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Atleta de Paranaguá é vítima de racismo nos Jogos Abertos do Paraná

Foto ilustrativa do time em jogo do dia anterior (sábado, 17) | foto: Nelp

Suellen Cordeiro, jogadora de vôlei de Paranaguá, foi vítima de racismo durante jogo disputado neste domingo (18) em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.

O caso aconteceu na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, na partida dos Jogos Abertos do Paraná (JAPs) entre os times de Colombo e Paranaguá.

Suellen relatou que tentou parar o jogo três vezes por conta das ofensas, mas a arbitragem não tomou nenhuma medida efetiva, informa o jornal Agora Litoral. Em razão disso, ela resolveu denunciar o caso à polícia.

“Na torcida tinha uma pessoa que é namorada de uma das atletas de Colombo que cometeu injúria racial comigo ele proferiu a seguinte frase: tinha que ser de Paranaguá mesmo esta preta, e antes ele já estava xingando, depois ele continuou a xingar quando a partida encerrou, ele xingou, ele comemorou, ele fez gestos e estava debochando rindo, e nenhum momento foi feito nada”, desabafou a atleta, de acordo com o Agora Litoral.

A jogadora acionou a Polícia Militar e o homem foi preso em flagrante pelo crime de injúria racial ainda durante a partida de vôlei. O homem deve responder pelo crime de injúria racial, que tem pena equiparada ao crime de racismo, com pena de dois a cinco anos de prisão, sem direito a fiança.

Nos casos em que os atos são cometidos no contexto de atividades esportivas, religiosas ou culturais, a lei prevê também a proibição do autor de frequentar esses locais por três anos.

A Nelp Univolei Paranaguá, time da atleta, divulgou nota de repúdio.

“Manifestamos nosso mais veemente repúdio a qualquer ato racista e toda discriminação que venha ocorrer no ambiente esportivo.

São inadmissíveis os atos criminosos de racismo, injúria racial e seus autores no voleibol, onde prezamos pela competição saudável e pelos valores que o esporte educacional ensina. 

A Ética, o jogo limpo, a honestidade, a superação e dedicação, o trabalho em equipe, o respeito às regras e leis.

O esporte é um direito social de todos e a quadra de vôlei sempre será um ambiente democrático onde jogamos, competimos e nos divertimos uns com os outros. 

De forma que ao final de cada partida, aprendizado e relacionamentos são construídos e desenvolvidos. É por isso e para isso que jogamos voleibol.”

Em nota, o Governo do Paraná também repudiou o ataque racista na partida de vôlei válida pelos JAPs. 

“O Governo do Estado repudia o lamentável episódio de racismo ocorrido no domingo (18), em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), durante partida de voleibol dos Jogos Abertos do Paraná (Jap’s). O Estado se solidariza à vítima e manifesta total condenação a qualquer forma de discriminação racial, seja no âmbito esportivo ou na vida cotidiana.

No domingo, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) agiu prontamente, assim que acionada pela vítima. O homem foi autuado em flagrante por injúria racial. Os policiais encaminharam o denunciado para a Delegacia de Campo Largo. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) instaurou um inquérito policial para investigar o caso. Todas as diligências cabíveis estão sendo realizadas a fim de esclarecer o fato. O homem permanece preso.

A Secretaria de Estado do Esporte ressalta que o objetivo do esporte é unir as pessoas, promover a inclusão e celebrar a diversidade. Os Jogos Abertos têm como foco criar um cenário em que todos os cidadãos possam participar e desfrutar plenamente das atividades esportivas. A discriminação racial não tem lugar no estado do Paraná.”

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