Obra sonhada por Guaratuba, causa pesadelos em Garuva

Moradores de Garuva manifestaram contrariedade ao projeto de retirar o semáforo do Centro da cidade. Em Guaratuba e Itapoá, o equipamento é apontado como causador de congestionamentos da SC-417; alguns garuvenses discordam.
A avenida Paraná, parte urbana da rodovia, é a principal via comercial da cidade. Também é caminho obrigatório entre a BR 101 e Guaratuba e Itapoá (SC).
Para os moradores a destas últimas cidades, o sinaleiro é um bloqueio para o tráfego; alguns comerciantes de Garuva consideram que é uma forma de atrair clientes. Outros consideram que o comércio formal não ganha com as filas, “apenas os ambulantes”.
A maioria defende que o sinaleiro possibilita que os moradores cruzem a rodovia, mesmo nos dias de maior fluxo de veículos que apenas cruzam a cidade.
O projeto para retirar o sinaleiro foi apresentado nesta terça-feira (22), na Câmara Municipal de Garuva. São duas rotatórias com uma passagem elevada em lugar do sinaleiro. A obra foi protocolada pela Prefeitura no Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura, do Governo de Santa Catarina).
O vereador de Guaratuba, Almir Troyner esteve na sessão e comemorou a mudança no Facebook. No dia seguinte, moradores protestaram na rede social; na manhã desta quinta-feira, entraram em contato com o Correio do Litoral para dizer que pretendem ir à Câmara cobrar explicações dos vereadores.
Contorno de Garuva
Segundo os garuvenses, não é o sinaleiro que causa congestionamento. Eles afirmam que a retirada só vai favorecer “turistas” e sugerem que eles utilizem o Contorno de Garuva, que tem acesso poucos quilômetros ao sul na BR 101 (KM 10) para chegar à Guaratuba e Itapoá. “Quem vai pagar a construção da rotatória? Guaratuba?”, provocou um garuvense, muito aplaudido.
O Governo de Santa Catarina anunciou a conclusão do Contorno em outubro. Ele desvia parte do tráfego do Centro de Garuva e em parte da SC 417. Mas a inauguração já está sendo criticada porque não foi feito um desvio que direcione os caminhões diretamente ao Porto de Itapoá sem passar pela Estrada de Garuva.
O governo catarinense também não respondeu à cobrança de conserto definitivo dos buracos da SC 417, a principal briga que une garuvenses, guaratubanos, itapoenses, turistas e outros visitantes.