Mata Atlântica em Pé 2024 identifica 17 mil hectares de desmatamento ilegal em 17 estados
As multas ultrapassam R$ 137 milhões, o maior valor registrado no histórico da operação. As ações de fiscalização usam um sistema de monitoramento das áreas via satélite.

A Operação Mata Atlântica em Pé chegou ao final de sua sétima edição nacional nesta sexta-feira, 27 de setembro, e identificou 17.124 hectares com supressão ilegal de vegetação nativa em todo o país. Em 2023, foram registrados 15,4 mil hectares de desmatamento, e, em 2022, foram 11,9 mil he. Ao todo, neste ano, foram 1.248 alertas fiscalizados. O trabalho resultou ainda na aplicação de R$ 137.515.308,05 em multas até o momento (alguns estados ainda não contabilizaram o total), o maior valor registrado no histórico da operação.
Neste ano, a operação foi coordenada nacionalmente pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pela Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa), em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica e a plataforma MapBiomas.
As ações de fiscalização tiveram início no dia 16 de setembro e ocorreram simultaneamente em 17 estados da Federação que possuem cobertura desse ecossistema. Os estados que participam da Operação Mata Atlântica em Pé são: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.

Para o promotor de Justiça e coordenador do Meio Ambiente do MPMG, Carlos Eduardo Ferreira Pinto, em um contexto de incessantes queimadas, bem como das mudanças climáticas, proteger a Mata Atlântica revela-se uma iniciativa indispensável ao bem-estar das presentes e futuras gerações. “Essa é uma iniciativa de vanguarda que consegue, por meio de uma ação orquestrada e com uso de tecnologia, alcançar, cada vez mais, uma maior proteção desse ecossistema tão importante”, considera
Piauí, Minas Gerais e Espírito Santo foram os Estados com maior área de fiscalização e, portanto, maior número de hectares com supressão de vegetação nativa. Piauí registrou 7.300 hectares de desmatamento da Mata Atlântica, quanto Minas Gerais teve 2.854 hectares e o Espírito Santo, 1.029 hectares. Minas Gerais também se destaca como o Estado com o maior valor de multas aplicadas: R$ 56,2 milhões.

Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa realizada pelo MPMG, na tarde desta sexta-feira. Além do promotor de Justiça Carlos Eduardo, participaram da coletiva: Alexandre Gaio, promotor de Justiça e presidente da Abrampa; Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica; Marcos Rosa, coordenador técnico do MapBiomas Brasil; Edson Luiz de Carvalho Barbosa, superintendente nacional de Riscos Especializados da caixa Econômica Federal; bem como a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG, Marília Melo, e o secretário de Estado Adjunto da Semad, Leonardo Rodrigues.