“Abaixo a corrupção!”… De quem?
Parece que as eleições de 2014 ainda não acabaram. Os inconformados com suas derrotas e seus seguidores, buscam derrubar à força um governo federal legitimamente eleito. Mas, se isso não bastasse, vou me atrever aqui a fazer uma simples análise sociológica do que tem ocorridos nas manifestações patrocinadas pela grande mídia e seus partidos conservadores.
Afinal, qual é a razão de querer derrubar um governo federal? Ou o impeachment da presidente da República?
Olha, o cardápio é variado! Temos quase um buffet de restaurante com aquelas cubas para self-service com motivações para qualquer gosto e preferência política:
Começa com os saudosistas da Ditadura Militar que o Brasil viveu entre 1964 e 1985, ou seja, um quarto de século. Esses são pessoas idosas, com seus filhos e netos, que sentem-se frustrados psicologicamente com a perda de poder e a fama de terem servido o regime de força e suas mazelas.
Em geral, são militares aposentados com suas esposas ou suas viúvas, misturados com simpatizantes do fascismo, embora sequer saibam que o são.
Depois vem outro grupo: a classe média tradicional brasileira, cujas histórias familiares são parecidas. Seus avós e pais também foram de classe média, são brancos e sempre se alimentaram e viveram na periferia do poder. Também sentem saudades dos tempos que a mão de obra dos serviçais era barata e podiam ter empregados e serviços de pessoas pobres que hoje subiram socialmente e cobram caro seus serviços. Possuem forte influência dos tempos de uma economia e agrícola e fortes preconceitos sociais e até raciais.
O grupo dos perdedores políticos é mais transparente: manipulam descaradamente por uma simples motivação, que é a retomada do poder. Seus partidos conservadores, são um espelho perfeito para o que costumeiramente se chama de “elite branca”, ou seja, são financiados pelos ricos atrelados às verbas públicas, que sem elas suas fortunas se evaporam. Estão entre eles os grupos da velha mídia, donos de emissoras de rádio e TV, grandes jornais e revistas. Fizeram fortuna encima de gordas verbas de publicidade de governos, financiamentos públicos a seus bancos e empresas. São os apoiadores destes partidos que estão fora do poder federal há 13 anos! Ou tomam o poder ou vão à falência econômica.
O quarto grupo são os de sempre: os chamados “inocentes úteis”. Pessoas facilmente manipuladas pela mídia, com pouca reflexão intelectual e saem repetindo frases de efeitos como papagaios.
Este grupo é o mais interessante para a grande mídia, pois tem algum dinheiro pra comprar os grandes jornais, assinam revistas semanais e assistem noticiário à noite sentadinhos no sofá em frente à TV. A lavagem cerebral é muito mais fácil sobre este grupo, que se consideram “bem informados”, mas se alimentam apenas na seletividade e parcialidade destes gigantes manipuladores de massa.
Mas onde está a incoerência? Somos ou não contra a “Corrupção”?
A maioria das pessoas que conheço se dizem contra a corrupção, e com razão. Afinal, pagamos nossos impostos e queremos ver o dinheiro público bem aplicado pelos governos para o bem da sociedade.
A incoerência está nos políticos que são acusados pelo judiciário de irregularidades com o dinheiro público, querem derrubar uma presidente eleita legitimamente acusando-a sem provas pessoais de ilícitos.
Hoje, 70% dos congressistas e políticos respondem processos por irregularidades com recursos públicos, portanto, não seria hipocrisia quererem dar um golpe político em que é limpa juridicamente? Acho que é!
O próprio perdedor das eleições presidenciais de 2014, o senador mineiro Aécio Neves, foi acusado pelo Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, de receber propinas de criminosos confessos que o denunciaram. Mas, seu processo está engavetado em Brasília. Não esqueçamos, que ele e seus partidos são os organizadores das tais “manifestações” contra a presidente da República.
Há um cheiro de podre no ar? Sim, é que agora a presidente levantou a tampa do esgoto e combate a corrupção, deixando ratos e baratas apavorados! Enfim, a sociedade vai esvaziar o esgoto, que ficou cheio após décadas de roubos.
Pra finalizar, aconselho os leitores da coluna a ajudarem a construirmos uma democracia. Para que ela funcione, suas instituições devem ser estáveis e respeitarmos a regra do jogo. Afinal, quando se entra nele é para ganhar ou perder, e é muito feio voltarmos a ser crianças e pegar nossa bola de volta porque nosso time está perdendo.
Não votei no governador do meu estado, ideologicamente não me alinho com seu governo, mas respeito o mandato dele conquistado nas urnas. Então, por que no Governo Federal deve ser diferente?
Defendamos a democracia!
É a Minha Opinião.