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Por causa de chuva, protesto por mortes de crianças em Paranaguá é cancelado

Movimentos sociais pretendem realizar uma caminhada de protesto contra os problemas na saúde pública de Paranaguá, motivados, principalmente, pela morte de crianças, mas o evento programdo para a tarde desta segunda-feira (22) foi cancelado. Uma nova data deverá ser anunciada em breve, informam os organizadores.

“Diante de tantos relatos de descaso para com a saúde da população parnanguara, tendo o caso da menina Awiany como estopim da negligência nos espaços de saúde, nos unimos a família dessa criança, a comunidade e a outros movimentos sociais para reivindicarmos melhorias, agilidade nos atendimentos e mais atenção com as demandas”, informa a convocação.

A iniciativa partiu do Coletivo Roda D’ Água e da União Brasileira das Mulheres, movimentos que têm a saúde e dignidade da mulher como pilares. 

O movimento é uma união entre os coletivos e famílias das crianças. Eles denunciam negligência nos atendimentos realizados pelos equipamentos de saúde pública de Paranaguá. Vanieli Matos Ribeiro perdeu a filha Awiany há uma semana. Kamila Teixeira Gonçalves perdeu Rubya após demora em realizar o parto, no final de outubro. Sandriely da Silva Santos sofre desde julho a perda da filha Mirella, que teria tido diagnóstico errado e acabou vindo a óbito no Hospital Regional do Litoral.

Uma carta elaborada de forma coletiva pelos familiares e pelos movimentos sociais cobra respostas e o compromisso com a fiscalização da política de saúde no município. Os movimentos organizadores convidam outros movimentos sociais existentes e sociedade para colaborar no evento e no documento.

Camila Valentim, do Coletivo Roda D’Agua, uma das organizadoras da caminhada, deverá levar o documento para ser protocolado nos órgãos competentes e o movimento se compromete a dar continuidade no acompanhamento das denúncias.

Prefeitura emite nota sobre morte

Sobre a morte da menina Awiany, de 12 anos, que morreu no dia 13, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Paranaguá, a Prefeitura de emitiu nota no dia 13.

“A Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (Fasp), informa que, na sexta-feira 12, a equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) João Pereira, promoveu o atendimento com médica de uma criança com queixa principal de dor articular.

A Fasp esclarece que a paciente foi recebida e atendida na UPA, momento em que os profissionais adotaram todas as medidas previstas nos protocolos clínicos para o caso.

A UPA é um ambiente de saúde de atendimento de urgência e emergência e a médica no momento do atendimento , considerando o quadro de saúde da paciente estável, realizou o encaminhamento da criança ao Hospital Regional do Litoral para o prosseguimento nos cuidados necessários ao quadro com o especialista. A criança, liberada do hospital e após determinado período, retornou à UPA na madrugada do dia 13, chegando ao local já em instabilidade hemodinâmica, sendo necessário iniciar medidas de suporte avançado.

Em relação a causa do óbito, o prontuário médico é documento sigiloso, nos termos dos arts. 2º e 3º, da Lei Federal n.º 8.069/90 e art. 89 da Resolução n.º 1.638/02 do Conselho Federal de Medicina, cujo conteúdo deve ser discutido privativamente entre a equipe médica, a família e as autoridades competentes.

“A equipe técnica da UPA, inclusive a diretora interina da Fasp, Luciana Costa, equipe médica, assistencial e de direção da Unidade de Pronto Atendimento, estão no local e encontram-se à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários para elucidar as causas do óbito e reforça que o atendimento foi realizado dentro dos padrões éticos que regem a conduta desses profissionais no atendimento à população, não sendo admitidos sensacionalismo com informações superficiais, enganosas e maliciosas repassadas de forma imprudente. A Fasp reforça que medidas judiciais serão adotadas em caso desrespeito contumaz.

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