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Matinhos prepara leis sobre Agricultura Urbana e Agroecologia

A iniciativa de um aluno de Agroecologia da UFPR Litoral mobilizou a comunidade acadêmica, conquistou vereadores e agora deve virar leis que incentivam a agricultura urbana e a agroecologia em Matinhos.

A ideia partiu do estudante Tiago Tischer Coelho. Ele conseguiu que o presidente da Câmara, o vereador Gerson da Silva Júnior criasse uma Comissão Especial de vereadores para tratar do assunto. Presidida pelo vereador Anderson Dan, a comissão se reuniu com professores e técnicos da UFPR, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater e Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Ao final de três meses, Gerson Júnior apresentou dois projetos de lei. O primeiro “institui a Política Municipal de Agricultura Urbana e Periurbana de Matinhos”. O segundo, “dispõe sobra a Política Municipal de Agroecologia e Produção Orgânica”.

Os projetos de lei foram apresentados na sessão desta segunda-feira (19) e foram encaminhados para análise e parecer das comissões permanentes. Terão de ser votadas duas vezes e submetidos à sanção do prefeito Ruy Hauer, antes de virarem lei.

Depois disso tudo, e se “as leis pegarem”, ou seja, entrarem em prática, Matinhos terá uma das legislações mais modernas a respeito da “nova” agricultura que está surgindo no mundo acadêmico, nos movimentos sociais pelo mundo inteiro e que, na realidade, resgata a antiga agricultura de subsistência, sem agrotóxicos e fertilizantes químicos.



Fotos da reunião da Comissão de de Agricultura Urbana da Câmara – No detalhe, Tiago Tischer (à esq. de óculos)

De acordo com Tiago Tischer, a ideia surgiu em um seu projeto de aprendizagem do curso, no início de 2018. “Hoje, no município e na região prosperam hortas residenciais; não poderia ser diferente, afinal, estamos em território caiçara, com uma população que por tradição vive do mar e da floresta, além de recentemente receber, vindos do planalto, famílias com um profundo senso de ruralidade”, explica Tischer.

Segundo o estudante, “a perspectiva, não só para Matinhos, mas para todo o litoral do Paraná, é que as atividades da agricultura urbana como a compostagem, os viveiros, as hortas, a comercialização e o consumo sejam feitas pelos atores públicos ou privados nos espaços públicos e privados mediante cooperação mútua”.

Fotos: Câmara de Matinhos

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