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Policiais que mataram Mateus Lima são denunciados e presos

A cena do crime

O juízo da Vara Criminal de Guaratuba decretou a prisão de dois policiais militares pelo homicídio de Mateus Lima Ferraz da Silva, de 18 anos, na noite de 4 de fevereiro deste ano. As prisões foram cumpridas pela Corregedoria Geral da Polícia Militar nesta quarta-feira (22).

O 1º tenente Erickson Luis Veras, de 27 anos, e o soldado Sergio Antonio Merege de Mello Filho, de 28 anos foram denunciados pelo crime nesta semana pela 2ª Promotoria de Justiça de Guaratuba. De acordo com a denúncia, o rapaz trafegava em uma motocicleta quando foi perseguido e alvejado pelos dois policiais, que efetuaram 12 disparos em direção à vítima (dos quais dois o acertaram).

Segundo o MP, “para tentar incriminar o jovem e justificar os tiros, eles teriam forjado uma cena de confronto armado, implantando junto ao corpo da vítima uma arma calibre 38, com número de identificação raspado e sem autorização, além de drogas (32 gramas de cocaína e 64 gramas de maconha)”.

A Promotoria afirma que, durante as investigações, “foi apurado que a vítima estava indo visitar a namorada e o filho recém-nascido, de um mês de idade, quando fugiu de abordagem policial e foi alvejado pelas costas pelos policiais denunciados”. A motocicleta estava regularizada e o jovem tinha habilitação, mas teria fugido porque havia alterado o escapamento para produzir mais ruído e teve medo de ter a motocicleta apreendida.

O Ministério Público do Paraná denunciou o tenente e o soldado por homicídio qualificado, posse ilegal de arma com sinais raspados, tráfico de drogas e falsidade ideológica. Os dois já estão detidos em estabelecimento próprio para a custódia de militares em Curitiba. Eles ainda serão julgados. Os policiais alegaram que Mateus atirou neles e eles apenas revidaram.

Em dezembro e janeiro, quatro jovens foram mortos por policiais militares em Guaratuba, todos com a alegação oficial de “confronto policial”. O caso de Mateus causou comoção geral na cidade. Os demais casos, de jovens com passagens pela Polícia, não comoveram a sociedade. Em pelo menos, dois dos outros três familiares e amigos contestam a versão dos policiais.

Fonte: MP-PR – Edição: Correio do Litoral

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