Correio do Litoral
Notícias do Litoral do Paraná

Mergulhadores se unem em prol da pesquisa do mundo submerso

Novas tecnologias de mergulho permitem aproximação maior com a vida marinha, para estudo do comportamento de espécies, com o mínimo de impacto  Peixe Frade registrado durante expedição de mergulho recreativo e científico | foto: Gabriel Marchi. Os oceanos são o lar de criaturas incríveis e abrigam uma biodiversidade gigantesca, grande parte ainda desconhecida. O litoral paranaense é um dos menores no Brasil, com cerca de cem quilômetros de costa em contato com o Oceano Atlântico Sul, mas é uma das áreas mais importantes do mundo quando o assunto é biodiversidade. Esse pequeno trecho da costa brasileira possui diversas ilhas e vários pontos de recifes artificiais ricos em vida marinha que são monitorados pelo Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (REBIMAR), iniciativa patrocinada pelo Governo Federal e pela Petrobras. O REBIMAR conta agora com uma nova tecnologia para a pesquisa subaquática, o equipamento de mergulho Rebreather. A tecnologia europeia chegou ao Brasil para contribuir para a observação de espécies difíceis de avistar, como o grande peixe Mero, as garoupas, além de tartarugas marinhas, raias e outras criaturas extraordinárias que habitam o incrível mundo submerso. Muitas espécies estão ameaçadas de extinção e são muito difíceis de encontrar em outros pontos da costa brasileira. Mergulhador usando rebreather O equipamento é especial para a pesquisa porque não emite sons embaixo d'água e não solta bolhas. Sem ruídos, os seres marinhos não se assustam, pelo contrário, têm se aproximado cada vez mais dos mergulhadores-cientistas. O Rebreather permite que o ar seja reciclado por uma sessão de filtragem e retorne para o mergulhador. Com isso é possível ficar até três horas no fundo do mar. E foi assim que a equipe do REBIMAR registrou um comportamento muito especial do Mero.  “O peixe gigante se aproximou muito perto de mim, algo inédito de ocorrer. O Mero chegou com muita curiosidade e praticamente encostou em mim, sem nenhum tipo de medo ou receio de ter um mergulhador na frente dele. Foi maravilhoso! Essa tecnologia proporciona encontros incríveis com a vida marinha, muito diferente do cilindro de mergulho comum”, conta Robin Loose, mergulhador e coordenador de Logística e Operações Náuticas na Associação MarBrasil. Mero gigante se aproxima docilmente do mergulhador Robin Loose. Robin explica que com o mergulho Scuba, aparelho tradicional com ar comprimido que solta bolhas, é quase impossível ter essa proximidade com os seres marinhos mais raros. “Já com o Rebreather, conseguimos chegar bem perto, medir o comprimento e avaliar o comportamento deles. É um benefício gigantesco para a pesquisa da ictiofauna, o conjunto de peixes de uma região ou ambiente”, acrescenta ele.  Em todo Brasil, há apenas 5 Rebreathers e somente duas universidades usam essa tecnologia para pesquisa: a Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A Associação MarBrasil, responsável pelo REBIMAR, atualmente é a única ONG que possui esse modelo com fins científicos.  Robin Loose, mergulhador e coordenador de Logística e Operações Náuticas na Associação MarBrasil Mas é preciso um longo treinamento e muita experiência embaixo d'água para usar o Rebreather. De modo algum os mergulhadores encostam no chão, eles flutuam como se estivessem voando. Isso impede qualquer tipo de contato que possa impactar no ecossistema marinho, quebrando corais, rochas ou remexendo o fundo do oceano, por exemplo.  O REBIMAR possui dois mergulhadores qualificados e firmou uma parceria de cooperação técnica e científica com o centro de mergulho Acquanauta, que também adquiriu um Rebreather e atua com treinamento de mergulhadores e turismo. A parceria permite que mergulhadores recreativos mais experientes participem das expedições de pesquisa e ajudem nos registros.  As imagens subaquáticas são cedidas para o projeto e têm aumentado o acervo do REBIMAR que faz um monitoramento constante das áreas foco de pesquisa que inclui as duas balsas naufragadas no litoral do Paraná, o Parque Nacional Marinho dos Currais, a Ilha da Figueira e Ilha do Castilho, essa última em São Paulo. Reinaldo Alberti, sócio da Acquanauta, está entre os cinco instrutores mais bem qualificados do Brasil e participa ativamente das expedições do REBIMAR. “Como ONG, a MarBrasil não pode vender saídas de mergulho, então, a Acquanauta ajuda com doações para manutenção das lanchas e do combustível. E nossos mergulhadores assinam um termo de cessão de imagens para o REBIMAR”, explica. Raia-borboleta é registrada durante expedição de mergulho da Acquanauta e do Rebimar | foto: Gabriel Marchi O banco de dados contribui para as pesquisas que já são desenvolvidas e, com isso, os mergulhadores recreativos valorizam ainda mais a atividade. Eles recebem os briefings de mergulho como se fosse uma atividade de educação ambiental, com informações sobre o local, que tipo de vida marinha tem ali e quais são as principais maneiras de mergulhar preservando o meio ambiente. A parceria com a Acquanauta é de longa data e envolve ainda a manutenção dos equipamentos e o fornecimento dos gases necessários. “Trabalhamos com uma mistura que já existe no ar que respiramos, com nitrogênio e hidrogênio, mas com um pouco mais de oxigênio para deixar o mergulho mais seguro e por mais tempo nesta faixa de 30 metros de profundidade”, esclarece Reinaldo. A fisioterapeuta e mergulhadora, Maria José Perrelli, participou de uma das expedições e considera a iniciativa essencial, principalmente para a conservação dos ambientes aquáticos, com a divulgação da vida marinha e o estudo do comportamento das espécies. “A água é muito rica em alimento para os animais e tem muita vida, acho fantástica essa parceria. São mergulhos únicos, em nenhum outro lugar há uma aglomeração de Meros tão grande quanto nas balsas afundadas. Também pude ver uma

PT de Guaratuba se reorganiza e discute alianças para 2024

A prioridade no momento é montar uma chapa competitiva para a Câmara de Vereadores dentro da Federação PT-PCdoB-PV, além de discutir nomes para a candidatura a prefeito. Naturalmente, entre os militantes, surgem os nomes da ex-vereadora Paulina Muniz e do professor Wesley do Prado.

Prefeitura de Matinhos destaca respeito à diversidade na 1ª Transpirar

Aconteceu no último sábado (1º) a 1ª Corrida pela Diversidade - Transpirar, destaca o site oficial e as redes sociais da Prefeitura de Matinhos.  O evento foi organizado por estudantes do curso de licenciatura em Educação Física da UFPR Litoral e teve apoio das prefeitura de Matinhos e Pontal do Paraná, além das das AMPECs (Associações das Micro e Pequenas Empresas) das duas cidades. A corrida foi realizada na semana do dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+, comemorado em 28 de junho. O público-alvo foi a comunidade interna e externa ao Setor Litoral da UFPR, bem como de todo o litoral paranaense, em especial as pessoas LGBTQIAPN+. A corrida teve 5 km e a caminhada foi de 2,5 km, passando pela orla da Praia Brava de Caiobá, com largada e chegada na UFPR-Litoral. O objetivo foi dar visibilidade às pautas de gênero e sexualidade por meio de uma prática esportiva integradora, estimulando o respeito à diversidade, além de mobilizar as pessoas quanto à importância da corrida de rua para a saúde e o bem-estar. Departamento de Comunicação da Prefeitura de Matinhos com informações da UFPR Litoral

Oficina prepara revisão do Plano de Manejo da APA de Guaratuba

O Instituto Água e Terra (IAT) iniciou nesta segunda-feira (3) mais uma oficinas de trabalho para revisão do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaratuba. As reuniões acontecem pela manhã e pela tarde até quarta-feira (5), na Faculdade Isepe, na rua Joaquim Menelau de Almeida Torres, 101, no bairro Piçarras. O objetivo da oficina é: Discutir e definir os elementos estruturantes do plano de manejo: propósito da APA, declarações de significância, recursos e valores fundamentais (RVF), entre outros. Discutir o planejamento e o zoneamento da APA. Normas gerais da APA e das respectivas zonas. s primeiras oficinas sobre a revisão do Plano da APA de Guaratuba foram realizadas em janeiro. Em todo o Paraná, estão sendo feitas oficinas sobre os planos de manejo de 10 unidades de conservação (UCs). Essa fase é para ouvir sugestões e debater ideias com representantes da sociedade civil, comunidades tradicionais e agentes públicos envolvidos com cada um dos complexos ambientais. As oficinas são obrigatórias e constam no roteiro metodológico do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vinculado ao governo federal. A última oficina ocorreu no Parque Estadual da Ilha das Cobras, em Paranaguá, entre os 19 e 20 de junho. O local, que já foi casa de veraneio de governadores, possui 52 hectares de área remanescente de Mata Atlântica e está em processo de reestruturação para receber a Escola do Mar, um espaço idealizado pelo Estado para o ensino de gastronomia, turismo e educação ambiental, com a finalidade de ofertar qualificação para a população litorânea. Além da APA de Guaratuba, estão previstos para julho encontros para debater os planos da Área de Proteção Ambiental Serra da Esperança e Parque Estadual do Guartelá. As oficinas vão até outubro. “As oficinas são ferramentas essenciais por ouvir todas as partes envolvidas. Ajudam na definição de valores, propósito e significância, além de apoiar na identificação de ameaças e peculiaridades de cada Unidade de Conservação”, explicou o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto. A medida integra o programa Parques Paraná, que busca valorizar o patrimônio natural do Estado, propondo alternativas de desenvolvimento nas Unidades de Conservação e regiões adjacentes por meio de ações conjuntas entre os órgãos governamentais, parceiros e sociedade civil organizada. O programa é dividido em quatro eixos de atuação: Uso Público e Turismo, Paraná Aventura, Parque Escola e Voluntariado. “A partir desses dados e sugestões para cada Plano de Manejo, o documento se torna mais adequado para a respectiva realidade, comunidade e região, contemplando gestão e operação”, reforçou Andreguetto. O que é – O Plano de Manejo é um documento técnico que, a partir dos objetivos definidos no ato de criação de uma Unidade de Conservação, estabelece o zoneamento e as normas que norteiam o seu uso. Desta forma, as diretrizes decorrentes das oficinas somam aos planos para estabelecer procedimentos e instruções sobre como receber visitantes, os serviços que podem ser prestados, normas de segurança, temas que serão trabalhados na educação ambiental e tipos de ações de conservação que serão realizadas em cada etapa do planejamento. Cadastro – Os interessados em colaborar com as oficinas e a construção dos planos podem se candidatar via edital, se tornando um membro do Conselho Executivo da UC. Para se inscrever é necessário formalizar a adesão enviando a documentação necessária por meio do e-protocolo para IAT/DIPAN/GEAP. Os Planos de Manejo das Unidades de Conservação do Paraná estão disponíveis para consulta pública e podem ser encontrados no site do IAT através deste link. Confira o cronograma das próximas oficinas de trabalho para elaboração dos Planos de Manejo das Unidades de Conservação do Paraná: 03, 04 e 05 de julho - Área de Proteção Ambiental de Guaratuba17 e 18 de julho - Parque Estadual do Guartelá31 de julho a 02 de agosto - Área de Proteção Ambiental Serra da Esperança14 e 15 de agosto - Parque Estadual do Monge28 e 29 de agosto - Parque Estadual de Biguaçu11 e 12 de setembro - Parque Estadual do Cerrado02 e 03 de outubro - Parque Estadual de Santa Clara16, 17 e 18 de outubro - Área de Proteção Ambiental Escarpa Devoniana30 e 31 de outubro - Parque Estadual Salto São Francisco da Esperança Data foi alterada para 3, 4 e 5 de julho