Denarc prende dez traficantes e desarticula quadrilha no Litoral
O tráfico de drogas no litoral do Paraná sofreu um forte golpe nesta sexta-feira (27/10). Integrantes da principal quadrilha responsável por abastecer a região foram alvos de uma operação coordenada pela Divisão de Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil.
Dez pessoas foram presas no dia. Drogas, armas, munição, cerca de R$ 5 mil em dinheiro e balanças de precisão foram apreendidos. Três pessoas estão foragidas.
Ao longo das investigações, outras nove pessoas haviam sido presas – totalizando 19 criminosos – e cerca de 100 quilos de drogas entre maconha, cocaína e crack saíram de circulação.
Sessenta policiais participaram da ação para cumprir 52 mandados judiciais – sendo 22 de prisão, 24 de busca e apreensão e outros seis de sequestro de veículos utilizados pela organização criminosa. Os alvos estavam em Curitiba, Paranaguá, Matinhos, Pontal do Paraná e na cidade de Pato Bragado, região Oeste do Paraná.
“Mais uma vez a Denarc age com extremo profissionalismo, aplicando os princípios de ação controlada, identificaram as lideranças, descobriram as rotas, efetuaram flagrantes, identificaram o patrimônio da quadrilha, ou seja, uma operação completa que de fato vai de fato interromper a ação”, avaliou o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
“Em relação a essas facções que atuam no Brasil inteiro e no Paraná também, é importante manter ações como essa. Além do acompanhamento das comunicações e das ações da facção, é importante identificar e interromper a atividade do trafico. Só assim vamos acabar com o financiamento das atividades das facções. E foi exatamente esse o objetivo da ação deflagrada hoje”, acrescentou o secretário.
Três dos mandados foram cumpridos dentro do sistema penitenciário. Um dos alvos foi Rafael Rodolfo de Castro, vulgo Some – apontado pela Denarc como chefe da quadrilha. Preso na Penitenciária Estadual de Piraquara, ele já foi condenado pelos crimes de roubo, latrocínio, porte de armas e tráfico de drogas. Some teria função de liderança dentro de uma organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios.
Toda a negociação para a compra da droga e o comando e coordenação dos pontos de venda no Litoral passava por ele. Na mesma cela de Some, estava Wagner José Vital, vulgo Psico, que seria sócio de Some. Psico foi condenado pelos crimes de falsificação de documento público, homicídio e tráfico de drogas.
“De dentro da penitenciária toda a logística era organizada. Essa droga vinha de Foz, comprada de outro preso, chegava a Curitiba e era transportada por outro integrante que a levava para ser distribuída no litoral. Era uma quadrilha muito ativa. O líder se intitulava o rei de Pontal do Paraná, em relação ao comércio de drogas”, explicou a delegada Camila Cecconello
Era Alessandro da Silva Oliveira, vulgo Caixão, detido na Penitenciária de Foz do Iguaçu e com condenações pelos crimes de homicídio e tráfico de drogas, que enviava drogas para diversos traficantes dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Litoral, o encarregado de atender as ordens de Some e coordenar o tráfico de drogas é João Geraldo Oliveira Silva, mais conhecido como “Véio”. Ele, que tem passagem pela polícia por tráfico de drogas, tinha como função dentro da quadrilha articular toda rede criminosa de distribuição de entorpecentes no Litoral.
“Véio” recebia quinzenalmente a droga enviada por Some de Curitiba para o Litoral. As pessoas responsáveis por este transporte também foram alvos de mandados de prisão.
Participaram da operação policiais civis da Denarc de Curitiba, de Ponta Grossa e de Cascavel, do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Delegacia de Paranaguá.