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Promotoria denuncia três por tortura em clínica de reabilitação em Pontal

Delegacia de Pontal do Paraná, no balneário de Ipanema

A 1ª Promotoria de Justiça de Pontal do Paraná denunciou três homens que mantinham uma clínica terapêutica para dependentes químicos no balneário Pontal do Sul. Os réus estão presos preventivamente desde o dia 17 de abril. 

Eles podem ser condenados pelos crimes de associação criminosa, cárcere privado, tortura, redução a condição análoga à escravidão e retenção de documentos pessoais dos internos.

Os réus são o dono do estabelecimento e dois ex-internos, que trabalhavam como “monitores”. A denúncia foi oferecida nesta terça-feira (2)  e tramita na Vara Criminal da Comarca.

De acordo com a denúncia, os três mantiveram por mais de 15 dias, durante o último mês de abril, pelo menos seis pessoas em condições de grave sofrimento físico e moral. Há notícias também de vítimas adolescentes e idosos.

Conforme investigações da Polícia Civil, os réus teriam submetido as vítimas a agressões, privações de alimentação e higiene como aplicação de castigo por supostas desobediências. Segundo a Promotoria, “os internos apanhavam, tinham as mãos e pernas amarradas e eram submetidos a banho gelado e agressões físicas, como forma de castigo por tentativas de fuga do local, por tentarem comunicar a situação a familiares, dentre outros motivos”. 

“Além disso, eram obrigados a realizar serviços de limpeza e higiene das dependências da clínica, inclusive de necessidades fisiológicas feitas nos quartos e corredores por outras vítimas, além de terem seus documentos pessoais retidos pelos denunciados”, informa o Ministério Público do Paraná (MPPR).

As investigações da Polícia tiveram início após relatos de ex-internos da unidade de tratamento ao serviço social municipal e à Guarda Municipal. 

De acordo com o MPPR, as apurações prosseguem e, em caso de identificação de novas vítimas e outras pessoas envolvidas como responsáveis pelas agressões, novas denúncias poderão ser oferecidas.

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