Morre juíza Priscilla Shoji Wagner, aos 34 anos
Morreu neste sábado (12), a juíza Priscilla Shoji Wagner, de 34 anos, que já atuou na Vara Cível de Guaratuba.
O sepultamento foi na tarde deste domingo, no Cemitério Evangélico Luterano de Curitiba, no Alto da Glória. Atualmente era juíza da Vara de Família e Sucessões, Infância e Juventude do Foro Regional de Piraquara. Atuou nos projetos de Justiça nos Bairros.
Em Guaratuba, onde atuou entre março de 2009 e março de 2011, uma decisão dela que repercutiu positivamente na população foi notícia no Correio do Litoral.com . Em dezembro de 2009, concedeu liminar para suspender uma audiência pública marcada as pressas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão do Ministério do Meio Ambiente, para referendar a criação do Parque Nacional da Guaricana. A medida trouxe um alívio à comunidade rural que reclamava que o órgão federal não havia ouvido a população ao estabelecer os limites do parque.
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Guilherme Luiz Gomes, decretou luto oficial nas repartições judiciárias do Estado.
Associação dos Magistrados do Paraná emite nota de homenagem
Magistrada há oito anos, com 34 anos de idade, Priscila Shoji Wagner deixa exemplo para todos de competência, determinação e comprometimento. A paixão pela magistratura fez com que esta nobre e aguerrida juíza estivesse sempre presente na vida dos jurisdicionados, nas Comarcas por onde passou.
Um dos seus maiores desejos era retornar ao trabalho e concretizar sonhos como assumir efetivamente sua titularidade em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba e na mesma localidade, implantar projetos como o Núcleo de Conciliação na área de família e uma brinquedoteca para as crianças.
Também estavam em seus projetos lecionar na Escola da Magistratura do Paraná, convite este que foi efetivado pela diretoria da instituição, e que proporcionou à magistrada extrema felicidade. Para ela, isto possibilitaria passar a sua experiência e também valores ligados à responsabilidade social, trabalho este, que a magistrada desenvolvia já há muito tempo junto aos jurisdicionados. Participante ativa dos eventos do Justiça no Bairro, a juíza não media esforços para atender a população, sem descuidar do mister que é a atividade jurisdicional célere, efetiva e eficaz.
Destacava-se ainda pela sua humildade e sensibilidade, o que chancelava a sua preocupação em fazer o bem ao próximo.
Era uma entusiasta na solução de conflitos por meio da conciliação, não envidava esforços para trazer a pacificação social nas demandas. Característica ímpar que lhe rendia elogios e apreço por todos àqueles envolvidos no âmbito da Justiça. Mas, não apenas as partes envolvidas tinham este sentimento pela magistrada, sua equipe, colegas de trabalho, amigos e familiares também admiravam a docilidade desta juíza na condução de todos os trabalhos e afazeres.
A Amapar teve a honra de tê-la como associada. Permanecerá para sempre, na lembrança da magistratura paranaense, como exemplo a ser seguido, pela honestidade, sensibilidade, capacidade de trabalho e amizade.
Confira depoimentos de amigos que lhe renderam homenagem:
Priscilla Shoji Wagner: uma pessoa maravilhosa, trabalhadora, competente, amiga, calma, companheira…
Fica realmente difícil descrever, com poucas palavras, a grandiosidade do coração e da alma desta amiga e colega tão querida.
Mas vou relatar a felicidade que foi ter convivido, ainda que por pouco tempo, com um ser humano tão especial.
Fomos aprovadas no mesmo concurso, em 2005, quando fizemos o curso de iniciação funcional juntas.
Tomamos posse no mesmo dia, provavelmente o dia mais feliz de nossas vidas. A Pri fez o discurso… Foi maravilhoso, emocionante.
Nos reencontramos nas Varas Cíveis de Curitiba, em 2012/2013. Eu trabalhava na 9ª, e ela na 10ª Vara Cível, ambas como Juízas de Direito Substitutas.
Fiquei tão feliz em saber que seria a Pri quem iria para a 10ª Vara, ao lado da minha… E não foi por acaso.
Desde o primeiro dia, combinamos de ir ao lanche juntas…
E a Pri, já nos primeiros dias, conquistou a todos os colegas do Fórum Cível, com seu carisma inquestionável…
Eu costumava visitá-la no gabinete, no final do dia… E ela estava lá, no meio de milhares de pilhas de processos conclusos, sempre com a mesma calma… Tínhamos grande afinidade, pelo fato de gostarmos de cães, corridas de rua, viagens…
Nunca vi a Pri reclamar de nada, por pior que fosse a situação…
Infelizmente, esta doença retirou a Pri de nosso convívio… Mas ela nunca perdeu a esperança de se recuperar e voltar a trabalhar.
Até que, na noite do último sábado, veio a notícia que entristeceu toda a Magistratura paranaense. A Pri não estava mais com a gente.
Assim, o que fica é a lembrança de uma pessoa maravilhosa, e cujo exemplo deve permanecer para sempre guardado em nossas vidas.
Pri… Descanse em paz… E com a consciência tranquila de que você deixou exemplos a serem seguidos por todos.
Te amo. Juíza Cristine Lopes.
Perdemos uma querida amiga e a magistratura paranaense uma competente e dedicada Juíza. Uma pessoa doce, que encantava a todos a sua volta com a sua maneira alegre de viver. Tive a oportunidade de conhecê-la ainda durante o
concurso para ingresso na magistratura no ano de 2005 e de disfrutar de sua companhia numa viagem de estudos que fizemos com um grupo de juízes paranaenses em 2011, para Hamburgo, Alemanha. Sempre de bem com a vida,
adorava viajar, correr, estudar, trabalhar, enfim, curtir a vida. Vai tão cedo e tão repente, e nos deixa com muita saudade. Fica para nós um grande exemplo de que a vida deve ser vivida intensamente, não importando os obstáculos que apareçam.
Descanse em paz, amiga.
Juíza Beatriz Fruet.
Penso que…
A transformação só acontece quando podemos detectar e
extravasar o sentimento que reside internamente. Quando a
sensibilidade é aflorada por algo sublime como o carinho da amizade e com isto a admiração e o respeito.
A partir daqui surge a nossa transformação interna, passamos a aprender com o outro a nova sensação de existir que vem aos poucos sendo delineada pela magia do sorriso, do olhar, do calor do abraço, do acolhimento …de um grande aprendizado.
Acredito que a Dra.Pri como era carinhosamente chamada por todos do Projeto Justiça no Bairro operou mudanças significativas em nossas vidas. Sabendo que as mudanças não são tão corriqueiras, mas fazem parte do viver, pois é com elas que realmente aprendemos a maior de todas as lições – amar incondicionalmente. Quando amamos, sabemos compreender o outro, percebemos que nos grandes erros encontramos as grandes qualidades, na angustia recebemos o suporte para a caminhada, na dúvida a certeza da presença, na solidão a alegria de estar junto, na dor o remédio da esperança, na partida a certeza do encontro.
Sei que para Deus todos somos diamantes preciosos, por isto ele nos trouxe a este planeta para polirmos um ao outro. Em virtude da intensidade do nosso brilho ele nos encontra com facilidade. E de repente, mais do que repente ele percebe lá bem distante um brilho inconfundível – um dos seus diamantes preferidos chamado Priscila estava repleto da mais pura essência de AMOR.
Por entender a extensão do amor é que acredito que a vida se movimenta por ele, em torno dele e com ele. Por amor somos felizes, compartilhamos, nos doamos e perdoamos, por amor sonhamos e esperamos, por amor nascemos e por ele morremos.
A jovem magistrada deixou o legado da sua amizade e sabedoria e principalmente a serenidade com que atendia a tudo e a todos. O sorriso e olhar iluminado permanecerão em nossos corações e apesar da dor da saudade a certeza que ela voltou a brilhar na casa do pai eterno.