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Ocupação do Colégio Zilda Arns ganha apoio

Fotos: Gustavo Aquino / Correio do Litoral
Fotos: Gustavo Aquino / Correio do Litoral

Alunos dos colégios Joaquim Mafra e Gratulino de Freitas apoiaram a ocupação do Colégio Estadual Zilda Arns e fizeram uma manifestação, na tarde deste sábado (8), na frente da Igreja Matriz, em Guaratuba.

Rafael Prussak, presidente do Grêmio Estudantil do Joaquim Mafra, disse que a ocupação das escolas é a melhor forma de chamar a atenção para o fato de que os estudantes são contra a reforma do Ensino Médio proposta pelo governo Temer. Para a secretaria-geral do grêmio, Luana Carvalho, é necessário que os estudantes permaneçam mobilizados para evitar que as mudanças não sejam aprovadas. A vice-presidente, Maria Helena Aquino, disse que os alunos do Joaquim vão discutir, na segunda-feira (10), como vão se posicionar em relação ao assunto.

Marcos Roberto Lemos Gaspar, aluno do curso de Formação de Docentes (antigo Magistério) do Colégio Estadual Gratulino de Freitas, membro da Upes (União Paranaense dos Estudantes Secundaristas) explicou que os alunos de sua escola estão debatendo o apoio ao movimento nacional depois de os alunos do Zilda terem feito a ocupação, na sexta-feira (7).

Marcos e o representante da UPE (União Paranaense dos Estudantes) em Guaratuba, Tiago Fruet, aluno de Direito da Faculdade Isepe, destacaram que a mobilização dos estudantes em todo o Brasil não é apenas contra a reforma do Ensino Médio e se posicionam contra o Projeto da Escola sem Partido, na opinião dele a despolitização da Educação. Também apoiam a mobilização dos professores estaduais, que discutem entrar em greve no próximo dia 17.

mapa-ocupa-escolasMapa da Ocupação – De acordo com o Mapa das Escolas Ocupadas do Paraná, já somam 48 o número de ocupações no estado. Segundo o mapa, no Litoral, apenas o Zilda Arns faz parte da mobilização – O colégio estadual é citado no mapa como Isepe porque funciona em uma ala alugada da faculdade privada. Acesse o Mapa aqui.

 

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MP do Ensino Médio (Agência Brasil)

A Medida Provisória 746/2016 torna obrigatórias para os três anos do ensino médio apenas as disciplinas de português e matemática. Inglês também será obrigatório, mas não necessariamente para os três anos. Os demais conteúdos serão determinados pela Base Nacional Comum Curricular, que ainda está sendo definida.

Pela MP, cerca de 1,2 mil horas, metade do tempo total do ensino médio, serão destinadas ao conteúdo obrigatório definido pela Base Nacional. No restante da formação, os alunos poderão escolher entre cinco trajetórias: linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas – modelo usado também na divisão das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – e formação técnica e profissional. A medida também amplia gradualmente a carga horária do ensino médio para 7h por dia ou 1,4 mil horas por ano.

As mudanças só devem começar a valer a partir de 2018 – de acordo com o texto, no segundo ano letivo subsequente à data de publicação da Base Curricular, mas pode ser antecipado para o primeiro ano, desde que com antecedência mínima de 180 dias entre a publicação da Base e o início do ano letivo.

O texto, que modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), prevê o fim da obrigatoriedade do ensino de arte e de educação física no ensino médio. As disciplinas serão obrigatórias apenas no ensino infantil e fundamental.

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, no último dia 4, a secretária-executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães, disse que não houve exclusão de disciplinas e que a MP transferiu para a Base Nacional Comum Curricular, o que deverá ser ensinado nas escolas. De acordo com o MEC, não há sinalização que os conteúdos deixarão de fazer parte do ensino médio ou que serão retirados da Base, que definirá também as diretrizes da formação dos professores.

 

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