Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás vai abranger 6 ilhas da baía de Guaratuba
Espaço será liberado para pesquisas científicas voltadas para o cuidado com as aves e IAT vai coibir o acesso de barcos

O governo federal consentiu com cessão para o Estado de seis pequenas ilhas na Baía de Guaratuba que irão formar o Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás – Araçá, Garças, Perigo, Capim do Meio, Capim e Garcinha.
A nova unidade de conservação (UC) será de Proteção Integral, ou seja, com o objetivo de preservar a natureza, admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais com foco na preservação da biodiversidade local.
No caso do Refúgio dos Guarás, o espaço será liberado para pesquisas científicas voltadas para o cuidado com as aves. A administração será feita pelo Instituto Água e Terra (IAT), autarquia do governo estadual. A criação da UC foi anunciada no início de 2023.
“O Refúgio da Vida Silvestre dos Guarás já está situado em uma área de proteção permanente, que é a APA de Guaratuba. O que nós vamos fazer é um ordenamento, um controle de acesso para o monitoramento das aves. Afinal, elas já estão lá, aquele espaço é delas”, afirma o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto . “O que vemos é que muitos barqueiros encostam nessas ilhas e acionam as buzinas para que as aves voem e eles possam fazer fotos. Não é certo. É isso que nós vamos regrar”, acrescenta.
Os guarás desempenham um importante papel nos manguezais. A espécie é vista com maior incidência em Guaratuba (terra de muitos guarás) e Guaraqueçaba (lugar de guarás), nomes de origem indígena e que fazem referência à ave. “Esses animais desempenham um importante papel nos manguezais, colaborando com todo o ecossistema litorâneo”, diz o diretor.
LEGISLAÇÃO – Levantamento do Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do Instituto Água e Terra aponta a existência de 3.453 ilhas no Estado, sendo 2.835 fluviais, 354 marítimas, 65 mistas e 194 lacustres (lagos de água doce). A União é quem tem a titularidade sobre essas ilhas.
No caso do território da Baía de Guaratuba, que é atualmente o habitat dos guarás, o governo federal já concordou com o termo de cessão, que valerá por tempo indeterminado. A Secretaria de Estado do Planejamento está finalizando os trâmites para incorporação do patrimônio natural, previsto para ocorrer até o começo de 2025.
