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Deputada Ana Júlia denuncia que ataques à educação persistem no Paraná

Ana Julia Ribeiro na tribuna da Assembleia | foto: Orlando Kissner/Alep

Nesta terça-feira (29), o chamado “Massacre de 2015” no Centro Cívico de Curitiba completa uma década. Na data, mais de 200 servidores públicos – em sua maioria professores – foram feridos por forças policiais durante um protesto contra a reforma da previdência proposta pelo então governador Beto Richa (PSDB). Para a deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT), o ataque à educação não ficou no passado: ele persiste, agora de forma silenciosa e institucionalizada.

“Hoje é um dia triste para a educação paranaense. O massacre físico pode ter ficado no passado, mas o massacre simbólico e estrutural continua”, afirmou a parlamentar. Ela critica a gestão do governador Ratinho Junior (PSD), acusando o governo de promover o enfraquecimento deliberado da escola pública.

Segundo Ana Júlia, a democracia nas escolas foi desmantelada. “Mal se tem mais eleições para diretores, e cresce o número de interventores indicados politicamente”, denunciou. A parlamentar também citou o desconto em folha em dias de paralisação, o uso excessivo de plataformas digitais “ineficientes” e a crescente militarização como sinais claros da deterioração do ambiente escolar.

A deputada afirmou ainda que o projeto de privatização da educação no estado foi aprovado de forma atropelada, sem o devido debate nas comissões da Assembleia Legislativa. “Mesmo com mais de 90% da comunidade escolar rejeitando a proposta, o governo implementou o modelo em 82 unidades. Conseguimos conter um avanço ainda maior, mas as ameaças continuam.”

Ana Júlia também relacionou o que ocorre no Paraná ao que vem sendo implantado em outros estados. “O Paraná serviu de laboratório para São Paulo, onde hoje o ex-secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, está à frente da pasta. É um projeto ideológico de desmonte da educação pública, que também avança em Minas Gerais.”

Para a deputada, a luta em defesa da escola pública é permanente. “É o bem mais valioso que uma sociedade pode ter. A escola pública não se vende, ela se defende todos os dias.”

A data coincide com a semana do Dia Mundial da Educação, reforçando, segundo Ana Júlia, o simbolismo e a urgência da mobilização popular em defesa de um ensino público, inclusivo e emancipador.

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