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Portos do Paraná investiu R$ 35 milhões em ações socioambientais em 2024

Oficina de Coleta e Despolpa de Juçara na Vila do Amparo | fotos: Claudio Neves/Portos do Paraná

Em 2024, a empresa pública Portos do Paraná investiu um total de R$ 35 milhões em programas de meio ambiente e ações socioambientais. O valor representa um aumento de 18% em relação a 2023 (R$ 29,6 milhões). Do total, aproximadamente R$ 20 milhões foram aplicados diretamente em projetos voltados às comunidades do litoral paranaense.

Um dos principais destaques do ano foi o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas (Prad), concluído em junho. A iniciativa recuperou 400 mil m² (40 hectares) de área florestal em Antonina. Foram plantadas 55.719 mudas de 121 espécies nativas, como cedro, ipê-amarelo e ipê-roxo, além de árvores frutíferas nativas (araçá, juçara, pitanga) e exóticas (laranja, limão, abacate, acerola).

“O Prad é uma parceria com pequenos agricultores e tem como objetivo o sequestro de carbono por meio da regeneração florestal. A ação amplia a biodiversidade, garante segurança alimentar e oferece novas perspectivas de renda às famílias participantes”, afirmou o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana. Além disso, o programa contribui para a redução do assoreamento na Baía de Paranaguá, favorecendo a navegação.

Outro destaque é o Programa de Educação Ambiental (PEA), que reúne 11 projetos com enfoque socioambiental e incorpora práticas da permacultura (que consiste no planejamento e na execução de soluções que tornem as ocupações humanas mais sustentáveis). Em 2023, mais de 1.300 pessoas foram beneficiadas em mais de 230 atividades realizadas.

O PEA também oferece cursos profissionalizantes gratuitos. Em 2024, a primeira Oficina de Coleta e Despolpa de Juçara foi promovida para cerca de 80 moradores da comunidade da “Ilha do Amparo”, em Paranaguá. O objetivo é fomentar a geração de renda aliada à conservação ambiental.

“É um momento de troca de saberes com a comunidade, onde mostramos novas formas de utilizar a palmeira juçara, até então explorada apenas pelo palmito, condenando a espécie”, destacou Santana.

Também no âmbito do PEA, a Portos do Paraná firmou parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR) para instalar sistemas ecológicos de tratamento de esgoto em 60 residências na “Ilha de Eufrasina”, atendendo 100% das casas dos moradores residentes comunidade.

“Cada moradia recebe um projeto personalizado conforme suas características”, explicou o professor e coordenador do projeto pela UFPR, Fernando Armani. Até o fim de 2024, 42 unidades já haviam recebido os sistemas. Pelo destaque em inovação e eficiência, o projeto Saneamento Ecológico recebeu Prêmio Portos e Navios de Responsabilidade Socioambiental.

Sistemas ecológicos de tratamento de esgoto em Eufrasina

Outros projetos relevantes incluem o “Selo Verde” e o “Compostar para Cultivar”. O primeiro funciona como um sistema de certificação para comércios locais, incentivando boas práticas de gestão de resíduos sólidos. O segundo promove a compostagem como alternativa sustentável para resíduos orgânicos em comunidades isoladas.

Desde 2021, foram instaladas composteiras nas duas escolas da Ilha do Mel e em uma escola estadual na Ilha dos Valadares. Em 2025, o projeto será expandido para as comunidades do Amparo, Piaçaguera, Eufrasina e Ilha do Teixeira. Estima-se que mais de três toneladas de resíduos da merenda escolar deixem de ser enviadas ao aterro sanitário por ano.

Monitoramento ambiental contínuo

Os programas de meio ambiente incluem ainda o monitoramento trimestral da qualidade da água, sedimentos e biota aquática no complexo estuarino de Paranaguá, realizado desde 2014.

Compensações ambientais

Como medida compensatória pelas obras de dragagem de aprofundamento, a Portos do Paraná já construiu 13 trapiches em comunidades das baías de Paranaguá e Antonina. Em 2025, está previsto o início do andamento do projeto de mais uma estrutura em Pontal do Sul.

Já foram construídos 13 trapiches em comunidades de Paranaguá e Antonina
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