Com apoio de Goura e Ibama, madeira apreendida vai beneficiar entidades e o turismo de Antonina
O Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) doou 10 metros cúbicos de madeira ilegal apreendida em Pontal do Paraná para a Associação de Produtores Filhos da Terra, do MST em Antonina, e para a Associação de Defesa do Meio Ambiente e Desenvolvimento de Antonina (Ademadan).
A doação, intermediada pelo mandato do deputado estadual Goura (PDT), foi feita em partes iguais e vai atender demandas importantes das duas entidades relacionadas ao turismo.
De acordo com informações do escritório do Ibama em Paranaguá, a madeira foi apreendida durante operação esporádica realizada em empresas que comercializam madeiras nativas. A espécie é a garapeira, também conhecida como amarelão, e foi encontrada no pátio de uma empresa de materiais de construção sem o devido registro nos sistemas oficiais.
Doações
As doações de madeira apreendida pelo Ibama seguem a Instrução Normativa 19/2014 do Ibama, que autoriza o repasse para entidades com fins sociais e ambientais que não visam lucro.
São dois tipos de doações, a compulsória, que decorre de prisão em flagrante, como foi o caso da operação realizada em Pontal do Paraná, e a doação após recolhimento pelo Ibama e definição de destino dos materiais.
Recentemente, o Mandato Goura, depois de uma orientação do Ibama, encaminhou ofício para várias entidades para que elas realizassem o cadastro junto ao instituto para tornarem-se aptas a receber as doações, que além de madeiras, podem envolver embarcações, veículos e qualquer outro material relacionado a crime ambiental.
“Estamos fazendo essa parceria com o Ibama para que cada vez mais entidades quilombolas, indígenas e demais povos e comunidades isoladas se tornem aptas para receber essas doações e dar seguimentos a projetos que vão melhorar a vida nas comunidades”, afirmou Goura.
Utilização da madeira
A Associação Filhos da Terra informou que as madeiras serão utilizadas para melhoria da infraestrutura da sede, que terá impacto sobre o desenvolvimento de diversas modalidades de turismo, como o turismo rural, o turismo de natureza, o cicloturismo e o turismo de base comunitária. Além disso, vai favorecer a realização de eventos culturais e projetos pedagógicos voltados à educação ambiental e à agroecologia.
“Pretende-se terminar o refeitório onde a associação atende seus visitantes, como grupos de universidades e colégios que realizam visitação, no barracão onde se realizam as reuniões da comunidade, além de espaço de armazenamento de materiais recicláveis. Também serão construídos mais bancos e mesas visando o aumento do número de visitantes à comunidade”, informou o representante da Associação, Jonas Aparecido de Souza.
Já a Ademadan pretende utilizar a madeira recebida em projetos voltados ao fortalecimento do turismo, em especial o turismo de natureza e o cicloturismo. A ONG está alinhando com a Prefeitura de Antonina a reconstrução do ‘Mirante da Pedra’, que fica no morro Bom Brinquedo, no centro da cidade, local com trilha calçada e com vista privilegiada para a baía de Antonina.
Além de reconstrução da estrutura do mirante, a madeira será utilizada para estruturar a trilha, com passarelas, corrimãos e placas de sinalização, garantido acesso seguro aos visitantes.
A ONG também pretende construir portais em dezenas de comunidades da cidade, com seus nomes talhados e com pequeno mapa da rota de cicloturismo, e algumas estruturas ligadas ao lazer, como bancos de praça e brinquedos em comunidades carentes deste tipo de infraestrutura.
“Em parceria com a Prefeitura de Antonina, o Mandato Goura mapeou 15 rotas que irão compor o futuro circuito de cicloturismo de Antonina. Com a instalação destes portais, a ideia é dar visibilidade e fortalecer a identidade das comunidades visando o fomento também ao turismo de base comunitária”, informou o professor David Couto, que é também assessor parlamentar no Mandato Goura e acompanhou toda a operação em Antonina.