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SC vai pagar juros de agricultores e pescadores atingidos por ciclone

Plantação de banana atingida por ciclone. Garuva (SC) , em 4/7/2020 – foto: Gustavo Aquino/ Correio do Litoral

Agricultores familiares e pescadores artesanais de Santa Catarina atingidos pelo ciclone que assolou os estados do Sul no dia 30 de junho não pagarão juros dos financiamentos do Plano Safra.

A Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR) criou o programa “Menos Juros Recupera SC”, que vai subsidiar até 4% dos juros anuais destes financiamentos para agricultores que tenha sofrido prejuízos com o vendaval.

Os interessados devem procurar um escritório da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) para se cadastrarem no programa.“Dentro do Plano Safra, existem várias linhas de crédito, como a do Pronaf, por exemplo, que tem juros de 2,75% e 4% ao ano. Assim, se a captação do financiamento for via Pronaf, o agricultor não vai pagar juros”, esclarece Hoilson Fogolari, coordenador do Programa Políticas Públicas da Epagri.

O programa Menos Juros Recupera SC subsidia juros por um período de até oitos anos. A SAR disponibilizou para o programa recursos para a subvenção dos juros que poderão alavancar R$ 20 milhões em investimentos no setor agrícola. O limite de crédito por unidade de produção familiar e de R$ 40 mil. Para acessar o crédito, o agricultor vai precisar de um projeto desenvolvido pelos técnicos da Epagri, por isso a necessidade de procurar um escritório da instituição o quanto antes.

A linha de financiamento a ser acessada vai ser definida pelo enquadramento do beneficiário. Qualquer atividade agrícola ou pesqueira atingida poderá se beneficiar do programa, mas a verba só pode ser investida na recuperação de itens da cadeia produtiva (pomares, galpões, barcos etc) e não na reforma das residências eventualmente prejudicadas pelo vendaval.

O agricultor vai buscar o financiamento no banco de sua preferência, desde que ele ofereça as linhas de crédito do Plano Safra, “o que é o caso da maioria das instituições financeiras”, informa Hoilson.

Prejuízos

A Epagri concluiu o Relatório Preliminar Emergencial Detalhado de Perdas na Agricultura e Pesca Catarinenses Relacionado ao Evento, que aponta um prejuízo total de R$ 588.359.124,32 nos dois setores. Foram 238 municípios atingidos e 1.771 agricultores ou pescadores que sofreram perdas.

De acordo com o documento, a região de Joinville teve as maiores perdas financeiras na agricultura ou pesca, no valor de R$ 187.345.985,00. Em seguida aparecem as regiões de Criciúma, Itajaí, Rio do Sul e Florianópolis. A região de Campos Novos foi a que teve menos prejuízos.

Corupá, no Norte do Estado, foi o município com as maiores perdas no meio rural, que somaram R$ 70.031.865,00. O município que sofreu os menores prejuízos foi Flor do Sertão, no Oeste do Estado, onde as perdas foram de R$ 490,00.

O levantamento da Epagri identificou perdas de 20 a 100% nos cultivos de banana e palmito no Litoral Norte do Estado.

Fonte: Epagri

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