Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Evani Justus conquista primeira reeleição da história de Guaratuba

A prefeita de Guaratuba, Evani Justus (PSDB), venceu a eleição com 46,5% dos votos. A primeira mulher a governar o município superou o tabu de os eleitores nunca reelegerem um prefeito na cidade. O empresário Vandir Esmaniotto (PT) foi eleito vice-prefeito.Em segundo lugar ficou José Ananias (PMDB), 38,9% dos votos. Betinho Jamur (PPS) obteve 8,4%. Houve 3,6% de votos nulos e 2,53 de votos em branco.Compareceram 20.502 eleitores (80,5%) de um total de 25.483 inscritos. Evani conseguiu superar três ex-prefeitos que estavam aliados: Ananias (dois mandatos), Miguel Jamur (cinco mandatos) e Everson Kravetz (um mandato). “Acabou o tempo dos coronéis e da política da intimidação”, disse Evani após a vitória. Além da popularidade inegável de Ananias, a prefeita enfrentou uma campanha de agressões e ameaças de retaliação promovidas por Ananias. O próprio candidato chegou a perseguir uma carreata de Evani para dirigir ofensas a ela. Funcionários públicos e pessoas que trabalharam na campanha de Evani eram constantemente ameaçados de perseguição. De positivo, a campanha de Ananias contava com aliados aguerridos. Alguns candidatos a vereador das coligações de Evani acabaram mudando de lado. A vantagem de votos de Evani acabou sendo bem menor do que apontavam as pesquisas realizadas pela imprensa de Curitiba. Sondagem da Rádio Banda B feita uma semana antes da eleição, indicava que Evani teria 48,2% dos votos, Ananias 26,8% e Betinho 8%. A pesquisa mostrou que havia 14,4% de indecisos e que 2,6% não votaria em nenhum dos candidatos. 77% de renovação na Câmara  Na Câmara houve uma grande renovação. Dos 13 eleitos, apenas três são vereadores atualmente: Laudi Carlos de Santi Tato (PT), Sergio Alves Braga (PSB) e José Carlos Gonçalves “Joia” (PSD). Os escândalos de diárias e um aumento de salário ilegal que os vereadores concederam a si mesmo, desencadearam o movimento de “100% de Renovação na Câmara”. Houve 77%. O atual presidente, Paulo Eder de Araujo (PSC) também sofreu desgaste ao agredir um jornalista do Correio do Litoral.com durante cobertura sobre o aumento dos salários. Ele acabou sendo o único a não concorrer à reeleição. A prefeita conseguiu conquistar uma maioria folgada na futura Câmara. As quatro coligações que a apoiaram elegeram 10 dos 13 novos vereadores. Um dos eleitos da situação, Joia, apoiou Ananias e responde a processo por infidelidade. A primeira suplente é Ana Maria Correia (PTdoB), que responde ao mesmo processo. Se os dois forem expulsos de seus partidos, assume Ilson Rhoden Fleck (PR). O mais votado foi o ex-vereador Mordecai Magalhães de Oliveira (DEM), com 741 votos – 3,77% dos votos válidos. Ananias pode ficar inelegível até 2018 Além da derrota nas urnas, Ananias ainda aguarda julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de um recurso contra sua inelegibilidade. O ex-prefeito teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral de Guaratuba, recorreu e perdeu no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), recorreu ao TSE e ainda não foi julgado. Na divulgação oficial do TSE, os votos dados a Ananias aparecem como nulos. Ananias foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa (Lei das Inelegibilidades). Ele teve as contas de quando era prefeito em 2003 reprovadas pelo Tribunal de Contas e pela Câmara de Vereadores. A Justiça Eleitoral considerou que as irregularidades foram insanáveis e que houve dolo (intenção de cometer). Se o TSE mantiver a decisão, ele ficará inelegível por oito anos a partir da reprovação das contas, que foi em 2010.

Bigarella, professor em Guaratuba

O geólogo João José Bigarella aceitou o convite para ser professor emérito da Faculdade do Litoral Paranaense – Isepe Guaratuba e passará a ter uma presença mais constante  na cidade. O convite foi feito na segunda-feira (30) pelos diretores da faculdade, Rosi Mariana Kaminski e Luiz Antonio Michaliszyn Filho. Bigarella já confirmou que virá para a Feira do Livro de Guaratuba, que será realizada no Isepe, de 15 a 27 de outubro, e para o Encontro Ecológico de Guaratuba, que será realizado no mês de novembro. “Ele também se dispôs a vir bimestralmente para realizar palestras e mesas redondas com alunos da faculdade e pessoas da comunidade interessadas em aprofundar seus conhecimentos sobre o meio ambiente de nossa região”, informou o Isepe. O professor Bigarella veio nesta segunda-feira para a aula magna de início do segundo semestre da faculdade. Sua vinda foi articulada pela diretora de Cultura do município, Rocio Bevervanso. Estudo e militância O tema anunciado foi “mudanças climáticas”, mas o professor acabou discorrendo sobre alguns dos diversos estudos que fez no litoral paranaense e especificamente em Guaratuba. Às vésperas de completar 89 anos – no dia 23 de setembro – Bigarella é um dos maiores conhecedores da geologia e da botânica do nosso litoral e de todo o Paraná. É autor de estudos fundamentais sobre o território paranaense e foi um dos precursores do ambientalismo no Estado. Na aula magna, o professor contou que em 1945 iniciou o estudo da geologia do litoral paranaense identificando jazidas de cimento para o Mineropar, órgão do Governo do Paraná. Em anos seguintes foi autor dos primeiros mapas detalhados da baía de Guaratuba. Em 1968, foi chamado pelo então prefeito Orlando Bevervanso para fazer uma análise das condições das margens da baía após o desmoronamento de diversas casas, conforme lembrou Rocio, que é nora do ex-prefeito. “Engordar outra coisa” Mesclando conhecimento técnico com história e militância ambientalista, o professor disse ser contra o atual projeto de engorda da praia de Matinhos, orçado em mais de R$ 20 milhões. Segundo ele, a granulometria da areia que se pretende colocar no local – de bancos de areia – não é adequada e todo o trabalho acabará sendo desfeito pelas correntes marítimas. “Pode engordar outra coisa, não a praia”, declarou. Autor de um dos estudos sobre uso e ocupação do solo em Matinhos, Bigarella defende há décadas que não devem ser feitas construções numa faixa de pelo menos 200 metros de praia. Ele também vem defendendo a proteção e recuperação da vegetação de restinga e dos mangues. Ao falar de geologia, destacou que o nome correto do morro Cabaraquara é Tabaraquara, como falavam os indígenas e ainda falam alguns caiçaras de Guaratuba. Livro “Sambaquis” Autor de mais de uma dezena de livros, Bigarella fez o lançamento em Guaratuba de sua última publicação, “Sambaquis”, que reúne estudos iniciados na década de 1940 no litoral do Paraná e em Santa Catarina. Sua esposa, a artista plástica Iris Hoehler Bigarella, salienta que a obra é fruto de muito trabalho e traz detalhes técnicos minuciosos. “Tem o detalhe que a gente não vê mais hoje em dia, que temos tanta informação disponível e superficial”, disse. A companheira de décadas foi sua colega de faculdade e casaram jovens. Culta e discreta, dona Íris foi chamada para frente do auditório ao final da aula. Aplaudida, o pouco que falou foi sobre o marido e seus estudos. Fez mais uma intervenção minutos depois para interromper Bigarella, que diante de uma plateia tão embevecida que não quis fazer perguntas, discorria sobre suas viagens aos sete continentes. “Ele é tão apaixonado pelo que faz que se deixar fala a noite toda”, disse, anunciando o lançamento do livro. O livro tem o preço de R$ 30,00 e está a venda no Isepe. Quem comprar terá a oportunidade de conseguir um autógrafo do professor numa das próximas vindas. Terá a assinatura de um personagem vivo da história paranaense, e momentos únicos com um dos estudiosos mais renomados e um apaixonado pela cultura e pela natureza.

Câmara de Guaratuba aprova aumento do número de vereadores

A Câmara Municipal de Guaratuba aprovou nesta quinta-feira (15), à noite, o aumento do número de cadeiras de 9 para 13, a partir de 2013. A emenda à Lei Orgânica do Município teve seis votos favoráveis, cumprindo o mínimo exigido de 2/3. Os vereadores Claudio Nazário (PSDB), Ilson Rhoden “Fleck” (PR) e Laudi Carlos de Santi “Tato” (PT) votaram contra. Votaram a favor Paulo Araújo (PSC), Natanael Correia de Araújo “Nato” (PTdoB), Ana Maria Correia (PTdoB), José Carlos Gonçalves “Joia” (PSD), Sérgio “Patrício” Alves Braga (PSB) e Cezar “Marinheiro” (PSDB). A votação aconteceu numa sessão aberta ao público e no horário costumeiro por decisão do vice-presidente “Fleck”, que fez a convocação na segunda-feira (15), quando o presidente Paulo Araujo faltou. Fleck explicou o assunto que estaria em votação e convidou a imprensa e a população a participarem. A informação sobre a votação do aumento do número de veredores foi retirada por Araújo do resumo da ata que é publicada no site oficial. Araújo ainda convidou dois cidadãos para um “debate democrático” sobre o aumento do número de veredores em Guaratuba. Eles escolheu duas pessoas favoráveis ao aumento: o advogado Michaliszyn Filho e o engenheiro Vilmar Faria da Silva. Eles defenderam a proposta argumentando, entre outras coisas, que o aumento do número de vereadores amplia a representação de setores da sociedade na Câmara e fortalece o Legislativo. Vilmar disse que gostaria que pessoas que se opôem ao aumento também fossem convidados a se manifestar.. Durante a fala de Vilmar Faria, Paulo Araújo ameaçou uma cidadã, a advogada Silvia Buchala, que estava fazendo imagens da reunião. – Só para cumprir o regimento interno desta casa, eu pediria para aquela senhora que está com a máquina ali que ela não está devidamente inscrita que a senhora abaixe a máquina se não eu sou obrigado a parar a reunião pra dar andamento só quando a senhora deixar de usar a máquina, disse Araújo. – É proibido registrar a sessão?, perguntou a advogada. – A senhora tem de se inscrever até as 5 horas (17h) como diz o regimento, disse Araújo – Mas eu não sou membro da imprensa, rebateu Silvia. – Não, qualquer que esteja no plenário, disse Araújo. – Tá ok, acatou a cidadã e abaixou a máquina conforme exigia o presidente. As imagens do diálogo ficaram registradas. Após cumprir a ordem de “baixar a câmera” a advogada a manteve ligada e toda a reunião, assim como a sessão de votação que aconteceu em seguida, ficaram registradas em áudio. Transcorridos cerca de 30 minutos das falas dos convidados, Paulo Araújo disse que “democraticamente” estava concedendo cinco minutos para que alguma pessoa das cerca de 10 presentes ao local pudesse expor opinião contrária. O vereador Claudio Nazário justificou então seu posicionamento contrário explicando que a Câmara fez um levantamento das despesas decorrentes do aumento para 13 vagas e chegou a conclusão que o gasto com salários dos vereadores a mais vai comprometer o orçamento do legislativo. Paulo Araújo rebateu dizendo que o estudo foi feito com base num orçamento municipal de R$ 50 milhões. “No ano que vem a arrecadação será de R$ 75 milhões. E o aumento de vereadores só acontecerá em 2013”, disse Araújo. Claudio Nazário explicou a Araújo que os 7% que cabem à Câmara não são calculados sobre todo o Orçamento. Paulo Araújo fez um expressão de surpresa, parecendo não entender.

Contas irregulares podem tirar ex-prefeitos da disputa em 2012

Irregularidades nas prestações de contas poderão tirar quatro ex-prefeitos do litoral do Paraná da disputa eleitoral em 2012: Mario Roque (Paranaguá), José Ananias dos Santos (Guaratuba), Francisco Carlim dos Santos “Xiquinho” (Matinhos) e Munira Peluso “Mônica” (Antonina). Os quatro são considerados “bons de voto”. Apesar das incertezas, Ananias, Xiquinho e Mônica ainda são apontados como os mais fortes adversários dos prefeitos que tentam a reeleição: Evani Justus (Guaratuba), Eduardo Dalmora (Matinhos) e Carlos Augusto Machado “Canduca” (Antonina). Mario Roque está entre os favoritos nas últimas pesquisas junto com Alceuzinho Maron e o candidato que será apoiado pelo atual prefeito José Baka Filho – que cumpre o segundo mandato e por isto não disputará. A lista oficial dos gestores com contas julgadas irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE) deve ser divulgada em junho de 2012 com os nomes dos quatro ex-prefeitos. A relação é enviada ao Tribunal Regional Eleitoral que decide pela inelegibilidade ou não dos gestores. Em muitos municípios do Brasil afora ainda há expectativa sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito do alcance da Lei da Ficha Limpa. Para o Litoral do Paraná a decisão não faz diferença. Todos os ex-prefeitos apontados como pré-candidatos seriam alcançados pela lei anterior, que estabelece inegibilidade por cinco anos. Leia abaixo o que o STF ainda não decidiu sobre a Lei da Ficha Limpa. Contas reprovadas Ananias teve as contas de sua gestão, do exercício de 2003, rejeitadas pela Câmara Municipal de Guaratuba em abril de 2010, pelo placar apertado de cinco votos a quatro. Houve recurso na própria Câmara, que manteve a decisão. Mônica também teve as contas do exercício de 2003 rejeitadas pelos vereadores, em votação realizada no mês de outubro de 2011, pelo placar de 7 votos a 1 e com uma ausência. Em novembro, ela obteve da Justiça a suspensão da decisão. A Câmara recorreu. Xiquinho teve as contas de 1997 e 2004 consideradas irregulares. Além disso, em novembro de 2010, o TCE condenou o ex-prefeito de Matinhos a devolver mais de R$ 200 mil por irregularidades na construção do Ginásio de Esportes, uma obra iniciada em 1999 e encerrada sem ter sido concluída em 2001. Xiquinho é o único que aparece na lista de irregularidades do TCE divulgadas em 2010. Mario Roque tem contas reprovadas referentes aos anos de 2001 (julgadas irregulares em 2009) e de 1997 (julgadas em 2009). Em outubro de 2011, o TCE o condenou a devolver dinheiro de uma compra de imóvel feita em sua administração no ano de 1997. Transferência de votos A situação dos aliados de três dos ex-prefeitos é diferente nas especulações sobre substitutos e transferência de votos. Em Guaratuba, o nome de José Ananias dos Santos Júnior – atual vice-prefeito, mas dissidente da prefeita Evani Justus – já circula como possível candidato de oposição em lugar do pai. Em Matinhos e Antonina, os aliados de Xiquinho e Mônica ainda não têm nomes fortes para substituí-los. A situação incerta de Roque o coloca numa posição semelhante ao do ex-prefeito de Guaratuba, Miguel Jamur – que está inelegível e não cogita disputar nova eleição. O apoio dos dois é considerado muito importante, mas se discute se o fato de tê-los no palanque traz ou tira mais votos. Multa do TCU Apontado como favorito numa eventual disputa em Morrtes com o atual prefeito Amilton Paulo da Silva, o ex-prefeito Helder Teófilo dos Santos por enquanto tem apenas uma multa, no valor de R$ 10 mil, aplicada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Discussão no Supremo não afeta ex-prefeitos do Litoral A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº135) está em vigor desde junho de 2010 e vale para as eleições de 2012. Isto não se discute. A Lei da Ficha Limpa altera pontos da Lei Complementar nº 64, de 1990, que estabelece os casos e os prazos de inegibilidade e cassação de direitos políticos. A LC 64 já estabelecia a inegibilidade dos gestores que tiveram suas contas rejeitadas. O que muda na Lei da Ficha Limpa é que o prazo de inegibilidade aumentou de 5 para 8 anos. O prazo começa a contar a partir da condenação pela Justiça ou rejeição das contas pelas câmaras municipais. O que o Supremo Tribunal Federal ainda discute é se os efeitos da Lei da Ficha Limpa alcançam as condenações ocorridas antes de 2010, ou seja, se os políticos condenados antes da nova lei ficariam inelegíveis por cinco ou oito anos. O Correio do Litoral.com consultou fontes do TCE, juristas, jornalistas e analistas políticos. Não foram ouvidos nenhum dos pré-candidatos citados nem seus opositores. O jornal está à disposição de ouvir os envolvidos de ambos os lados.

Ministério Público pede cassação dos nove vereadores de Guaratuba

A juíza Giovanna de Sá Rechia suspendeu o aumento salarial dos vereadores de Guaratuba, atendendo liminar da ação civil pública movida pelo promotor de Justiça, Rui Riquelme de Macedo. O promotor pede no final do julgamento a cassação do mandatos dos vereadores Paulo Eder Araújo (PSC), Ilson Rhoden Fleck (PR), Natanael “Nato” Correia de Araújo (PTdoB), Ana Maria Correia da Silva (PTdoB), Claudio Nazário (PSDB), Cezar Marinheiro (PSDB), Sergio Alves Braga (PSB), Laudi “Tato” Carlos de Santi (PT) e José Carlos Gonçalves “Joia” (PTN). Os nove também podem perder os direitos políticos pelos próximos cinco ou oito anos por improbidade administrativa. O aumento dos próprios salários foi proposto pelo presidente Paulo Araújo através de projeto de resolução. Segundo o projeto, o aumento de 11,79% baseou-se no IPCA/IBGE entre “março de 2010 e março de 2011”. A resolução foi aprovada por unanimidade numa única sessão extraordinária realizada a portas fechadas, às 10h da manhã, do dia 19 de outubro. O aumento teve efeito retroativo a 1º de outubro. Paulo Araújo passou a ganhar R$ 6.148,45. O vice-presidente, R$ 5.030,55; o 1º secretário, R$ 4.806,97, a 2ª secretária, R$ 4.695,18; e os demais vereadores, R$ 4.136,23. Na ação civil pública, o promotor argumenta que o aumento fere a Constituição Federal no artigo 29, que estabelece que o subsídio dos vereadores deverá ser fixado na legislatura anterior. O promotor também aponta ilegalidade na indexação dos subsídios a índice inflacionário. Por fim, Rui Riqueleme argumenta que é ilegal a alteração salarial através de Resolução. Conforme o artigo 37 da Constituição Federal, tanto o salários do servidores públicos quanto os subsídios de detentores de cargos eletivos somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica. “Quis a Câmara Municipal de Guaratuba, de forma engenhosa, na contra-mão da estabilidade econômica nacional, voltar ao sistema de indexação salarial e aos índices inflacionários, prática no mínimo abusiva, contrária ao ordenamento jurídico e ao sistema democrático, ainda mais quando os próprios vereadores reajustam seus subsídios através de uma simples canetada”, aponta o promotor. De acordo com Rui Riquelme, a atitude dos nove vereadores de Guaratuba enquadra-se nos crimes previstos no artigo 10 da Lei de Improbidade Administrativa, cujas sanções estão previstas no parágrafo II do artigo 12: II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos; No pedido de liminar o promotor aponta que “uma vez paga a verba referente ao aumento da resolução, dificilmente o erário será indenizado se a presente ação for julgada procedente”. Além de deferir o pedido liminar e suspender imediatamente o aumento, a juíza Giovanna de Sá Rechia mandou intimar os vereadores para que apresentem defesa escrita.

Morre o multimídia Carlinhos do PT

Foi encontrado morto nesta quarta-feira (3), Carlos Alfredo Gomes, em sua casa, em Curitiba. Colaborador do Correio do Litoral, “Carlinhos” como era conhecido, foi um dos fundadores do PT no Paraná. Era um militante em tempo integral, mas nunca ocupou cargo de dirigente, em governos petistas ou mesmo em assessoria de parlamentares. Idealista, radical e extremamente ético, Carlinhos participou de diversos movimentos sociais, geralmente sem remuneração. É autor do livro “O petróleo é nosso – A Campanha no Paraná” e estava pesquisando com tinha sido a campanha em Santa Catarina. Morreu sem recuperar um grande acervo de fotografias que fez da campanha contra a privatização da Copel, que acusava que teria sido roubada por um conhecido fotógrafo curitibano. Trabalhou na imprensa, tendo sido diagramador, fotógrafo e redator. Voluntariamente, fazia revisões dos textos do Correio do Litoral.com. Também articulou a participação de colaboradores no jornal impresso e no site. Carlinhos era uma espécie de conselheiro editorial coerente e radical. Um personagem inigualável na imprensa e na política paranaense. Carlinhos se tornou o fotógrafo oficial das oposições na luta contra a privatização da Copel, em 2001. Ele era irmão do advogado Samuel Gomes, ex-presidente da Ferroeste, e do desembargador Guilherme Luiz Gomes. Recentemente, elaborou um extenso estudo (não publicado), sobre a construção da malha ferroviária e a privatização das ferrovias brasileiras.

Câmara Municipal de Guaratuba institui “cercadinho” dos vereadores

Desde segunda-feira (24) os cidadãos estão proibidos de cruzar o muro que separa o plenário do espaço reservado ao público na Câmara Municipal de Guaratuba após as plenárias. A medida foi instituída pelo presidente Paulo Araújo (PSC) para impedir acesso da imprensa, mas atinge a todos. Nenhum vereador contestou a decisão. Além de criar o “cercadinho”, apelido dado pelas poucas pessoas presentes à reunião desta segunda, Araújo exigiu que todos os jornalistas que quisessem fazer perguntas aos vereadores preenchessem um cadastro antes da sessão. Mesmo com o cadastro, eles não poderiam cruzar o cercadinho, nem depois da sessão encerrada. Algumas pessoas que não atuam na imprensa também tiveram que se identificar na entrada da Câmara. Um funcionário dirigia-se a cidadãos escolhidas a dedo pelo presidente e informava que eles deveriam preencher uma ficha se quisessem conversar com os vereadores. “Casa da mãe Joana” As novidades foram adotadas antes da sessão, mas só foram formalizadas pelo presidente no final. Araújo lamentou que “os incidentes ocorridas no dia 17” tenham repercutido na imprensa de todo o país. Ele se referia à notícia da agressão que cometeu contra este repórter. Lendo dispositivos do Regimento Interno da Câmara que nunca foram utilizados, o presidente disse que tem poder de polícia e que pode mandar prender e determinar que funcionários “usem a força” contra a pessoas se sentir que sofreu desacato à sua autoridade. A declaração pode ser o primeiro reconhecimento disfarçado de que houve “uso da força” na agressão que ele mesmo cometeu. Os demais vereadores ouviram as ordens do presidente em silêncio respeitoso. Alguns baixaram a cabeça e não a levantaram nem quando Araújo,em voz solene, concluiu: “Aqui não é a casa da mãe Joana”. Regimento oculto Os artigos lidos por Araújo, assim como o próprio Regimento Interno da Câmara, não são divulgados para o público. Sequer consta do site oficial da Câmara. O site também não publica o resultado das votações. Nos textos sobre as sessões, escondido no link “Plenárias”, são informados apenas os expedientes recebidos, as proposições (indicações de obras e serviços) e um resumo editado da fala dos vereadores na “Palavra Livre” e nas “Considerações Finais”. O resultado das votações e o conteúdo dos projetos também não constam das “atas resumidas” lidas e votadas no início das plenárias. Notícia escancarada Uma exceção foi a votação do aumento do salário dos próprios vereadores. O aumento foi votado a portas fechadas na quarta-feira (20), na sala de reuniões, num canto do prédio cujo acesso está restrito desde a semana passada. Também aconteceu pela manhã ao invés da noite, como é costume. O aumento de 11,79%, proposto pelo próprio presidente, elevou seus ganhos mensais para R$ 6.148,45 e para R$ 4.136,23 aos vereadores sem cargo na Mesa Diretora. O aumento é retroativo ao dia 1º de outubro. Araújo fez tudo para esconder o assunto e chegou a votar na segunda-feira (17) um parecer favorável ao projeto, sem citar o número nem o conteúdo. A votação não conta da “ata resumida” nem do texto publicado no site. A reação violenta contra a tentativa deste repórter esclarecer o assunto acabou por provocar a divulgação do aumento salarial dos vereadores de Guaratuba na imprensa de todo o país. Em virtude disto, a leitura da ata da sessão reservada acabou informando que o aumento foi aprovado por unanimidade. De forma inédita, o nome de todos os vereadores que a aprovaram foram lidos em plenário. Aumento para os professores A realização da sessão escondida acabou por deixar de divulgar a aprovação de mais um reajuste para os professores municipais. A aprovação do projeto da prefeita Evani Justus (PSDB) promoveu um ganho real no salários dos professores, segundo o vereador Ilson Rhoden Fleck (PR) informou ao Correio do Litoral.com. O vereador foi o principal articulador dos aumentos para os professores e para os demais servidores municipais.

Presidente da Câmara agride e manda prender repórter do Correio

O presidente da Câmara de Vereadores de Guaratuba, Paulo Éder de Araújo (PSC), agrediu o jornalista Gustavo de Aquino, do Correio do Litoral, enquanto este tentava obter informações sobre o aumento do salário dos vereadores. Araújo apresentou, no dia 10, um projeto de reajuste salarial de 11,79% para os vereadores e de 10,8% para os servidores do legislativo. Na sessão de segunda-feira, 17, a Câmara aprovou o parecer das comissões e Araújo encaminhou desta forma a votação: “Em discussão parecer das comissões de Justiça e Redação e de Finanças e Orçamento ao projeto de resolução… em votação… aprovado”. Não foram lidos os conteúdos do projeto e dos pareceres, nem a súmula, espécie de resumo, como é de praxe. Após o término do sessão, o repórter do Correio dirigiu-se a Araújo para perguntar que projeto estava sendo discutido e qual o conteúdo dos pareceres. O presidente disse para o repórter procurar a Assessoria de Comunicação. O repórter então foi buscar informações com o presidente da Comissão de Finanças, Ilson Rhoden “Fleck” (PR). Enquanto aguardava Fleck atender outras pessoas, procurou Araújo novamente, que já havia saído da Câmara, retornado, e circulava no espaço destinado ao público: – Presidente, você não vai mesmo me dizer que projeto foi votado? É o do reajuste dos vereadores, né?, insistiu o repórter. – Não falo mais com você depois do que você escreveu na Gazeta do Povo, respondeu Araújo. – Correio do Litoral, presidente. Eu não trabalho na Gazeta do Povo. Trabalho no Correio do Litoral.com… – Mas você escreveu pra Gazeta…E se insistir eu lhe dou voz de prisão por desacato. Eu não tenho medo da imprensa. Aqui eu sou autoridade!, vociferou Araújo. De acordo com Aquino, a ameaça não pareceu ser séria, “de tão despropositada”. – Então me prenda, disse o repórter, dando as costas ao presidente e se dirigindo ao vereador Fleck. Foi aí que entrou em cena o assessor de Comunicação da Câmara, Edson Luiz Gomes: – Para você se dirigir ao presidente você tem que fazer cadastro na Diretoria Geral, disse o assessor ao repórter. – Que bobagem... Mas só posso fazer isto quando a Câmara abrir, amanhã. Agora me deixe trabalhar porque eu preciso informar os leitores que projeto misterioso é esse que está sendo votado, respondeu o repórter. – Você é um idiota, disse o assessor. – O que? Eu estou fazendo uma reportagem, e vou publicar esta sua “declaração”, rebateu Aquino. – Se você publicar isto você vai se ferrar, reagiu o assessor. Araújo veio então em direção ao repórter e disse para ele se retirar da Câmara. – Retirem ele à força, disse Araújo, se dirigindo aos funcionários que acompanhavam a situação de longe. – Chame a PM, completou Edson Luiz Gomes. Como os funcionários relutavam em “usar a força”, Araújo agarrou o braço do repórter e deu alguns puxões. – Ô presidente, você está me machucando, disse o repórter. – Retire ele, disse Araújo, chamando um dos funcionários pelo nome e segurando o braço do repórter com mais força. – Vamos Gustavo, é melhor… afirmou educadamente o funcionário. Araújo então soltou o braço do repórter e este se retirou da Câmara acompanhado até a porta por um funcionário. Aumento para vereadores poderá ser votado nesta quarta-feira, dia 19 Do lado de fora da Câmara, o jornalista pode então realizar seu trabalho. Fleck concedeu entrevista e confirmou que se tratava do aumento do subsídio dos vereadores. O vereador explicou que o Departamento Jurídico deu parecer favorável ao projeto e as duas comissões votaram “pela legalidade” da proposta, sem entrar no mérito da conveniência do aumento salarial. O projeto de resolução que aumenta os salários da Câmara deve ser votado em sessão extraordinária, nesta quarta-feira (19). O aumento será retroativo ao início de outubro para valer para o próximo pagamento. Paulo Éder Araújo, que recebe R$ 5.500,00, terá o salário aumentado para R$ 6.148,45. O vice-presidente, passará para R$ 5.030,55; o 1º secretário, R$ 4.806,97, a 2ª secretária, R$ 4.695,18; e os demais vereadores, R$ 4.136,23.

Coleta seletiva pode ampliar vida útil do aterro de Guaratuba para 30 anos

O novo lote que está sendo implantado no aterro sanitário de Guaratuba terá uma vida útil estimada de 20 anos, mas que pode chegar a 30 anos se houver incremento na coleta seletiva. A avaliação é do diretor do Departamento Municipal de Meio Ambiente de Guaratuba, Vicente Variani. Segundo ele, nos últimos três anos, a prefeitura triplicou a coleta de material reciclável, mas é possível melhora Variani e o diretor-executivo do Instituto das Águas do Paraná (Águas Paraná), Everton Luiz da Costa Souza, apresentaram nesta segunda-feira (3), na Câmara de Vereadores, o projeto de implantação do Lote 2 no aterro situado no Jardim Santo Amaro. O diretor de Meio Ambiente explicou que o aumento da conscientização da população na separação do lixo poderá ampliar em até dez anos a vida útil do aterro, caso ele receba apenas lixo que não pode ser reciclado. O vereador Claudio Nazário (PSDB) questionou então a deficiência na coleta seletiva, que não chega à maioria das ruas. Variani reconheceu que o sistema “não é 100%”. “Quando a prefeita Evani Justus e sua equipe assumiram, em janeiro de 2009, eram coletados 300 quilos de lixo reciclável por dia; hoje nós coletamos perto de 1 tonelada”, disse o diretor. Segundo ele, o ideal seria adquirir mais um caminhão para fazer o serviço que é feito por um só. Lixo per capita abreviou vida útil Na explanação feita aos vereadores, Vicente Variani contou que o aterro foi implantado em 1999 para substituir o lixão situado no bairro Mirim. Desde o início, estavam previsto três lotes, cada um com vida útil estimada em 15 anos. “Na época, a produção média de cada pessoa em Guaratuba era de 500 gramas de lixo por dia e hoje é de 900 gramas”, disse o diretor para explicar porque o lote 1 esgotou-se em dez anos. Como paliativo, em 2009, a prefeitura criou um sexta camada de acomodação de lixo, uma a mais do que o previsto. Esta medida esgotou-se em plena temporada de verão 2010-2011. No final de janeiro de 2011 foi necessário, emergencialmente, implantar uma área provisória para acondicionamento do lixo. A área chegou ao limite. Ampliação ficará pronta em 8 meses As obras no aterro sanitário começaram na semana passada e devem durar oito meses. O custo, estimado em R$ 2 milhões, será bancado pelo governo estadual. A prefeitura participa com a hospedagem e alimentação dos funcionários, além da cessão da equipe técnica que ficará a disposição do Águas Paraná e Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná), que sãos órgãos encarregados da execução. De acordo com Variani, poucos municípios estão recebendo o privilégio de uma obra bancada totalmente pelo Governo do Paraná. O geólogo Everton da Costa Souza acrescentou que todos os órgãos estaduais colaboraram na agilização da obra, como o IAP (Instituto Ambiental do Paraná (IAP), que concedeu o licenciamento. Segundo o diretor do aterro, Élcio Adélio Veiga, em dez dias, parte do lote 2 já pode receber lixo coletado na cidade. Com novas tecnologias, a vida útil prevista é de 20 anos mas pode ser de 30. Operação Verão terá 3 caminhões para recicláveis O diretor do Águas Paraná anunciou aos vereadores, que a coleta de lixo durante a Operação Verão, que começa no dia 16 de dezembro e termina na semana após a Quarta-feira de Cinzas, contará com dois caminhões de coleta seletiva contratados pelo governo estadual, ao invés de um. Com o caminhão a prefeitura, serão três operando. Segundo ele, serão os mesmo nove caminhões compactadores para a coleta geral. Variani explicou, então, que durante a temporada há um aumento de 100% na produção de lixo reciclável – de 40 para 80 toneladas por mês – mas de 500% no lixo comum – de 600 para 3.600 toneladas mensais. Ou seja, o governo deveria aumentar o número de caminhões compactadores. Costa Souza reconheceu que a empresas que fazem a coleta no verão são orientadas a “recolher tudo” com os caminhões compactadores, inclusive os recicláveis, para evitar acúmulo de lixo nas calçadas. Isto pode explicar, em parte, a disparidade nos números apresentados por Variani.

Câmara arquiva Comissão Processante sem nenhum voto contra

Câmara de Vereadores de Guaratuba arquivou, nesta segunda-feira (29) a denuncia que motivou a criação de Comissão Processante contra a prefeita Evani Justus (PSDB) uma semana antes. O pedido de arquivamento foi apresentado pelo vereador Ilson Rhoden “Fleck” (PR), nomeado no mesmo dia como líder da prefeita. A proposta foi assinada por mais cinco vereadores: Laudi Carlos de Santi “Tato” (PT), Sérgio Braga (PSB), Natanael Correia de Araújo “Nato” (PTdoB), Cezar Marinheiro (PSDB) e Ana Maria Correia (PTdoB). Os seis deram os votos necessários, já que a proposição precisava de 2/3 dos 9 votos da Câmara. Claudio Nazario (PSDB) faltou à sessão. O presidente da Câmara, Paulo Éder Araújo (PSC) tentou salvar sozinho a Comissão Processante que ele mesmo criou. Tentou encaminhar o pedido de arquivamento à Comissão de Redação e Justiça para ser votado na semana seguinte. Perdeu no voto. Tentou criar um comissão especial para analisar o pedido na quarta-feira. Perdeu. Por fim, teve de submeter o pedido ao plenário e, como só pode votar em caso de empate, não obteve nenhum voto a favor da comissão. José Carlos Gonçalves “Joia” (PTN), voto tido como certo pela manutenção da comissão, na hora de votar surpreendeu: “Me abstenho”, disse. Foi vaiado assim mesmo pelo público, composto na maioria por funcionários da prefeitura e do Instituto Confiancce. Cópia de denúncia serviu de base A Comissão Processante foi criada na segunda-feira (19) numa manobra rápida de Paulo Araújo, que contou com a omissão dos vereadores da maioria situacionista. O presidente iniciou a sessão daquele dia com a leitura da cópia de uma extensa denúncia encaminhada pelo pescador Sérgio Vieira Peres “Banana” ao Fórum local. Na ação popular, “Banana”, denuncia suposta irregularidade na licitação vencida pela Oscip Instituto Confiancce para gerir mais de R$ 3 milhões por ano no setor de saúde do município. O único indício apresentado foi o fato de a funcionária comissionada do município e presidente da Comissão de Licitação, Luciana Reis, ter se demitido da prefeitura logo após a homologação do resultado e ter sido contratada em seguida como assessora jurídica da Confiancce. A ação popular pede a suspensão do contrato com a Oscip, o impedimento da assinatura de uma aditivo ao contrato que está vencendo e a devolução do dinheiro pago. Além da advogada, são denunciados a prefeita Evani Justus e seu marido, Gil Justus, que na ocasião da licitação acumulava as funções de secretário de Finanças, Administração, Planejamento e de Saúde. Após longa leitura da denúncia, Paulo Araújo colocou em votação o recebimento da denúncia, que foi aprovado por unanimidade. Com a aprovação, fez uso de suas prerrogativas de presidente e instalou a Comissão Processante contra a prefeita e o secretário. Em seguida, foram sorteados os membros, sendo escolhidos Nato, Tato e Joia. Nem chegaram a escolher os cargos de presidente de relator. Apoio ou surpresa? Durante o rápido procedimento, nenhum vereador defendeu ou criticou a criação da Comissão Processante. Fleck foi à tribuna apenas para dizer que esperava a apuração completa dos fatos e defender que os interesses políticos não se sobrepusessem ao trabalho de investigação. Sergio Braga declarou que apoiava a decisão do presidente, mas que considerava incorreto o tipo de comissão. Segundo ele, a opção mais correta seria instalar uma Comissão de Investigação, que daria melhores condições de apurar os fatos e não teria um processo tão rápido quanto a processante. Ao Correio do Litoral, Braga disse que a decisão apressada iria “bater na trave”. A inconsistência para criar uma comissão processante foi o argumento principal do pedido de arquivamento apresentado por Fleck. De acordo com o pedido, a denúncia apresentada na Câmara não passa de cópia de uma inicial de ação popular que sequer fora recepcionada pela justiça. Também não aponta infração político-administrativa cometido pela prefeita e sequer permitiu que ela se defendesse. Bancada recomposta O Correio do Litoral apurou que a estratégia inicial dos articuladores políticos da prefeitura era deixar que a comissão criada por Araújo se esvaziasse naturalmente e, então, criar uma Comissão de Investigação que, supostamente, iria confirmar que nenhuma irregularidade foi cometida. A recomposição da bancada de situação com dois terços do votos coincidiu com a mudança de estratégia. O “rolo compressor” do arquivamento por seis votos e uma abstenção coincidiu com a indicação de Fleck na liderança do governo e uma vitória dos vereadores numa aparente queda de braço com o primeiro escalão: a retirada do projeto de reescalonamento dos servidores, que daria aumentos de pouco mais de 4% e a concessão de um reajuste pela inflação para todos os servidores