Cercada de natureza, Guaratuba se vê com sérios problemas ambientais
Guaratuba é coberta de florestas, cortada por rios e cercada por mar e baía. Mesmo assim o município não está se preparando para enfrentar impactos da mudança do clima, como as enchentes.
Com cerca de 90% de seu território em áreas de proteção ambiental, os bairros não são suficientemente arborizados. Os rios não servem para nadar, brincar ou pescar, têm mau cheiro e não estão livres de esgoto.
O município também não tem estruturas suficientes para evitar enchentes (boca de lobo, piscinão, galerias de águas pluviais, parques fluviais). As margens dos rios não são arborizadas e não é unanimidade que as pessoas sabem que não devem ocupar áreas próximas aos rios.
Ponto de vista – As opiniões fazem parte de uma Consulta Pública de Percepção Ambiental realizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, Associação Mar Brasil e Cooperação Brasil-Alemanha Pelo Desenvolvimento Sustentável (GIZ), Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema) e pelo projeto Biodiversidade e Mudanças Climáticas, do Ministério do Meio Ambiente.
Como o nome explica, não se tratou de levantar problemas e alternativas, mas de saber como as pessoas percebem algumas questões ambientais e de como elas acham que a população pensa e como o poder público age. Você pode não concordar com as conclusões, mas é como as pessoas que responderam veem a cidade.
O questionário foi feito em todos os municípios do Litoral. O levantamento foi feito em julho de 2016 em reuniões com membros dos conselhos de meio ambiente, representantes de organizações sociais e cidadãos em geral. As prefeituras se comprometeram em divulgar os formulários nos sites oficiais. O Correio do Litoral divulgou com link para o formulário online.
Adesão – Em muitos municípios houve pouca adesão. A melhor foi em Guaratuba, onde levantamento abrange 200 respostas. Em Paranaguá, que tem população quase quatro vezes maior, foram 216 respostas. Pontal do Paraná teve apenas 32; Morretes, 28; Antonina, 23; Matinhos, 20; e Guaraqueçaba, 19.
O resultado foi encaminhado aos municípios e aos participantes pelo SOS Mata Atlântica no dia 1º de fevereiro. O levantamento deverá servir como ponto de partida para elaboração do Plano Municipal de Mata Atlântica.
Nos quesitos, Guaratuba tirou a melhor nota na gestão de resíduos (lixo), com 7,8 – de zero a 10. Guaraqueçaba teve a melhor nota na qualidade do ar, 6,4, e água, 6. Morretes, no clima, 5,1. A participação social teve nota baixa em todas as sete cidades.
O Correio do Litoral publica, em primeira mão, os resultados individuais dos sete municípios. Também divulga um relatório de toda a região, com as notas de cada um nos quesitos, que já foi divulgado pela administração do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange.
“A sugestão é que possam utilizar estes dados para compor uma agenda propositiva dos Conselhos de Meio Ambiente e Câmara de Vereadores para que, juntamente ao poder executivo (prefeituras), possam realizar organização de uma agenda comum prioritária a ser desenvolvida por meio de políticas públicas participativas nestes municípios, informa a Mario Mantovani, da Fundação SOS.
Acesse os questionários – arquivos na íntegra como foram enviados a cada município:
Antonina Guaraqueçaba Guaratuba Matinhos Morretes Paranaguá Pontal do Paraná
Acesse o relatório geral – link divulgado pela administração do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange:
https://drive.google.com/file/d/0B9WLqTCfgEYHby1xcVF6VUdEWU9Ma3YyMHBxWEFhQjZkQlhj/view