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Em meio às incertezas do clima e do futuro, abre a pesca do camarão neste sábado

Foto: Gustavo Aquino / Arquivo do Correio do Litoral

Na semana que antecede a abertura da pesca, sábado, dia 1º de junho, são feitos todos os preparativos, mas ainda resta dúvida sobre a melhor ocasião de se lançar ao mar devido as condições atmosféricas, já que a previsão é de ventos fortes e ondas altas pelo menos até a noite de sexta-feira (31).

Mas a longo prazo, a sustentabilidade da pesca do camarão sete-barbas, é a grande incerteza no horizonte de milhares de pescadores.

Em Guaratuba, principal porto pesqueiro do Paraná, o camarão é o segundo principal produto da economia local, logo abaixo da banana e bem acima do peixe. De todas as espécies, o camarão sete-barbas é a principal fonte de sustento de mais de 1.000 pessoas, entre pescadores, descascadeiras e outros trabalhadores e empresários que participam da cadeia produtiva da pesca no Município.

A polêmica sobre o período correto de defeso desta espécie e sua consequente viabilidade econômica no futuro é um assunto que o Correio do Litoral tem debatido há anos e que ainda divide a opinião de gestores e especialistas.

Rosa protegido – De 1º de março a 31 de maio está proibida a captura das seguinte espécies de camarão nas regiões Sul e Sudeste : rosa (Farfantepenaeus paulensis, Farfantepenaeus brasiliensis e Farfantepenaeus subitilis), sete-barbas (Xiphopenaeus kroyerl), branco (Litopenaeues schimitti), santana (Pleoticus muelleri) e barba ruça (Artemesia longinaris).

Nesses três meses acontece a reprodução dos três tipos de camarão rosa. Eles são justamente os produtos do setor industrial, pois são encontrados mais afastados da costa e exigem embarcações de grande porte para serem alcançados. O defeso no período correto garante a reprodução das espécies rosa e a fonte de renda da indústria da pesca de Santa Catarina, que é bem melhor estruturada que a do Paraná.

Sete-barbas indefeso – Já o modesto setor empresarial de pesca do Paraná e as algumas comunidades pesqueiras artesanais do Paraná e de Santa Catarina se dedicam à captura do camarão sete-barbas.

De acordo com alguns estudos científicos e com o conhecimento empírico dos pescadores, a época de defeso estabelecida pelo governo federal (Portaria nº 74/2001 do Ministério do Meio Ambiente e pela Instrução Normativa 189/2008 do Ibama) não protege o camarão sete-barbas. Segundo pesquisas, pelo menos entre os estados de Santa Catarina e Paraná, o período de reprodução é em outubro, novembro e dezembro.

A desova se estende até janeiro e quem pesca neste mês pega grande quantidade de filhotes, que têm pouco valor comercial. Segundo os estudos, é no período em que a pesca está proibida, entre março e maio, que ocorre a maior abundância do sete-barbas no litoral do Paraná e também no de Santa Catarina, mas a pesca é proibida pelo defeso.

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