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Consórcio pede R$ 593 milhões para Moegão ferroviário do Porto de Paranaguá

Nesta quarta-feira (5), a Comissão Permanente de Licitação e Cadastro (CPLC) da Portos do Paraná abriu os envelopes da licitação 006/2022, referente ao Projeto Cais Leste, conhecido como “Moegão”. Um consórcio formado por quatro empresas de engenharia habilitou-se para a concorrência.

Um dos envelopes apresentados trazia a proposta de valor (R$592.754.669,41), o outro, a documentação técnica exigida em edital (cerca de 1.500 páginas). Agora, correm-se os prazos para análise do material e recursos.

Como explica a CPLC, somente após esses prazos e homologação dos resultados é que serão divulgados os nomes das empresas participantes.

Apesar de presencial, a licitação também foi transmitida pelo canal de licitação da empresa pública no Youtube. Remotamente, participaram quase 50 ouvintes. Toda informação em relação ao certame estão disponíveis para consulta no link: https://www.portosdoparana.pr.gov.br/Pagina/Licitacao-LP-6-Corredor-Leste-Moegao

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

AVANÇO – Com a sessão de ontem, a Portos do Paraná cumpre mais uma etapa para o desenvolvimento do Projeto Executivo e execução da obra que prevê a centralização da descarga ferroviária de grãos e farelos em uma moega exclusiva no Corredor Leste de Exportação do Porto de Paranaguá.

“Depois de quase dois anos de preparação e projeto básico, a gente chega à primeira fase da etapa externa que é essa, de apresentação das proponentes e seus preços”, comenta o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, que também acompanhou a sessão.

O consórcio, segundo Garcia, reúne grandes empresas e apresentou uma proposta interessante que será analisada antes de seguir para a segunda etapa, de habilitação.

Estando tudo de acordo com a documentação, “a expectativa é que, muito em breve, tenhamos condição de assinar o contrato, para a gente, enfim, dar início à execução de uma obra tão importante para o complexo portuário do Paraná”, destaca o gestor.

Detalhes do Projeto Cais Leste/ “Moegão”

Além da moega exclusiva para cargas que chegam pela ferrovia, a proposta é também é de reestruturação dos acessos dos Terminais da Região Leste do Porto de Paranaguá, otimizando a capacidade de recepção de cargas em ambos os modais rodo e ferroviário.

“É uma obra que muda o conceito de operação ferroviária no Porto de Paranaguá. Talvez, a maior obra da história dos portos do Paraná”, diz, Luiz Fernando Garcia.

O projeto, ainda de acordo com o executivo, considera a realidade atual e a necessidade de ampliar a participação do modal ferroviário, mas também olha para o futuro da logística no Estado e no cenário nacional.

“Desenvolveremos essa obra pensando na Nova Ferroeste, no fim da concessão da malha sul que nos atende. Enfim, temos grandes investimentos externos ao porto, que demandam muito a ferrovia e precisamos estar preparados para isso”, pontua Garcia.

O QUE SERÁ FEITO:

Nesta contratação, pretende-se a execução de trecho do empreendimento, denominado FASE 01, composto por

  • Moega ferroviária composta por 3 linhas de recebimento de grãos com capacidade para descarga simultânea de 3 vagões cada;
  • 1,7 km de galerias para transportadores de correia;
  • 4,8 km de correias transportadoras totalmente enclausuradas com capacidade de projeto de 2000 t/h (correias de 54”), para transporte do produto descarregado na Moega Ferroviária diretamente nos terminais logísticos da área portuária.
  • O sistema de descarga ferroviária será concentrado em uma moega ferroviária exclusiva e o escoamento se dará por correias transportadoras totalmente enclausuradas, de forma a não permitir emissões de material particulado para a atmosfera.

CARACTERÍSTICAS:

  • Capacidade para 180 vagões simultâneos;
  • 3 linhas independentes;
  • 11 terminais interligados.
  • Expectativa de + 24 MILHÕES t. de grãos e farelos/ano
  • 900 vagões/ dia (300 vagões em cada uma das 3 linhas)
  • 60 vagões por lote, a cada 3,5 horas
  • Máxima – 15 composições diárias (com 60 vagões cada), 5 encostes diários; e aumentando gradativamente ao longo de dez anos
  • Vagões passarão de 65 t para 80 t

BENEFÍCIOS:

  • Mais organização no trânsito e no fluxo dos modais
  • Redução do ruído da buzina dos trens
  • 1 navio de grão = 1.200 vagões x 1.800 caminhões
  • Custo 30% menor
  • 73% menos CO2
  • Redução de 16 para 5 interferências rodoferroviárias.
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