Diógenes Caetano vira réu por calúnia contra acusados da morte de Evandro
Diógenes Caetano dos Santos Filho, primo do garoto Evandro Ramos, que desapareceu em Guaratuba, em 1992, virou réu por calúnia contra os cinco acusados pelo crime. A reportagem é de Natalia Filippin, e foi publicada G1 PR.
“A queixa-crime contra Diógenes foi apresentada em 13 de julho e aceita na quarta-feira (27) pela juíza Marisa de Freitas, da Vara Criminal de Guaratuba”, diz a matéria.
Na denúncia, a defesa dos cinco acusados afirma que Diógenes participou de uma transmissão ao vivo patrocinada por um grupo de comunicação, que foi ao ar em 25 de janeiro deste ano no Facebook.
Conforme o documento, Diógenes foi convidado para comentar o pedido de desculpas oficial feito pelo Governo do Paraná aos acusados do crime. O estado definiu o perdão como “sevícias indesculpáveis” sofridas por eles à época da investigação do caso. Gravações que vieram a público só agora, apontam que os acusados foram torturados para confessar o crime.
Leia um trecho da declaração de Diógenes na entrevista:
“Nós não vamos pactuar, a família se recusa. Nós sabemos que foram eles que mataram e não foi só o Evandro, não foi só o Leandro [Bossi], eles confessaram outras crianças. Eu não quero me alongar, mas só para encerrar essa primeira pergunta: todos aqueles desaparecimentos, aqueles 28 casos que estão sumidos, do final dos anos 80, início dos anos 90, eles são casos de sumiços fora da curva, são casos diferentes. Sempre existiu desaparecimentos e sempre existe, até hoje. Mas aqueles eram fora da curva, eles tinham características especiais e nenhuma delas foi encontrada”.
Em outro trecho, Diógenes afirmou ter considerado o pedido de desculpas do governo “vergonhoso”.
“Então, aquilo só acabou com a prisão deles. Em janeiro de 92 sumiu uma criança, em fevereiro sumiu duas e, em março, sumiram três. Em abril, sumiu o Evandro e depois nunca mais sumiu ninguém nessa característica que eu aponto fora da curva. Então, só isso aí, já é um motivo para ele [Secretário de Justiça Ney Leprevost] parar e pensar e não ficar fazendo essas conversinhas aí de pedir desculpas. Realmente isso é vergonhoso”.
“Nem se diga que Diógenes apenas sugeriu as imputações de modo apenas indireto, porque, quando mencionou os ’28 casos’, não se tratou de uma cifra especulativa hiperbólica. Os 28 casos são exatamente todas as crianças que estão desaparecidas sem desfecho ou descoberta no Estado do Paraná”, afirmou a defesa.
O outro lado
Ao G1, Diógenes Caetano dos Santos Filho afirmou que não tem interesse em ler a queixa-crime. “Aguardarei ser intimado e aí saberei do que os assassinos do Evandro e do Leandro estão alegando”, disse.
Fonte: G1 Paraná