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Terminal portuário faz compensação de carbono na Mata Atlântica

Fábio Jorge (Cattalini), Clóvis Borges (SPVS) e Fernando Pereira (Cattalini) | foto: Divulgação

A SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental) firmou mais uma parceria de compensação de carbono em suas reservas, desta vez com a empresa Cattalini Terminais Marítimos, que opera um terminal privado de granéis líquidos no Porto de Paranaguá.

Desde março, a empresa inicia a compensação das emissões originadas das suas operações, com a adoção de oito hectares de áreas de Mata Atlântica, localizadas em uma das três reservas naturais de propriedade da SPVS, no litoral norte do estado. O aporte de recursos será destinado para ações de manejo e manutenção em prol da conservação da área, localizada na Reserva das Águas, a fim de evitar a perda dos estoques de carbono presentes nesses ambientes.

Para oficializar o vínculo, um evento foi realizado no dia 9 de março, na Reserva Natural Guaricica, com representantes das duas organizações e de José Paulo Vieira Azim, prefeito de Antonina, município onde fica a Reserva das Águas e que recebe toda a provisão de água dessa área. 

Segundo Azim, a parceria é vista com excelentes olhos. “Antigamente, antes da existência das Reservas da SPVS, não havia condição de abastecer a cidade 24 horas por dia. Atualmente, isso não acontece mais, porque toda a água que o município recebe é produzida na Reserva, pela floresta. Na medida em que a SPVS recebe apoio para a manutenção de suas áreas, melhora ainda mais a qualidade delas”, destacou. As reservas da SPVS garantem à Antonina e Guaraqueçaba cerca de R$ 10 milhões por ano de ICMS Ecológico. 

Para Clóvis Borges, diretor-executivo da SPVS, o apoio da Cattalini à SPVS permite a compensação das emissões da corporação, ao mesmo tempo em que viabiliza a provisão de um conjunto amplo de serviços ecossistêmicos que colaboram com a proteção do meio ambiente e com a melhoria da qualidade de vida da população de todo o Litoral. 

“É um orgulho para a SPVS participar desta parceria. Esperamos que exemplos como este sejam incrementados nos próximos anos, além de poderem ser seguidos por outras corporações, no sentido de avançar em suas gestões ambientais, incorporando a conservação da natureza em seus negócios”, disse o diretor.

Para José Paulo Fernandes, diretor-presidente da Cattalini Terminais Marítimos, a parceria é digna de celebração. “Agradecemos à SPVS por estar conosco nesse processo de promover a participação da Cattalini em ações sustentáveis. Entre 2016 e 2017, criamos o nosso Comitê de Sustentabilidade com a plena consciência de que podemos desenvolver o nosso negócio de forma sustentável. Hoje, temos uma estrutura de ASG (Ambiental, Social e Governança) que cuida de 25 programas nestas áreas e essa parceria com a SPVS é mais uma deles”, explicou. 

Fábio Martins Jorge, controller da Cattalini, informou que o propósito é que mais empresas estejam engajadas e percebam a importância do compromisso com o meio ambiente. “Estamos muito felizes com a parceria e com a possibilidade de aprendermos cada vez mais. Esse projeto em conjunto com a SPVS se trata de uma ação voluntária que nos consolida como a primeira empresa da área portuária a engajar-se nesse projeto”, declarou.

Reservas Naturais da SPVS

Desde a década de 1990, a SPVS recupera e conserva mais de 19 mil hectares de Mata Atlântica. As Reservas Guaricica, Reserva Natural das Águas (localizadas em Antonina) e do Papagaio-de-cara-roxa (em Guaraqueçaba), foram criadas pela instituição a partir de um aporte de recursos internacionais, obtido com o apoio da instituição The Nature Conservancy (TNC) para o envolvimento de três empresas estrangeiras (General Motors, Chevron e American Electric Power), que buscavam protagonizar iniciativas pioneiras no combate às mudanças climáticas atreladas a ações voltadas à conservação da natureza. 

Hoje, as áreas das Reservas, que já estiveram em estado de intensa degradação e desmatamento por conta da criação de búfalos para a implantação de pastagens, estão em franca recuperação. O trabalho de restauração das reservas naturais é constante e de longo prazo, uma atividade que faz parte do processo de gestão destas unidades de conservação privadas. Daí a importância do estabelecimento de parcerias com corporações e com o setor público, que permitam promover a manutenção e o incremento da conservação e uso dessas áreas.

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