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Chuva deu uma trégua para Antonina e Superagüi brilharem no atletismo

Se o início da fase regional dos Jogos Escolares do Paraná, disputada em Pontal do Paraná, foi um tanto apreensivo para muitos, devido às fortes chuvas que caíram sobre a região nos dias anteriores, neste sábado ninguém parecia se lembrar daquela incômoda preocupação.

O clima do litoral teve uma melhora temporária e o sol deu o ar da graça, ajudando a aquecer o ânimo dos alunos-atletas das escolas vinculadas ao Núcleo Regional de Educação de Paranaguá.

Para as competições de atletismo, a notícia foi mais que bem-vinda, afinal todas as provas da modalidade seriam disputadas no “outdoor”, isto é, ao ar livre. E com o sol, acompanhado da praia, as disputadas acontecerem em cenário de verão em plena orla de Pontal do Paraná, e em alguns casos, na própria praia.

Provas de campo

As provas de campo tiveram início na manhã, e o grande destaque foi a performance dos alunos de Antonina, que conquistaram várias das provas disputadas em plena praia. Um destes destaques foi Erica Beatriz Cerqueira Santos, do Colégio Estadual Moysés Lupion, campeã regional no salto em distância para estudantes de 15 a 17 anos. “Eu fico muito feliz, porque esta é uma oportunidade de representar nossa cidade, e o nosso colégio, é isto bastante gratificante.”

“Meu objetivo é cada vez mais estar me aperfeiçoando e melhorando, e se possível conquistar mais medalhas para o meu Colégio”, concluiu Érica. Dito e feito: no período da tarde, a exemplar atleta antoninense garantiu o ouro nos 100 metros rasos, e ainda poderá conquistar o terceiro ouro, mas agora em outra modalidade: o handebol.

Não apenas ela, mas diversos outros medalhistas de Antonina vieram a Pontal do Paraná para disputar, prioritariamente, o handebol. Mas a prática da modalidade mais clássica do esporte olímpico acaba sendo uma forma de manter o condicionamento físico dos alunos, além de mantê-los confiantes e focados para as competições em quadra. É o que diz José de Melo Neto, ou melhor, o “Zeco”, professor de educação física e maior incentivador do esporte aos alunos de Antonina.

Professor dos colégios estaduais Moyses Lupion, e Althair Gonçalves, Zeco, explicou o porquê de levar os alunos para além do handebol. “A maioria dos atletas que treinam comigo ao longo do ano, também querem disputar o atletismo, que é um treinamento que faço eventualmente, entre a prática do handebol. Para mim é uma experiência diferente, mas me deixa muito feliz em saber que eles também estão tendo sucesso no atletismo”, comentou o professor.

Multi-atleta, Erica é uma das várias atletas do Professor “Zeco” a se destacar no Handebol, e também no Atletismo (Foto: Vinicius Araujo)

Provas de Pista

Os bons resultados antoninenses também continuaram nas provas de pista, disputadas no período da tarde na avenida Aníbal Khury, mais conhecida como “Beira-Mar”, a qual foi fechada neste sábado para as competições dos Jogos Escolares do Paraná. Mas desta vez o destaque foi para as alunas do Colégio Estadual do Campo da Ilha de Superagüi, no município de Guaraqueçaba, que deram show em Pontal do Paraná. Mesmo correndo no asfalto, algo inexistente na Ilha do Superagüi, as alunas-atletas guaraqueçabanas conquistam 5 medalhas de ouro, tanto nas provas de explosão quanto nas de resistência.

“Eu nem gosto de correr de tênis!”, disse Kawani Rodrigues dos Santos, aluna do CEC Ilha de Superagui, mais acostumada com a areia do Parque Nacional, onde se localiza sua comunidade. “Eu nem sabia que viria para os Jogos Escolares, mas como sabem que eu corro, me inscreveram na competição! Eu nem podia imaginar que iria ganhar, ainda mais por causa do tênis!”, comentou a campeã dos 75 metros rasos para alunas de 12 a 14 anos, que agora irá representar o Superagüi na fase macrorregional dos Jogos Escolares, em Rio Branco do Sul.

Kawani mostrou a força das alunas-atletas do Colégio Estadual Ilha do Superagüi nas provas de pista, mesmo sem correr com o pé descalço como na Ilha (Foto: Vinicius Araujo)

Atletismo ACD

Impossível não destacar a força da Escola Especial Maria Nelly Picanço, de Paranaguá, que mais uma vez trouxe diversos alunos-atletas para representar a instituição nas disputas entre os alunos com deficiência. Alguns nomes, como Luis Otavio Modesto e Fernando Silva, entre vários outros, continuam mostrando o quanto o esporte é uma ferramenta importantíssima para a inclusão, e assim como já havia acontecido no ano passado, em Paranaguá, voltaram para casa com o sorriso estampado no rosto, além de algumas medalhas de ouro no peito.

“A gente inicia tudo na escola, nas aulas de Educação Física, que é onde a gente provoca este estímulo e esta vontade nos alunos, a partir dos treinamentos de mini-atletismo”, contou Silmara França, professora responsável pelo treinamento destes estudantes, que complementou: “Estas crianças também fazem parte de um projeto parceiro das Escolas de Educação Especial do Litoral do Paraná, que é a Associação Paralímpica de Paranaguá, que nos dá suporte para incentivar que eles sempre estejam na prática das atividades adaptadas dentro do paradesporto”.

“O objetivo da participação destas crianças nos Jogos Escolares do Paraná é que eles possam fazer um trabalho de base dentro do paradesporto. Nosso trabalho é a formação do atleta e, futuramente, poderemos encaminhá-los para participar de competições de alto rendimento a nível regional, estadual, ou até internacional”, concluiu Silvana, explicando o trabalho que a fez merecer a bolsa “Top Técnico”, no Programa Talento Olímpico do Paraná em 2018, estando entre as referências no treinamento paradesportivo no Estado.

Professora Silmara França, comemora mais um dos vários ouros da Escola Especial Maria Nelly Picanço, de Paranaguá (Foto: Vinicius Araujo)

Texto e fotos: Vinicius Araujo/ JEPs

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