Atleta de Paranaguá é vítima de racismo nos Jogos Abertos do Paraná
Suellen Cordeiro, jogadora de vôlei de Paranaguá, foi vítima de racismo durante jogo disputado neste domingo (18) em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.
O caso aconteceu na Escola Municipal Carlos Drummond de Andrade, na partida dos Jogos Abertos do Paraná (JAPs) entre os times de Colombo e Paranaguá.
Suellen relatou que tentou parar o jogo três vezes por conta das ofensas, mas a arbitragem não tomou nenhuma medida efetiva, informa o jornal Agora Litoral. Em razão disso, ela resolveu denunciar o caso à polícia.
“Na torcida tinha uma pessoa que é namorada de uma das atletas de Colombo que cometeu injúria racial comigo ele proferiu a seguinte frase: tinha que ser de Paranaguá mesmo esta preta, e antes ele já estava xingando, depois ele continuou a xingar quando a partida encerrou, ele xingou, ele comemorou, ele fez gestos e estava debochando rindo, e nenhum momento foi feito nada”, desabafou a atleta, de acordo com o Agora Litoral.
A jogadora acionou a Polícia Militar e o homem foi preso em flagrante pelo crime de injúria racial ainda durante a partida de vôlei. O homem deve responder pelo crime de injúria racial, que tem pena equiparada ao crime de racismo, com pena de dois a cinco anos de prisão, sem direito a fiança.
Nos casos em que os atos são cometidos no contexto de atividades esportivas, religiosas ou culturais, a lei prevê também a proibição do autor de frequentar esses locais por três anos.
A Nelp Univolei Paranaguá, time da atleta, divulgou nota de repúdio.
“Manifestamos nosso mais veemente repúdio a qualquer ato racista e toda discriminação que venha ocorrer no ambiente esportivo.
São inadmissíveis os atos criminosos de racismo, injúria racial e seus autores no voleibol, onde prezamos pela competição saudável e pelos valores que o esporte educacional ensina.
A Ética, o jogo limpo, a honestidade, a superação e dedicação, o trabalho em equipe, o respeito às regras e leis.
O esporte é um direito social de todos e a quadra de vôlei sempre será um ambiente democrático onde jogamos, competimos e nos divertimos uns com os outros.
De forma que ao final de cada partida, aprendizado e relacionamentos são construídos e desenvolvidos. É por isso e para isso que jogamos voleibol.”
Em nota, o Governo do Paraná também repudiou o ataque racista na partida de vôlei válida pelos JAPs.
“O Governo do Estado repudia o lamentável episódio de racismo ocorrido no domingo (18), em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), durante partida de voleibol dos Jogos Abertos do Paraná (Jap’s). O Estado se solidariza à vítima e manifesta total condenação a qualquer forma de discriminação racial, seja no âmbito esportivo ou na vida cotidiana.
No domingo, a Polícia Militar do Paraná (PMPR) agiu prontamente, assim que acionada pela vítima. O homem foi autuado em flagrante por injúria racial. Os policiais encaminharam o denunciado para a Delegacia de Campo Largo. A Polícia Civil do Paraná (PCPR) instaurou um inquérito policial para investigar o caso. Todas as diligências cabíveis estão sendo realizadas a fim de esclarecer o fato. O homem permanece preso.
A Secretaria de Estado do Esporte ressalta que o objetivo do esporte é unir as pessoas, promover a inclusão e celebrar a diversidade. Os Jogos Abertos têm como foco criar um cenário em que todos os cidadãos possam participar e desfrutar plenamente das atividades esportivas. A discriminação racial não tem lugar no estado do Paraná.”