Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Empresários pedem BR-101 e ampliação da ferrovia de Paranaguá

O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, afirmou nesta sexta-feira (19) que quer uma reunião técnica com representantes do setor produtivo do Paraná, para discutir a viabilidade de projetos de ampliação e melhoria de infraestrutura no Estado desenvolvidos pelo Fórum Futuro 10. Rodrigues esteve na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), no Campus da Indústria, para apresentar a nova etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL), com foco em rodovias do Paraná. O PIL 2 foi lançado pela presidente Dilma Rousseff no dia 9 de junho, em Brasília, e deverá contemplar dois modais no Paraná – rodoviário e portuário. BR-101 – Entre as propostas dos empresários está a construção do trecho da BR-101 no Paraná, que iniciaria na divisa com Santa Catarina, em Guaratuba, e passaria por Morretes e Antonina antes de se unir à BR-116, próximo à divisa de São Paulo. Outro pedido é a ligação entre o Porto de Paranaguá e Maracaju (MS) pela ferrovia que termina em Cascavel, no Oeste do Paraná – um dos estudos do Paraná é a construção de um novo traçado da ferrovia na Serra do Mar, paralelamente à BR-277 Ferrovia Norte-Sul – Um terceiro projeto também diz respeito ao Litoral é a inclusão do Paraná na Ferrovia Norte-Sul – um dos traçados em estudo pelo governo federal prevê a passagem da estrada de ferro por toda a costa, entre São Francisco do Sul (SC) e Paranaguá, passando por Guaratuba, matinhos e Pontal do Paraná. Investimentos já anunciados – O Programa de Investimentos em Logística (PIL), lançado pelo governo federal no dia 9, já contempla a construção de uma faixa adicional na concessão formada pela BR-376 (em Guaratuba-PR) e BR-101 (SC), o terminal portuário da Subsea (Pontal do Paraná), R$ 198,4 bilhões em investimentos de áreas que serão arrendadas no Porto de Paranaguá. O presidente do Sistema Fiep, Edson Campagnolo, apresentou ao ministro os estudos técnicos desenvolvidos pelo Fórum Futuro 10 (grupo que reúne entidades representativas de diversos setores do Paraná), que deram origem ao Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt 2035). “Queremos esta reunião com o governo do Paraná, Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e representantes do setor produtivo do Estado para tentarmos preencher os requisitos técnicos exigidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e então viabilizar a ampliação também destas ferrovias”, afirmou o ministro. Também participaram da reunião o secretário de Infraestrutura do Estado, José Richa Filho, o secretário-chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no Paraná, Tiago Silva, o secretário de Planejamento de Curitiba, Fabio Scatolin, deputados federais, além de representantes do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), da ANTT, da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sicepot) e Sindicato da Indústria da Construção Civil do Paraná (Sinduscon-PR). Com informações do MT e Fiep e arquivo CorreidoLitoral.com

Panificadora de vereador de Guaratuba é autuada

A Vigilância Sanitária Estadual autuou, pelo segundo ano consecutivo, a panificadora Chateaubriand, de propriedade do vereador Mauricio Lense, por diversas irregularidades, entre elas falta de higiene. A informação é do “Jornal de Guaratuba”. Nas redes sociais e no “Jornal da Hora”, o vereador reclama de perseguição. O Jornal de Guaratuba informa que “de acordo com a fiscalização estadual, que acontece em todo o Litoral, em maio de 2014 o estabelecimento apresentava oito irregularidades, entre eles óleo de fritura com aparência de velho, falta de higiene em maquinários, utensílios, fogão, forno, prateleiras, estantes e teto”. “Até nas formas de pão foram encontradas 'crostas de sujidades'”, destaca a reportagem. Leia outros trechos: No dia 26 de maio deste ano, os fiscais retornaram e descobriram que a empresa havia mudado a razão social. Mas a falta de higiene era a mesma. Desta vez, foram encontradas nove irregularidades, apontando as correções necessárias: 1) Trocar o óleo de frituras sempre que necessário, quando observar formação de espumas e aparência escura; 2) Separar e identificar alimentos com prazo de validade vencido; 3) Manter produtos na temperatura recomendada pelo fabricante e “não congelar leite”; 4) Providenciar proteção para os pães colocados em cima do balcão “sem proteção contra insetos e poeira”; 5) Providenciar proteção para luminárias na área de produção; 6) providenciar telas nas portas do depósito e acesso à área de panificação; 7) Substituir a base de madeira de mesa por material impermeável e resistente á corrosão; 8) Colocar data de fabricação e validade nos produtos fracionados e abertos; 9) Manipuladores não poderão fazer uso de adornos durante o serviço; Após a fiscalização estadual, a Prefeitura de Guaratuba constatou que a panificadora do vereador não possui alvará de funcionamento e teve de embargá-la. O alvará é expedido após a inspeção e aprovação do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária e apresentação dos documentos. Decorrido quase seis meses do início do ano, a panificadora de Maurício Lense não providenciou nenhuma das exigências. “Conveniência comercial” Em resposta à série de irregularidades, o vereador-empresário escreveu uma faixa dizendo que fechou “por perseguição política”. No Facebook ele afirma que passará a cumprir a lei e admite que decidiu fechar o estabelecimento: “Para evitar constrangimentos, e em obediência a legislação fechamos nossa empresa até que tudo se esclareça”. Sobre a mudança da razão social que surpreendeu os fiscais do Estado, o vereador afirma que foi feita “por conveniência comercial”. O que foi omitido nas redes sociais pelo vereador é que ele próprio informou à Vigulância Sanitária Estadual que alterou a empresa gestora do comércio, porém a nova empresa sequer solicitou à Prefeitura, até a presente data, o pedido de alvará de funcionamento, portanto a empresa estava aberta sem licença do Corpo de Bombeiros e Vigilância Sanitária. Debate nas redes sociais Nas redes sociais, diversas pessoas se solidarizaram com o vereador enquanto alguns questionaram as irregularidades e criticaram qualquer privilégio ao empresário pelo fato de ele ser vereador.

Guaratuba chama atenção já na abertura do Festival das Cataratas

A presença dos guaratubanos chamou a atenção das autoridades e empresários durante a abertura do 10º Festival de Turismo das Cataratas, que começou nesta quarta-feira (17) e vai até hoje (sexta, 18), em Foz do Iguaçu. Paranaguá aproveitou o evento para pedir mais recursos para a restauração da estação ferroviária e do Palácio Visconde de Nácar. A comitiva de Guaratuba reuniu a prefeita Evani Justus, o vice-prefeito Vandir Esmaniotto, o vereador Almir Troyner e diversos empresários. A presença de Evani foi elogiada pelo prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, durante a solenidade de abertura – foi a única chefe de executivo municipal, prefeita ou prefeito, citada pelo anfitrião. A prefeita conversou com o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Lyra Alves, e com a ministra do Turismo do Paraguai, Marcela Bacigalupo. Também pode se encontrar com o secretário de Estado do Esporte e Turismo, Douglas Fabrício, que recentemente deixou de apoiar Guaratuba na realização dos Jogos de Integração da Melhor Idade. Evani cobrou o secretário na frente do ministro do Turismo. Vandir Esmaniotto, que também é secretário de Turismo e Cultura do Município, e a assessora da secretaria Debura Aquino, conversaram com o diretor brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, com quem agendaram um encontro para discutir apoio da hidrelétrica a projetos de Guaratuba. Parceria com empresas A participação expressiva não passou despercebida pela imprensa local. Evani foi entrevistada pelo jornal “A Gazeta do Iguaçu”, principal diário da cidade, para falar de Guaratuba e das iniciativas para incentivar o turismo na cidade. Também conversou com repórteres de televisão. A forma como o município se fez presente ao principal evento de turismo do Brasil voltado ao público do Mercosul é um exemplo da política para o setor. Com apoio de empresários, a cidade instalou um estande próprio com o mínimo de gastos de recursos públicos. No espaço, as equipes da Secretaria de Turismo e da Acig apresentam os atrativos e as empresas mostram o que oferecem aos visitantes. Maior evento para o Mercosul O Festival de Turismo das Cataratas espera receber mais de 6 mil visitantes no Centro de Exposições do Hotel Rafain. O evento é destinado aos agentes de viagem, operadores de turismo nacionais e internacionais, hoteleiros, guias de turismo, companhias aéreas, bares e restaurantes, empresas de transportes, instituições governamentais. A programação inclui a Feira de Turismo e Negócios, com mais de 600 expositores do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, o Salão Mice Cataratas, o Fórum de Integração de Turismo do Iguaçu, Mostra Regional de Produtos Sustentáveis, Salão Expo Hotel Cataratas, Salão Marketing e Adventures das Cataratas, Salão de Turismo, além de cultura e espiritualidade. Também haverá debates sobre a área de turismo e desenvolvimento regional e ainda capacitações e visitas técnicas. Paranaguá pede recursos para setor histórico O prefeito de Paranaguá, Edison Kersten, também esteve presente na abertura do Festival das Cataratas, ao lado do presidente da Fundação Municipal de Turismo (Fumtur), Rafael Gutierres Júnior. Segundo a prefeitura, eles aproveitaram para solicitar ao Ministério do Turismo mais recursos para a a restauração da estação ferroviária. “Vamos buscar mais recursos, porque os R$ 1,8 milhão que conseguimos até agora não serão suficientes para concluir a obra”. Temos que buscar mais fontes de recurso e estamos levando junto o projeto do Palácio Visconde de Nácar, um patrimônio histórico belíssimo de nossa cidade, que já foi a sede da Prefeitura e da Câmara Municipal. A quantia é maior, deve ficar entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões. A Prefeitura não tem esses recursos e vamos nos empenhar para conseguir boa parte dele”, declarou o prefeito.

Regularização fundiária deve beneficiar 100 famílias na Limeira

Um programa de regularização fundiária vai beneficiar cerca de 100 famílias na localidade rural de Limeira, em Guaratuba, no limite com o município de Morretes. O projeto da Prefeitura, Instituto de Terras, Cartografia e Geociências (ITCF) e Emater conta com apoio da Associação dos Produtores Rurais da Limeira (Apruli). Na semana passada, o vice-prefeito Vandir Esmaniotto e o secretário de Pesca e Agricultura, Paulo Pinna, reuniram cerca de 70 pessoas para a apresentação do projeto pelos técnicos do governo estadual. Estiveram presentes o diretor de Terras do ITCG, Roberto Alfredo Gomes, o chefe de Departamento de Regularização Fundiária do ITCG, Constantino Stopinski Filho, e os técnicos do escritório local do Emater Amílcar Santos e Paulo Roberto Pinto. O primeiro passo será o cadastramento das famílias, que deverão reunir todos os documentos das posses onde vivem. Algumas famílias ocupam suas terras por diversas gerações, há mais de 80 anos. A prefeita Evani Justus destacou que, além da segurança da escritura das terras que cultivam, com os documentos definitivos em mãos, os produtores terão facilidades no acesso a financiamentos para agricultura familiar.

Pescadores anunciam que governo adiou novo Registro da Pesca

Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP) informa que governo federal adiou em um mês a vigência dos novos critérios do Registro Geral da Atividade Pesqueira. Segundo o MPP, Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e Secretaria-Geral da Presidência também firmaram compromisso em dialogar com pescadores sobre alterações no Decreto 8.425. Segundo o MPP, a decisão aconteceu depois de mais de 24 horas ocupados nas sedes do INSS e das superintendências do MPA em diversos estados do Brasil. O movimento vem se manifestando contra o decreto e na segunda-feira (15) saíram em manifestações onde conseguiram dialogo com o ministro da Pesca, Helder Barabalho, “que se comprometeu, junto com a Secretaria-Geral da Presidência, em debater as reivindicações dos pescadores e das pescadoras para alterações no decreto”, informa a entidade dos pescadores. Restrições atingem principalmente as mulheres O Decreto 8.425 foi publicado no dia 1º de abril e entraria em vigor a partir desta segunda (15 de junho). Ele estabelece três categorias de pescador profissional: exclusiva, principal e subsidiária. Apenas a categoria exclusiva (pescador que tem a pesca como atividade profissional única) passa a ter direito ao seguro-defeso. A aplicação da norma ocorreria no decorrer de um ano, a partir de agora, na renovação do Registro Geral da Atividade Pesqueira, na data de aniversário do pescador. As entidades que representam os pescadores artesanais argumentam que a restrição vai prejudicar sobretudo as mulheres, que fazem o beneficiamento de pescado e a confecção dos apetrechos da pesca. É o caso da “salgueiras”, muito presentes em Guaratuba e no restante do Litoral do Paraná. Além disso, o decreto diz que só entra no conceito de pescador artesanal aquele que depende exclusivamente da pescaria. “Esse ponto desconsidera pescadores/as artesanais que exercem outras atividades tradicionais, como a agricultura e o artesanato, e que essas fazem parte de um modo de ser específico e que fortalecem a atividade da pesca”, argumenta o MPP em nota divulgada no início deste mês.

Paranaguá registra primeiro caso autóctone de dengue no Litoral

Confirmado o primeiro caso de dengue autóctone (contraído no município) em Paranaguá. Até a divulgação do último boletim da dengue da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a cidade contava com quatro casos importados da doença. O boletim mais recente disponível no site da secretaria estadual é do dia 10 de junho, com dados até 3 de junho. De acordo com a Sesa, em todo o Litoral do Paraná houve 53 notificações mas apenas seis casos confirmados, todos eles importados: 1 em Antonina, 1 em Pontal e os 4 de Paranaguá. Em Guaratuba (5) e Morretes (1) houve apenas notificações, nenhuma conformação. Matinhos e Guaraqueçaba não tiveram nem notificações. A responsável pelo setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Paranaguá, Isabele Antoniacomi, confirmou que recentemente o resultado de um paciente foi confirmado como positivo pelo Laboratório Central (Lacen). “Tivemos até o momento a confirmação oficial de um caso de dengue no município. O paciente já fez o tratamento e está bem”, informou. Outros resultados são aguardados devido à suspeita da doença. Um novo boletim deveria ter sido divulgado pela Sesa nesta quarta-feira (17), mas não foi. Com informações do jornal Folha do Litoral News / Rádio Ilha do Mel FM / Sesa

Pescadores e pescadoras lutam para não desaparecer

O documentário “Vento Forte”, da diretora Patrícia Antunes e da produtora Arte em Movimento começou a ser feito em maio de 2014 em Shangrilá, Pontal do Sul e Comunidade Maciel, em Pontal do Paraná, e na Ilha de Superagui. Pescadores de todo o Brasil denunciam loteamento das águas para as grandes corporações.Do Paraná a equipe seguiu para Santa Catarina onde gravaram em Laguna a Pesca da Tainha com a ajuda dos botos e também em Laguna nas comunidades de Barra do Camacho e Farol de Santa Marta. Leia reportagem de Léa Maria Aarão Reis sobre o filme, publicado no site Carta Maior. Vento Forte: uma ventania tenta varrer a pesca artesanal no Brasil Colônias à beira do mar, ribeirinhas, de lagunas e mangues, algumas existentes há várias gerações, são protagonistas do filme Vento Forte. Léa Maria Aarão Reis Um litoral privilegiado em um país aquífero, uma extensão de costa oceânica com cerca de nove mil quilômetros, e mesmo assim o peixe, que deveria ser alimento de baixo custo para o bolso da população, é caro e não se encontra na mesa do brasileiro com a frequência nutricional desejada. Vinte e duas comunidades, algumas ancestrais, de mulheres e homens dedicados à pesca artesanal, no país, denunciam o que ocorre com o loteamento das nossas águas para as grandes corporações e pedem socorro. Elas correm o sério risco de desaparecer de vez e perderem a sua luta de David contra o modelo escolhido pelo governo, o do Golias das aquiculturas internacionalizadas. Colônias à beira do mar, ribeirinhas, de lagunas e mangues, algumas existentes há várias gerações, e que fazem parte da nossa cultura, são protagonistas do filme Vento Forte assim como as lideranças do MPP, Movimento de Pescadores e Pescadoras. A situação precária desses pescadores que “apenas querem trabalhar e sobreviver”, como dizem, é mostrada no modesto, mas muito bem costurado documentário de Patrícia Antunes, já exibido, embora rapidamente, em cinemas de Brasília, Manaus, Belém, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Em julho próximo, estará disponibilizado na íntegra pela internet, no youtube. A produção foi realizada com esforço pelo Conselho Pastoral dos Pescadores e pela produtora Arte em Movimento e está sendo apresentado em diversos festivais que discutem o meio ambiente. Os pescadores e pescadoras entrevistados são as baianas Nega e Elionice. O cearense João, o Tita, e Martilene. Em Pernambuco, Lailson. No Pará, Josana e José Carlos. Em Minas, Josemar; e no Espírito Santo, Manuel Bueno. No Rio, Alexandre e em Santa Catarina, Mancha. Alguns, originários do Pontal do Paraná, outros da Lagoa de Queimados, ou de Laguna ou de Tatajeba, no Ceará. Todos denunciam a violação de seus direitos humanos, sociais, políticos e ambientais e de outros pescadores que vivem nas colônias próximas de Camaçari, por exemplo, ou do Porto de Aratu. Sua luta atual se faz através da Campanha Nacional em Defesa e Regularização dos Territórios das Comunidades Tradicionais Pesqueiras que começa a repercutir em outros países e no exterior. “As barragens, a criação de camarão em cativeiro, a especulação imobiliária contribuem para a proibição da pesca sem ao menos garantir um direito de consulta às comunidades tradicionais como pregam a convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), da qual o Brasil é signatário, e o Decreto 6040/2007 que trata dos povos e comunidades tradicionais", diz Maria José Pacheco, secretária executiva do Conselho Pastoral dos Pescadores. Os conflitos e ameaça ao território aumentam todos os dias por parte das novas aquiculturas determinadas para áreas onde os pescadores tradicionalmente atuam. “Este ano, o Ministro Helder Barbalho tem visitado os governadores para facilitar o processo de licenciamento dessas aquiculturas,” diz Maria José. O aumento do número de grandes portos, hidrelétricas previstas para o rio Tapajós e a mineração no mar são algumas das ameaças que esmagam essas pequenas colônias e deprimem os direitos dos pescadores. No litoral sul, a pesca industrial explora pescadores e pescadoras – alguns vivendo situação de trabalho precário e análoga a trabalho escravo. São inúmeros os conflitos no Iguape, na Jureia, no entorno de Cananeia e na divisa com as comunidades do Paraná. “Aqueles que procuram defender o meio ambiente são perseguidos porque onde há comunidades pesqueiras são mantidos recursos naturais, manguezais e matas ciliares.” Denuncia-se também a crescente dificuldade de acesso ao RGP - Registro Geral da Pesca-, a chamada ‘ carteira de pescador’, permissão para pescar que comprova a atividade e garante o acesso a direitos previdenciários e trabalhistas, previsto na lei previdenciária. “Somos talvez figuras indesejáveis para este modelo de desenvolvimento baseado na concentração, na destruição violenta da natureza e das comunidades que vivem em torno delas. A TAUS (Termo de Autorização de Uso Sustentável) tem conferido alguma segurança às comunidades, nas áreas que são da união, mas ocupadas tradicionalmente pelos pescadores artesanais. No entanto, são poucos os avanços diante das ameaças.” %u228%u228 Enquanto pouco se fala sobre a morte da pesca artesanal no Brasil e os grandes cargueiros alemães, da Thyssen e da Krupp trabalham, na nossa costa, em atividades aquíferas vigiadas por seguranças portando armas (como mostra o filme) e afastando os frágeis barcos da pesca artesanal; enquanto pescadores artesanais perdem todos os seus bens, e o cheiro de amônia, em certas noites (como também mostra Vento forte) envenena o ar que respiram crianças, velhos e adultos nas comunidades vizinhas das grandes empresas multinacionais; enquanto isto, há dias atrás, em Belém, o titular do Ministério da Pesca e Aquicultura empenhou a palavra do governo federal em relação ao seguro-defeso que garante a proteção do verdadeiro pescador: “Aqueles que dependem do benefício são a prioridade do governo; não vamos admitir fraudes”, garantiu. Mas de quem é a fraude? Publicado em Carta Maior:

Jogos da 3º idade terminam com festa e críticas à secretaria de Estado

Os Jogos da Integração da Melhor Idade terminaram neste sábado (13), em Guaratuba, com um baile animado e um desabafo do secretário municipal do Esporte e Lazer. No encerramento, Gabriel Gonçalves agradeceu a participação dos nove municípios visitantes e contou que o evento foi realizado sem o apoio prometido pela Secretaria do Estado do Esporte e do Turismo. De acordo com o secretário municipal, a secretaria estadual havia se comprometido em apoiar o evento, mas voltou atrás. Mesmo assim, segundo ele, as equipes da Prefeitura de Guaratuba deram conta de atender os cerca de 500 visitantes e realizar tudo o que fora programado. Boicote? – O CorreidoLitoral.com inicialmente apurou que o apoio solicitado se tratava de meras 300 medalhas. O evento reuniu cerca de 800 pessoas e todos foram agraciados com um troféu, medalha ou lembrança. Os jogos já haviam começado quando a secretaria estadual informou, por telefone, que não atenderia o singelo pedido. Segundo fonte, eles alegaram que tinham “outras prioridades”. Nesta quarta-feira (17), o secretário municipal informou ao Jornal de Guaratuba, que circula nesta sexta-feira, que as conversações com a secretaria estadual começaram há mais de um ano. A Prefeitura solicitou apoio em material esportivo, arbitragem, alimentação e premiação. A negativa foi dada na véspera. No início do ano, circularam rumores de que o secretário de Esporte e Turismo, Douglas Fabrício, teria sido convencido por aliados seus em Guaratuba de mudar a data da realização dos tradicionais Jogos da Integração para o final do ano, mais próximo da temporada de verão. A secretaria municipal argumentou que a data tradicional, no final do outono, faz parte há anos da programação dos grupos da 3º idade que participam do evento. Além disto, é um período de baixa temporada e qualquer atividade que atraia visitantes é bem vinda para a economia do município, argumentou o secretário municipal. Na sessão da Câmara desta segunda-feira (15), sem se referir a nenhuma situação específica, o vereador Laudi Santi “Tato” fez uma dura crítica ao secretário estadual. Comentando as ações do município relacionadas ao turismo, disse que gostaria que Douglas Fabrício viesse “conhecer Guaratuba” e ajudar a cidade. “É o tipo de candidato ou secretário paraquedista que só aparece aqui para pedir voto e depois não aparece para ajudar o município”, disse Tato no final da sessão. Douglas Fabrício foi eleito deputado estadual pelo PPS e obteve 221 votos em Guaratuba, ficando em 11º colocado na cidade, com 1,25% dos votos válidos. Jogos – Os XI Jogos da Integração da Melhor Idade reuniram 11 equipes de 10 cidades – Guaratuba disputou com uma equipe do Ginásio José Richa, do Cohapar, e uma do Ginásio Celso Biss, do bairro Coroados. A equipe do município vizinho de São José dos Pinhais sagrou-se campeã, com Guaratuba em segundo e Rancho Alegre em terceiro. A equipe estreante do Coroados ficou em décimo, empatado com Clevelândia. A diferença de pontos entre as equipes mostra que a disputa foi bastante acirrada em todas as posições. Veja a colocação: 1º São José dos Pinhais – 128 pontos 2º Guaratuba (Cohapar) – 126 pontos 3º Rancho Alegre – 125 pontos 4º União da Vitória – 100 pontos 5º Araucária – 78 pontos 6º Goioerê e Cornélio Procópio – 77 pontos 8º Palmas – 56 pontos 9º Cruz Machado – 48 pontos 10º Clevelândia e Guaratuba (Coroados) – 42 pontos Galeria de fotos cedidas por Rubens Schane

A raposa e o bode

O momento remete a uma fábula de Esopo, escritor e poeta grego, nascido no ano de 620 a.C. Conta a história da raposa que caiu num poço. Por mais que tentasse não conseguia sair do buraco. Foi então que apareceu um bode, morto de sede, a procura de água para beber. Ao ver a raposa dentro do poço, perguntou-lhe se a água era de boa qualidade. A raposa esperta e percebendo que o bode estava com muita sede, passou a elogiar a qualidade da água, dizendo ser limpa, saborosa e refrescante. A argumentação seduziu o bode a descer ao poço, pensando apenas na sede que sentia. Saciada a necessidade, era preciso voltar à superfície e, então, perguntou a raposa como poderiam fazer isso. – Tenho uma ideia, disse a raposa, - que depende mais de você do que de mim. – Põe as patas dianteiras contra a parede e erga a cabeça o máximo que puder; subo nas tuas costas, dou um pulo e uma vez lá fora, puxo você pelos chifres. O bode fez o que ela disse. Com a ajuda das pernas, das costas e dos chifres a raposa conseguiu voltar à boca do poço. Mas, ao invés de tirar o bode como prometera, simplesmente foi embora, dizendo-lhe: – Ah! Meu caro bode se tivesse tanta inteligência quanto às barbas do focinho, não teria descido sem antes saber como voltar. Moral: a prudência recomenda antever um final para tudo o que se faz. Na fábula, a raposa aparece como símbolo de esperteza, persuasão e de individualismo. O bode, enganado, simboliza aqueles que se aventuram por caminhos, sem muita certeza para onde se está indo. O bode, cego pela sede, acreditou na conversa da raposa, interessada somente em resolver o seu problema: sair do poço em que caíra. Nem sempre estamos aptos a antever ou prever as consequências das nossas escolhas e decisões. Por mais comedido que possamos ser não há como evitar todas as consequências. Na história, o bode não refletiu sequer por um momento, em como sairia do poço, obcecado que estava em saciar a sua sede. As pessoas em momentos de desespero, descrédito ou até indiferença, passam por situações semelhantes e, às vezes, ignoram aquilo que é o óbvio. Com um olhar mais atento, o bode talvez percebesse o imbróglio em que se meteu e não teria simplesmente, descido incontinente ao fundo do poço. Muito menos dado ouvido à conversa da raposa. Mas, também não teria matado a sede! Podemos dizer que ele pagou um preço muito alto pela água que bebeu. Sair do poço passou a ser novo problema, cuja causa foi acreditar piamente, na proposta da raposa. Portanto, há que se estar muito atento às modernas raposas e bodes dos mais diversos matizes, que prometem solução e ajuda para todas as demandas, depois... é outra história... os bodes que se virem. Itapoá (outono), 2015.

Gaeco faz buscas na casa do presidente do IAP por causa de licenças no Litoral

Agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram, nesta segunda-feira (15), mandado de apreensão na casa do presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcísio Mossato Pinto, e de outros diretores do órgão. O grupo está sendo investigado por suposta participação num esquema ilegal de concessão de licenças ambientais no litoral. Também foram feitas buscas e apreensões em residências e escritórios do diretor jurídico do órgão, do chefe do Departamento de Recursos Ambientais, do ex-diretor regional do escritório de Paranaguá, além de um engenheiro florestal do IAP. Na ação, coordenada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Paranaguá e pela Coordenação Regional da Bacia Litorânea, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), foram apreendidos computadores, celulares e documentos diversos em Curitiba, Paranaguá e Jacarezinho (Norte do Estado). Na casa de um dos investigados, foram apreendidos ainda R$ 649 mil (em dinheiro). O nome do funcionário não foi divulgado. A Justiça também determinou o afastamento dos investigados das funções públicas que exercem junto ao IAP. Porém, na última sexta-feira (12), o diretor-presidente do Instituto conseguiu liminar cassando seu afastamento. Os demais continuam afastados. Todos os investigados já respondem ação penal perante o Juízo da 1ª Vara Criminal de Paranaguá. A ação levou o nome de “Operação Superagüi” e foi desencadeada por causa de uma licença ambiental concedida à empresa Green Logística para um pátio de caminhões,na BR-277, para a derrubada de 10 hectares de vegetação. A obra foi embargada, em fevereiro, pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). À tarde, o IAP e o Governo do Paraná divulgaram nota criticando a ação. Leia na íntegra. Nota do IAP e Governo do Paraná O Governo do Estado e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informam que a ação de apreensão de documentos, realizada na manhã desta segunda-feira (15) no órgão e em casa de alguns servidores, é motivada por investigação provocada pelo Ministério Público do Paraná em Paranaguá envolvendo processo de licenciamento ambiental no litoral do Estado. A busca foi feita, inclusive, na presença da promotora da Comarca de Paranaguá, Priscila da Mata Cavalcante, que move a ação contra os servidores públicos. O diretor presidente do IAP, Tarcísio Mossato Pinto, já tinha obtido na última sexta-feira (12) decisão favorável em Habeas Corpus impetrado contra solicitação anterior do mesmo Ministério Público, que buscava afastá-lo do cargo. Nessa ação, o desembargador José Cichocki Neto afirmou: “Atribuir ao agente conduta ilegal no exercício de sua função por tais motivos, quando tanto o agente ministerial quanto o próprio juízo poderiam requisitar os documentos pretendidos para a formação de seus respectivos convencimentos, eis que dotados de poderes e instrumentos processuais para tanto e, subseqüentemente, impor-lhe restrições ao exercício de sua função – constitui, no mínimo -, uma inversão despropositada da compreensão da atividade jurisdicional desenvolvida através do processo”. Na mesma decisão, o desembargador Cichocki Neto também destaca que “o que mais irrita a decisão impugnada neste instrumento de garantia é a evidência da desnecessidade das medidas impostas ao paciente e demais denunciados, pela ausência de razões de urgência daqueles provimentos. Não há imputação ao paciente de qualquer conduta reprovável que comprometa a instrução processual, observável initios litis para suportar o decisum atacado. Neste, não há afirmação que possa se erigir como fundamento e, assim, indicar uma situação concreta praticada pelo paciente, que evidencie a necessidade de salvaguardar o rito procedimental instrutório da ação penal proposta. Nada. Absolutamente nada”. O IAP e o Governo do Estado reiteram que todos os documentos buscados pelos promotores do Ministério Público do Paraná sempre estiveram disponíveis neste ou em qualquer um dos cerca de 40 mil procedimentos administrativos anuais instaurados e relativos aos pedidos de licenciamento ambiental. Assim, resta evidente que as medidas adotadas são descabidas, desnecessárias e desproporcionais. Por fim, o IAP e o Governo do Estado ainda não obtiveram acesso ao inteiro teor desta nova decisão que originou as ações realizadas nesta segunda-feira, pois o processo tramita em segredo de justiça. Curitiba, 15 de junho de 2015 Instituto Ambiental do Paraná-IAP Governo do Estado do Paraná