Seminário em Guaratuba nesta terça vai esclarecer dúvidas e mitos sobre mudanças climáticas

O biólogo, doutor em microbiologia e divulgador científico Atila Iamarino estará nesta terça-feira (6), em Guaratuba. Ele realiza na cidade a edição do Litoral dos seminários “Mudanças Climáticas e COP30”, uma iniciativa da Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec.
O evento será no dia 6 de maio, das 14h às 16h, na Pousada Fecep, na Rua Reo Benet, 945, no balneário Eliana. As inscrições, gratuitas, estão abertas no link: https://www.sympla.com.br/evento/seminario-de-mudancas-climaticas-e-cop-30/2901573.
São esperados representantes dos sete municípios da região: Antonina, Guaraqueçaba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. No total, são 21 encontros no total, abrangendo mais de 400 municípios de todos os Núcleos de Cooperação Socioambiental.
Iamarino expõe de maneira clara dados científicos sobre o aumento da temperatura no planeta nos últimos anos, devido à ação humana, e suas consequências. Ele também aborda a importância da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em novembro, na cidade de Belém (PA), para buscar soluções que minimizem o impacto de emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) na atmosfera da Terra, um dos motivos da mudança no clima.
“Mudanças climáticas são as consequências de um fenômeno que a gente já sabe que acontece há mais de um século, que é a emissão do dióxido de carbono acumulando calor na atmosfera”, explica Iamarino, reforçando que a produção desse gás vem crescendo a cada ano. “As mudanças são inequívocas; sabemos que estão acontecendo pela observação de chuvas, de neve, de degelo, de temperatura média de evaporação da água. E o único fator que a gente consegue usar para explicar por que que o clima mudou é a ação humana.”
Reversão
De acordo com Iamarino, algumas mudanças são irreversíveis; parte do clima mudou e vai continuar mudando por milênios, só por conta do que já está na atmosfera. “Mas muito do que nós fizemos pode ser revertido com a redução da emissão de gás carbônico e a reabsorção de parte do que foi emitido”, afirmou.
“No Brasil, a nossa emissão está muito vinculada ao uso do solo para a agricultura e ao desmatamento. Adotar outras medidas de agricultura e reflorestar parte do que foi destruído pode ser ajudar muito nesse processo”, completou.
Testemunhos
A engenheira ambiental Juliane Magersky, representante do Consórcio Intermunicipal Caiuá Ambiental (Cica), que reúne 19 municípios da região Noroeste do Paraná, participou do seminário em Paranavaí. Para ela, “o seminário foi de grande enriquecimento, porque ele veio derrubar mitos e trazer dados, tanto atuais quanto históricos, que comprovam as mudanças climáticas que o mundo inteiro está passando”, falou.

Uma das participantes do seminário em Maringá foi a professora Suelen Cristina Huber, do Instituto Federal do Paraná, campus Ivaiporã. No evento, ela apresentou um projeto de desidratador de frutas à luz solar – uma forma sustentável de contribuir com a agricultura familiar e o aumento de renda do pequeno produtor. “A energia para produzir um alimento é cara; são muitos custos envolvidos. Ao desidratar, estamos evitando perdas alimentares e contribuindo para evitar a emissão do dióxido de carbono, que está envolvido com todas as mudanças climáticas no planeta”, informou.
O estudante Paulo Mendonça Rodrigues participou do seminário com um grupo do Instituto de Educação Estadual de Maringá. “Foi uma palestra bem interessante, porque explicou o que a gente vai ter que fazer pelo nosso próprio planeta. Como ele [Atila] falou, esses últimos dois anos foram os anos mais quentes de todos os tempos, mas os próximos anos serão os mais frios, e só tende a piorar. Nós cada vez mais vamos ter que batalhar pelo nosso planeta.”


A estudante Natalie Fernanda Lopes de Souza, também do Instituto de Educação Estadual de Maringá, concordou: “Cada vez está ficando mais quente, as mudanças climáticas estão acontecendo e é um assunto que temos que conhecer. E ele também falou sobre o crescimento das árvores, como é que funciona, como a seca está impactando o planeta, foi ótimo”.
Os seminários integram as ações do Convênio de Governança Participativa para a Sustentabilidade, executado por meio do programa Itaipu Mais que Energia, e estão alinhados às diretrizes do Governo Federal para o enfrentamento da crise climática e o fortalecimento da educação ambiental. Além disso, a realização dos seminários conta com o apoio de prefeituras, universidades e diversas instituições.
Programação
A programação segue nesta quarta-feira (30), em Ponta Porã (MS). Em maio, os eventos retornam ao Paraná, com passagens por Guaratuba (06/05), Curitiba (07/05), São José dos Pinhais (08/05) e União da Vitória (09/05). Na segunda quinzena do mês, o cronograma inclui Tibagi (20/05), Irati (21/05), Guarapuava (22/05) e Laranjeiras do Sul (23/05). Nos últimos dias de maio, os encontros acontecem em Santo Antônio da Platina (27/05), Cornélio Procópio (28/05), Londrina (29/05) e Apucarana (30/05).
Já em junho, a jornada se encerra com atividades em Campo Mourão (03/06), Pato Branco (04/06) e Assis Chateaubriand (05/06). As inscrições estão abertas no link: www.sympla.com.br/evento/seminario-de-mudancas-climaticas-e-cop-30/2901573.