edição nº 619 de 20/08/2019. As pessoas devem comparecer até o dia 27 de setembro na secretaria, que fica na rua Capitão João Pedro, nº 283, Centro, no horário de atendimento: 8h30 às 11h30 e 13h30 às 17h. Documentos necessários para o cadastro: RG, CPF, comprovante de residência, certidão de nascimento dos filhos (entre 0 a 18 anos), comprovante do cadastro único do governo federal (CadÚnico). Atualmente, cerca de 30 famílias da Associação de Catadores de Materiais – Acamares Pôr do Sol trabalham no barracão de reciclagem e recebem apoio da Prefeitura, inclusive com o fornecimento de caminhão para a coleta seletiva.

Rampa e trapiche públicos em Guaratuba funcionam 24 horas

Os pescadores de Guaratuba já podem contar com um terminal de embarque e desembarque público que funciona 24 horas. Desde o início do ano, além do trapiche, a antiga Cooperativa do bairro Piçarras conta com uma rampa e um espaço para feira e separação de pescado. Agora o espaço também tem sido usado para alguns serviços de manutenção, inclusive durante a noite. O local recebeu iluminação com fortes refletores e a energia elétrica para os reparos é fornecida em diversos pontos, sempre ao alcance das embarcações. Quando há necessidade, máquinas da Prefeitura auxiliam na retirada e colocação de motores e peças mais pesadas. As mesmas máquinas auxiliam os barcos a subirem a rampa para manutenção ou para serem recolhidos. Nenhuma embarcação paga pelo serviço. Na manhã desta segunda-feira (2), o pescador Elias José, morador do bairro Piçarras, fazia a pintura e manutenção de seu barco. “É uma benção para nós, a Prefeitura tá de parabéns”, disse. De acordo com seu Elias, o terminal público tem sido bastante frequentado à noite por causa da boa iluminação. Ele também explica que o espaço tem “água e luz de graça” para uso dos pescadores. O terminal público é administrado pela Secretaria Municipal de Pesca e Agricultura e ainda conta com uma pequena feira de pescados, que funciona principalmente nas temporadas. O município aguarda a liberação de recursos da União intermediados pela deputada federal Aline Sleutjes para a compra de um trator para ficar permanentemente a serviço dos pescadores; e pelo deputado federal Luiz Nishimori para construção de um barracão e instalação de esteira e câmara de descarga de pescados.

Litoral do Paraná é cenário de longa-metragem

O Porto Barão do Teffé, em Antonina, no Litoral do Paraná, é cenário de uma das cenas do longa-metragem brasileiro Paixões Recorrentes no Atlântico Sul, da diretora Ana Carolina Teixeira Soares. O filme todo está sendo gravado no Litoral, nesta semana. A equipe passou o último domingo (01) no Porto de Antonina e, além do terminal, houve captação de imagens em outros locais históricos e naturais do município. Em Paranaguá, as gravações acontecem na Ilha da Cotinga e na Ilha do Mel, onde será gravada a maior parte das cenas. Antes de chegar ao município, a equipe também gravou cenas em Morretes. “Ficamos realmente maravilhados com a beleza desses locais e com a exuberante natureza dos municípios históricos do Litoral paranaense”, afirma Johnny Cotrolli, diretor de produção do filme. SEQUÊNCIA - No Porto de Antonina, a cena com o ator português Pedro Barreiro foi gravada no cais. O personagem desce do barco e entra no Porto, passando pelo antigo guindaste – como se estivesse lá nos anos 1930 – nas proximidades da 2ª Guerra Mundial. Após a captação das imagens, o filme segue para pós-produção e antes de ser lançado e comercializado no cinema e TV do Brasil, concorrerá em festivais nacionais e internacionais reconhecidos. Além do Pedro Barreiros, no elenco a atriz portuguesa Silvana Ivaldi, a francesa Thérèse Cremieux, o argentino Luciano Cáceres e os brasileiros Danilo Grangheia, Iran Gomes e Luis Octavio Moraes. Contando toda a equipe são mais de 50 profissionais. A produção é da Crystal Cinematográfica. O filme tem o apoio da Agência Nacional do Cinema (Ancine). A direção e o roteiro são de Ana Carolina, importante nome do cinema brasileiro. Hoje com 75 anos, ela foi uma das primeiras mulheres a dirigirem filmes no Brasil.

UFPR Litoral e CEM lançam curso destinado a educadores

Nesta sexta-feira (6), às 10h, acontecerá a aula inaugural do novo curso de especialização e extensão da Universidade Federal do Paraná (UFPR): Educação Ambiental Marinho-Costeira. Fruto de parceria entre o Setor Litoral, de Matihos, e o Centro de Estudos do Mar (CEM), de Pontal do Paraná, o curso consiste em formação continuada e atenderá professores, pedagogos e diretores de dez escolas estaduais do campo localizadas nas ilhas do litoral paranaense. Membros da comunidade com residência fixa nas regiões das escolas atendidas também poderão participar. O curso foi planejado a partir dos resultados do projeto “Saberes e Fazeres do Mar”, que visa contribuir com os desafios da organização curricular por área do conhecimento; com o desenvolvimento de metodologias que considerem a valorização dos saberes e fazeres do mar; e com o aprofundamento de assuntos específicos que tratam das realidades socioambientais locais das ilhas do litoral do estado. O curso foi construído em parceria com a Secretaria Estadual de Educação do Paraná, com o Núcleo Regional de Educação de Paranaguá e com as comunidades escolares das ilhas do litoral do Paraná e conta com uma equipe interdisciplinar composta por um grupo de 20 docentes, técnicos e bolsistas da UFPR. Também é considerado produto técnico resultado do projeto de pesquisa “Vulnerabilidades e Respostas das Populações Locais às Ameaças Socioeconômicas e Naturais na Baía de Paranaguá” (MADECEP). Os certificados serão concedidos pela UFPR nas modalidades de Extensão (179h) para quem não possui graduação; e Especialização (360h) para os graduados. A formação terá caráter semipresencial, em modelo de alternância e itinerância. A aula inaugural será realizada nesta sexta-feira (6) Instituto Superior do Litoral do Paraná – Isulpar – Rua João Eugênio, 534 – Costeira – Paranaguá/PR. Fonte: UFPR

Marinha alerta para ressaca entre quinta e sexta

A Marinha prevê ocorrência de ressaca com ondas de até 2,5 metros no Paraná, entre a madrugada de quinta-feira (5) e a manhã de sexta-feira (6). A previsão abrange a faixa costeira entre Laguna (SC) e Santos (SP). Mais ao sul, o Centro de Hidrografia da Marinha informa que a passagem de um sistema frontal poderá provocar ventos em alto-mar com até 75 km/h (40 nós), entre os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, ao sul de Laguna (SC), até a manhã de quinta e ondas entre 3 e 5 metros, até a manhã de sexta. Fonte: Assessoria de Comunicação Social e Relações Públicas da Capitania dos Portos do Paraná

Confira os candidatos e os locais de votação para o Conselho Tutelar de Guaratuba

A Tribuna Livre da Câmara e Vereadores de Guaratuba, disponível na primeira sessão de cada mês, foi ocupada segunda-feira (2) pela presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Sabrina Berbetz. A presidente do CMDCA falou sobre a eleição do Conselho Tutelar, que acontecerá no dia 6 de outubro, pela primeira vez com utilização de urnas eletrônicas.  Sabrina Berbetz relacionou os 15 candidatos e informou os locais de votação. Serão eleitos os cinco mais votados, que terão mandato de 4 anos e tomarão posse no dia 10 de janeiro de 2020. Candidatos (nome eleitoral e número): Ane – 141 Anita Ribeiro – 222 Arlete – 555 David Lopes Silva – 360 Gabriela – 333 Jessica Slobodzian – 345 Marcos Grocoske Fedato – 170 Mari Fernandes – 130 Michele Novaes – 777 Oseias Schefer – 789 Professora Lilian – 210 Psicólogo Renan – 123 Renata Maia – 160 Vanessa Batista – 200 Zé Miranda – 444 Locais de votação e número das sessões eleitorais: Colégio Estadual 29 de Abril (R. Nossa Sra. de Lourdes, 292 – Centro) Sessões: 11,12, 13, 14, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 30, 31, 56, 69, 75, 85, 87, 88, 98 e 108 Escola Municipal Olga Silveira (Rua Tibagi, s/n - Cohapar) Sessões: 1,2 3, 52, 64, 73, 81, 90, 99, 103, 104, 106, 109, 111, 112, 115, 116, 118, 119, 125 e 126 Escola Municipal Adolpho Vercesi (Rua Damiao Botelho de Souza, s/n, Piçarras) Sessões: 7, 8, 9, 10, 54, 74, 82, 92, 105, 113, 117, 123 e 124. Escola Municipal Plácido e Silva (Rua Republica Del Paraguai s/n, Brejatuba) Sessões: 4, 5, 6, 15, 48, 84, 100, 102, 107, 114, 120 e 122 Escola Municipal Juraci Luiza Correia (Rua Minas Gerais, s/n – Coroados) Sessões: 22, 23, 24, 25, 27, 28, 29, 50, 51, 61, 65, 101, 110 e 121 Matéria atualizada e corrigida para incluir uma candidata que faltou na primeira versão: Professora Lilian – 210.

Tartarugas no litoral do Paraná são monitoradas por satélite

Entre os dias 27 e 31 de agosto o Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar) realizou mais uma campanha de pesquisa de campo e marcação de tartarugas marinhas no litoral paranaense. A atividade dá sequência ao trabalho de monitoramento do comportamento e dos parâmetros de saúde de tartarugas-verde juvenis, feito desde de 2014 pelo Rebimar com apoio do Programa Petrobras Socioambiental, em parceria com o Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR). As ações consistem em capturas intencionais para pesquisa de tartarugas-verde (Chelonia mydas) utilizando protocolo padronizado e equipe de profissionais habilitados que garantem a segurança dos animais. As tartarugas são avaliadas quanto à sua condição de saúde e marcadas com anilhas numeradas. Nesta campanha, que é a nona que o projeto realiza no litoral do Paraná, foram marcadas 14 tartarugas marinhas, sendo que 10 delas já haviam sido registradas em campanhas nos anos anteriores, indicando o uso recorrente do litoral paranaense. Para a bióloga Camila Domit, coordenadora das atividades com tartarugas marinhas do Rebimar, estas campanhas são fundamentais para compreender o comportamento destes animais no Litoral do Paraná e propor medidas mais eficientes de conservação. “Estas ações nos permitem avaliar a distribuição e forma de ocorrência delas aqui no nosso litoral”, disse a bióloga. “Após 8 campanhas realizadas entre 2014 e 2018, podemos afirmar que as tartarugas-verdes juvenis, que ocorrem aqui no nosso litoral, vêm de 12 lugares diferentes, inclusive do outro lado do Atlântico, próximo à África. Elas vêm para cá anualmente para se alimentar, e alguns animais ficam mais de 4 meses aqui no nosso litoral”, disse Camila. Duas das tartarugas-verdes estudadas nesta campanha também foram marcadas com sensores de rastreamento por satélite, chamados TAGs. Estes aparelhos de alta tecnologia são instalados na carapaça de animais desta espécie, o que otimiza a geração de resultados sobre o padrão de migração e uso da área. “Com o auxílio destes transmissores satelitais, percebemos que as tartarugas permanecem no Paraná, principalmente no entorno do Parque Estadual Ilha das Cobras, mas também na Ilha do Mel. Após este período elas costumam migrar, principalmente para as regiões Sudeste e Nordeste, possivelmente buscando águas mais quentes”, contou Domit. Saúde das tartarugas marinhas alerta para a saúde do ser humano Os técnicos do Rebimar e o do LEC-UFPR também realizam a análise de parâmetros sanguíneos das tartarugas marinhas, assim como a análise de presença de doenças, informações que refletem a qualidade ambiental de nosso litoral e de toda a costa brasileira. A ocorrência de doenças em vários espécimes de tartarugas que foram avaliadas pela equipe se tornam um sinal de atenção, não apenas para as tartarugas marinhas, mas também para o próprio ser humano. “A degradação do ecossistema marinho, que afeta a saúde dos animais, também afeta a saúde do ser humano”, disse Camila, se referindo à quantidade de lixo descarregado nos oceanos. O plástico, quando está no ecossistema marinho, acaba sendo agregado por algas e algumas plantas do mar, assim navegam pelos oceanos, e as partículas plásticas adquirem cor, cheiro e gosto de alimento. Com isso, espécies como as tartarugas e golfinhos, entre outros, confundem este lixo com o alimento, e acabam por comer o plástico. “Quando o plástico chega dentro do estômago destes animais, ele causa uma sensação de saciedade. Como está satisfeito, deixa de se alimentar e acaba ficando doente, e este processo pode levar estes animais à morte”, explicou Domit, que alerta: “Precisamos abrir os olhos: se a saúde de animais marinhos como a tartaruga e os golfinhos está afetada, nossa saúde estará afetada também, afinal comem os mesmos peixes que nós comemos. Se eles estão doentes, nós também estaremos doentes!” Rebimar O Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR), é um conjunto de ações socioambientais que têm como base a utilização de Recifes Artificiais para auxiliar a recuperação da biodiversidade marinha e dos estoques pesqueiros em locais que sofreram impactos antrópicos. Desde que instalados em locais adequados, essa iniciativa é benéfica tanto para pescadores artesanais, que têm potencial incremento e diversificação de pescados, quanto para os ecossistemas marinhos, devido ao aumento da biodiversidade nos locais onde os recifes são instalados. O Rebimar foi iniciado em 2008, a partir da emissão da primeira licença do Ibama para a instalação de Recifes Artificiais no litoral paranaense. Hoje, 11 anos depois de seu início, o Rebimar ainda é o único projeto a obter este documento, obrigatório para projetos de instalação de recifes artificiais em todo o Brasil. A instalação foi pautada em robusta avaliação técnica de forma a obter ganhos ao meio ambiente e evitar impactos em locais conservados. Desde 2010 com patrocínio da Petrobras por meio do programa Petrobras Socioambiental, o projeto atualmente ampliou as ações de conservação e recuperação de espécies ameaçadas da biodiversidade marinha e seus habitats na região costeira e marinha do Paraná e de São Paulo, além de monitorar os ganhos ambientais dos recifes artificiais instalados no litoral paranaense. Fonte: Vinicius Araujo / MarBrasil / Rebimar / LEC-UFPR

UBSs de Guaratuba adotam novo método de atendimento

A partir desta segunda-feira (2) as Unidades Básicas de Saúde de Guaratuba iniciam um novo formato de atendimento de consultas médicas chamado Agenda Dinâmica ou Acesso Avançado. “É um sistema que consiste em agendar as pessoas para serem atendidas no mesmo dia ou em até 48 horas após o contato do usuário com o serviço de saúde”, explica a Prefeitura. Segundo o secretário municipal da Saúde, Gabriel Modesto, o objetivo é aprimorar o sistema de agendamento que já vinha acontecendo na rede de saúde, diminuindo o tempo de espera por uma consulta médica, diminuindo o número de faltas às consultas médicas e aumentando o número de atendimentos a população. A Agenda Dinâmica também amplia o vínculo do paciente com a equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF), permitindo maior absorção da demanda espontânea, as pessoas que procuram o posto de saúde por sua própria iniciativa. Neste sistema, 65% a 75% das vagas de atendimento estão abertas quando o serviço abre suas portas. A Agenda Dinâmica elimina a distinção entre consultas de urgência e de rotina, ofertando atendimentos no mesmo dia para todos. O mote desse sistema é “faça o trabalho de hoje, hoje”. Outra estratégia para reduzir a demanda é fazer o seguimento do cuidado, desenvolvendo atendimentos em grupo. Diversos Sistemas Nacionais de Saúde no mundo, tais como Canadá e Inglaterra, por exemplo, implementaram o acesso avançado na Atenção Primaria à Saúde (APS). Já implantado no Brasil, tem demonstrado alto índice de sucesso, com aumento do número de atendimentos.

Livro mostra conflito tradição X ecologismo em Guaraqueçaba

O conflito entre o modo de vida tradicional dos pescadores de Guaraqueçaba e a conservação ambiental institucional representada pelo Parque Nacional de Superagüi é um dos capítulos do e-book “Geografia & Pesca Artesanal Brasileira”. O tema do trabalho é delicado, principalmente em um momento em que a proteção e conservação do meio ambiente são duramente atacados no Brasil em nome de um desenvolvimento econômico nada sustentável. Mas a questão é relevante por mostrar uma realidade que muitas vezes coloca as comunidades que têm modos de vida menos impactantes contra as instituições e pessoas que defendem o meio ambiente. E vice-versa. A publicação foi lançada na semana passada e está disponível para download gratuito na página da Rede de Geografias da Pesca. https://rede-de-geografias-da-pesca.webnode.com/divulgacao/. Tem 22 capítulos publicados em dois volumes. O trabalho é organizado por Cristiano Quaresma de Paula, Christian Nunes da Silva e Catia Antonia da Silva. A capa é a tela "Arrastão" (1959), de Cândido Portinari, que teve a reprodução autorizada pelo filho do pintor. No primeiro volume, como informam os organizadores, os textos abordam prioritariamente “o modo de vida e as práticas tradicionais de manejo dos recursos pesqueiros” e “a presença e a ausência do Estado, na pesca artesanal brasileira”. No segundo volume os textos destacam a “a resistência das comunidades, frente aos processos de modernização do território”. O artigo “Dilemas da participação social: os efeitos do ecologismo institucional nas comunidades tradicionais de Guaraqueçaba-PR”, foi escrito por Letícia Ayumi Duarte, professora do Curso de Gestão e Empreendedorismo da UFPR Litoral, e Marcelo Cunha Varella, professor da Licenciatura em Educação do Campo da UFPR Litoral. “A presente reflexão resulta de uma relação social de pesquisa junto aos pescadores artesanais de Guaraqueçaba desde o ano de 2012. Ao longo deste período os pesquisadores passaram a atuar junto ao Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais e Caiçaras do Litoral do Paraná (MOPEAR)”, explicam os autores. “No território em questão, as comunidades tradicionais apontavam para os conflitos territoriais provenientes da instauração de Unidades de Conservação (UCs), à medida que estas passavam a considerar os grupos sociais como ameaças à proteção do meio ambiente por conta de sua relação diferenciada com o território, incluindo a relação de subsistência e de práticas tradicionais e culturais dependentes dos recursos naturais. A lógica da proteção do quadro natural a partir das UCs (sobretudo as de proteção integral) vinha historicamente ignorando a importância desses sujeitos na manutenção desses espaços.” “Ao desconsiderar a importância desses grupos como sujeitos protagonistas da ação ambiental, criminalizando suas práticas, multando e cerceando suas formas de usar o território, os conflitos foram se acirrando ao longo de 30 anos, tendo um significativo momento de ruptura, quando o órgão gestor, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), passou a elaborar o Plano de Manejo do Parque Nacional do Superagui (PNS). Neste momento o debate da participação social tomou maiores proporções na realidade em questão, visto que o Plano estava sendo divulgado como o mais participativo já elaborado pelo órgão, em todo o Brasil. Em descompasso com esta informação, os moradores reclamavam da falta de participação adequada já na elaboração dos estudos que subsidiariam as decisões sobre o futuro da área.” “Neste texto, visamos problematizar a forma como a participação social foi acionada nesse processo de construção de conhecimento científico que embasou o Plano de Manejo do Parque. Logo, nos voltamos aos limites e efeitos dessa aplicação no conjunto de relações de forças estabelecidas na região. “Para tanto, o presente trabalho foi organizado em três momentos, além desta introdução e das considerações finais. O primeiro visa analisar histórica e teoricamente o conflito territorial vivenciado entre as comunidades tradicionais e UCs da região. No item seguinte, analisamos atas e documentos juntados pelo Movimento que tratam especificamente sobre a forma como poderia ocorrer a participação social na gestão das UCs. Por fim, no terceiro momento, refletimos sobre o uso da participação social como estratégia de dominação do ecologismo institucional.” Os outros 22 artigos analisam a pesca artesanal sob vários aspectos e retratam comunidade de pescadores de diversos estados do Brasil. A Rede de Geografias da Pesca tem um grupo de discussão no Facebook: https://www.facebook.com/groups/357317727670081/