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Por uma Itapoá mais segura

werney-colunaNa televisão, rádio, jornal, rede social e mídia digital, o que mais se vê são notícias sobre corrupção, violência, criminalidade, desmandos e agressões de toda ordem.

Nas coberturas jornalísticas, as cenas são exaustivamente repetidas, como se pretendesse demonstrar as pessoas o quanto insegura e violenta é a cidade em que vivem. Corrupção, violência e criminalidade são fatos banais no cotidiano.

A intensidade da mídia produziu efeitos. Pesquisas de opinião identificaram que a segurança pública atualmente é uma das maiores preocupações do brasileiro.

Apesar de maior nas grandes metrópoles, pequenas cidades como Itapoá, – pacato e até então ordeiro balneário do litoral norte de Santa Catarina – presenciou uma série de ocorrências, como arrombamentos de residências, assaltos à mão armada, estupros e crimes de morte.

Nos primeiros dias de janeiro, com a cidade repleta de veranistas e turistas, cinco assassinatos, um seguido do outro, criou muita apreensão. A expressão do momento passou a ser ‘sensação de insegurança’.

Em Itapoá a ‘sensação de insegurança’ é proporcionada pela própria segurança pública e tem como causa as estruturas das policias civil e militar que não acompanharam o crescimento da cidade, fato reconhecido pelos próprios policiais. Os efetivos são insuficientes, faltam viaturas e equipamentos para o desempenho da corporação, entre outros. Tudo obrigação do governo estadual.

Resta lamentar a omissão do governo – e em todas as esferas – na adequação dos serviços públicos, notadamente os relacionados à segurança dos cidadãos. Principalmente quando o Porto de Itapoá confirma que vai quadruplicar a capacidade instalada; uma cooperativa de abrangência internacional pretende implantar mais um terminal portuário; e a prefeitura mantém secretaria específica para incentivar o ‘crescimento’ do município com a atração de novas empresas. São indicativos de que se nada for feito, a situação se agravará e exponencialmente.

Como consequência dessas insuficiências, surgem de tempos em tempos, iniciativas e manifestações cobrando dos responsáveis pelo bem-estar da cidade, atitudes e ações concretas, a mais recente foi o movimento “Por uma Itapoá mais segura”, lançado no Facebook.

A imprensa noticiou, também, que a Segurança Pública, foi pauta de reunião emergencial entre o Executivo, Legislativo e autoridades com o Comando da Polícia Militar de Itapoá e o Comando da Operação Verão, para que fossem tomadas providências a fim de aumentar o combate à criminalidade.

Na reunião, elencou-se uma série de medidas, entre elas, a “reativação do Conselho Municipal de Segurança Pública – Conseg, para ‘criar’ e ‘sugerir’ politicas públicas e ‘ações perenes’ de combate ao crime; ‘reuniões’ com o secretário-geral de segurança pública ‘reivindicando’ o aumento de efetivo das polícias civil e militar, a vinda de agentes temporários, contratação de policiais inativos; instalação de posto rodoviário estadual no trevo da rodovia SC-417 com a SC-416; instalação das câmeras de segurança, conforme ‘convênio já assinado’; ‘reuniões’ com o comando-geral e regional das polícias civil e militar; estudo de viabilidade para a extensão do convênio já existente entre o Município e a Secretaria Estadual de Segurança Pública para repasse de funcionários para o serviço administrativo e outros materiais de serviço”.

Praticamente repetição do que já se fez. Propostas apresentadas nas campanhas eleitorais e que, após as eleições, são pouco efetivadas. No entanto, relembradas sempre que, por uma ou outra razão, o discurso politico exalta a falta de segurança.

Talvez seja o motivo da pouca participação na mobilização articulada pelo movimento “Por uma Itapoá mais segura”. Segundo informações, não mais que 50 cidadãos compareceram a manifestação, dos 550 que confirmaram presença.

Talvez, em razão do pouco resultado proporcionado, as manifestações, além de gerar descrédito, tenha criado na população um sentimento mais preocupante: uma ‘sensação de indiferença’.

Não obstante, o momento é oportuno para que o Executivo, Legislativo, Associações Comunitárias e de Moradores, Instituições da sociedade organizada, representações legítimas da população, venham não ‘pedir’, mas ‘exigir’ do governo estadual e federal um Plano Estratégico de Segurança, amparado por recursos suficientes para a estruturação das Policias Militar e Civil de Itapoá. E porque não, condicionar a exigência na ‘permissão’ ou ‘concordância’ da sociedade itapoaense com a ampliação pretendida pelo porto ou para implantação de qualquer outro empreendimento de grande porte no Município.

Segundo o dito popular: “sem solução, solucionado está”.

Itapoá (verão), 17 de janeiro de 2015.

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