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Litoral tem mais dois casos confirmados de gripe aviária

Dois novos casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP ou H5N1 ou gripe aviária) foram confirmados no município de Pontal do Paraná nesta sexta-feira (30), em uma ave da espécie trinta-réis-de-bando (Thalasseus acuflavidus) e em uma gaivota-maria-velha (Chroicocephalus maculipennis).

O Paraná apresenta até o momento cinco focos da doença, todos em aves silvestres no Litoral. As medidas de vigilância em propriedades em torno dos focos estão em andamento, informa a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).

O município de Pontal do Paraná já tinha um foco de IAAP identificado em uma ave da espécie trinta-réis-real (Thalesseus maximus) na semana passada. Os outros dois casos, também trinta-réis-real, haviam sido registrados em Antonina e Paranaguá (Ilha do Mel).

De acordo com a Adapar, a infecção pelo vírus em aves silvestres não altera o status sanitário do Paraná e do Brasil como livre de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). “Assim, não há impacto no comércio internacional de produtos avícolas. Também não há risco no consumo de carne e ovos, pois a doença não é transmitida por meio do consumo”.

A Adapar informa que atende 100% das notificações de suspeita. Quando verificado um caso provável, é feita a coleta de amostra para diagnóstico laboratorial, isolamento de animais, interdição da unidade epidemiológica (propriedade), verificação do trânsito e investigação de possíveis vínculos.

A Agência também informa que promoveu, recentemente, a capacitação e o treinamento de profissionais em todas as Unidades Regionais do Estado, e “conta com médicos veterinários com dedicação exclusiva e capacidade técnica elevada na área para atendimento das questões sanitárias”.

Na semana passada, a Adapar publicou uma portaria que suspende temporariamente a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA) para aves do Litoral para outras regiões.

Monitoramento de Praias reforçou medidas de proteção

O Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná, que realiza Projeto de Monitoramento de Praias no Paraná, informa que, desde o final de 2022, tem reforçado os protocolos de atendimento aos animais marinhos silvestres, “em especial as aves migratórias, buscando tomar todos os cuidados necessários para detecção rápida e evitar a propagação da doença”.

“Apesar de ser um vírus de alta patogenicidade, é também de baixa virulência”, explica o LEC-UFPR. “Medidas básicas de isolamento, proteção individual e higiene são suficientes para evitar sua propagação. O risco de contágio em humanos é baixo e pode ser evitado”, completa.

🚨Recomendações do LEC-UFPR aos moradores do Litoral e visitantes:
❌ Não se aproximem ou toquem nos animais sintomáticos
❌ Mantenham distância
❌ Se possível, gravem um vídeo ou tire foto do animal, e
❌ Liguem para os órgãos responsáveis

O vírus é transmitido pelo contato com fezes de aves infectadas e por meio de vias respiratórias, portanto é importante respeitar essas orientações, manter a higienização básica constante, como lavagem correta das mãos e/ou uso de álcool em gel, assim como uso de máscaras e outros itens de proteção para o manejo responsável das aves.
Para uma rápida e efetiva resposta a este momento de emergência, é preciso ficar atento aos sinais clínicos e visuais apresentados pelos animais.

Glossário*:
Patogenicidade: efeitos e consequências na condição de saúde
Virulência: capacidade de dispersão e sobrevivência do microrganismo
IAAP: Influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1)

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