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Moegão: mais de 67% da maior obra portuária do Brasil já está pronta

Fotos: Claudio Neves/Portos do Paraná

A maior obra pública portuária do Brasil no momento, o Moegão, atingiu 67% de execução geral nesta semana. Somente a parte civil, por exemplo, já chegou a 76,8% dos trabalhos concluídos. O terminal, com capacidade para descarregar 180 vagões a cada cinco horas, vai conectar 11 terminais portuários e reduzirá os cruzamentos de linhas férreas na cidade de Paranaguá.

“O Moegão é uma estrutura que impressiona pelo tamanho e pela complexidade de engenharia. A obra segue o cronograma, não temos qualquer atraso, e a perspectiva é de entregar o complexo no final deste ano”, afirmou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

Durante a reunião do Conselho de Autoridade Portuária (CAP), realizada no dia 15 de agosto, o diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná, Victor Kengo, apresentou outros detalhes da execução do Moegão. “Além da parte civil, na parte mecânica, foram 71,7% de avanço e, na parte elétrica, 35,6% realizado”, pontuou.

O Moegão poderá receber 24 milhões de toneladas de grãos e farelos por ano para atender os terminais do Corredor de Exportação Leste (Corex). Essa quantidade é maior que a média anual de exportação do Corex, pois já prevê a ampliação do modal ferroviário em direção ao litoral paranaense por meio da nova Ferroeste e dos investimentos na Malha Sul. “Essas mudanças vão acontecer em breve, e o nosso porto não poderá ser o gargalo para o recebimento dessas mercadorias nas próximas décadas”, explica Garcia. O Moegão é uma obra que prepara o Porto de Paranaguá para o futuro e ainda promoverá um equilíbrio com o modal rodoviário, que se manterá como uma opção forte de transporte até os portos paranaenses.

Ao mesmo tempo, o Moegão exercerá um papel crucial para os novos terminais que fazem parte das áreas arrendáveis do Porto de Paranaguá – PARs 14, 15 e 25 –, já leiloados e que aguardam as tramitações legais para a assinatura do contrato e do termo de posse. Parte dos investimentos (R$ 1,1 bilhão) a serem feitos pelos arrendatários terá como destino a construção da primeira fase do Píer em “T”. Mais R$ 1 bilhão será aplicado pelo governo do estado. A unidade, que contará com quatro berços, vai permitir que o Corex triplique a velocidade média de carregamento dos navios — passando de 3 mil para 8 mil toneladas movimentadas por hora.

Investimentos

O Governo do Estado do Paraná, por meio da Portos do Paraná, está aplicando mais de R$ 650 milhões, a partir de recursos próprios e de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Moegão. Em termos de investimentos, o Moegão equivale a quase duas pontes de Guaratuba, outra gigantesca obra em desenvolvimento no estado do Paraná.

Atualmente, em média, 550 vagões podem ser descarregados diariamente no Corex. Com o Moegão, o descarregamento será padronizado em um único espaço, que terá condições de recepcionar até 900 vagões por dia.

Como não haverá mais a entrada de vagões dentro dos terminais, as manobras, que hoje são necessárias para o descarregamento, deixarão de existir, reduzindo sensivelmente as interrupções no trânsito da cidade. O número de cruzamentos com interrupções cairá de 16 para cinco.

Cada terminal é responsável por fazer a interligação até o receptivo do Moegão. O gerente da Cotriguaçu, Rodrigo Buffara, que participa do CAP como representante da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), comentou que a Cotriguaçu já contratou a interligação ao eixo principal do Moegão. “Visamos maximizar o recebimento ferroviário, onde fica, na nossa visão técnica, a grande evolução do corredor de exportação, gerando um aumento de descarga ferroviária. Estamos juntos neste processo para somar”, afirmou Buffara.

A previsão da entrega do Moegão é dezembro de 2025, com operação prevista para o início de 2026. “Nos próximos meses, vamos finalizar a parte pré-moldada das Torres 5 e 9, concluir a fundação dos prédios administrativos e avançar na montagem da parte mecânica e elétrica”, explicou a coordenadora de projetos do consórcio Moegão, Caterina Veronese.

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