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Casos de variante delta em Paranaguá foram em navio que ficou em quarentena

No início de agosto, três navios cumpriam quarentena determinada pela Anvisa (foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)

A Secretaria de Estado da Saúde confirmou nesta quarta-feira (25) mais um óbito em decorrência da contaminação pela variante delta da covid-19, e 17 casos e um óbito por sublinhagens desta cepa, sendo 14 casos e um óbito da sublinhagem AY.4 e três casos da AY.12.

As informações foram repassadas por meio do relatório de circulação de linhagens Sars-CoV-2 (vírus responsável pela covid-19), por sequenciamento genômico, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

O caso da variante delta foi registrado em Ouro Verde do Oeste. Trata-se de uma mulher de 53 anos, que iniciou os sintomas no dia 14 de julho, precisou de internamento e faleceu. Ela possuía comorbidades e havia tomado uma dose de vacina contra a Covid-19.

Confirmações – Os casos da sublinhagem AY.4 foram registrados em Piên (4), Curitiba (3), Colombo (1), Goioerê (1), Fazenda Rio Grande (1), Araucária (1) e Paranaguá (3). O óbito provocado por contaminação desta linhagem foi registrado em Araucária: um homem de 58 anos, que foi internado e faleceu no dia 5 deste mês. Também foram confirmados 3 casos da sublinhagem AY.12, todos de Paranaguá (3).

Três navios tiveram casos e suspeitas de covid

De acordo com a Sesa, os casos de Paranaguá são tripulantes de navio que atracou no final de julho e ficou em quarentena. Os tripulantes residem no Exterior, destaca a secretaria. Na ocasião, três navios ficaram isolados na área de fundeio localizada em frente ao cais do porto.

O MV Astakos, de bandeira maltesa, chegou no dia 25 de julho e entrou em quarentena no dia seguinte, dia 26; o Meghna Princess, de bandeira de Bangladesh, carregava soja desde o dia 27 de julho, e entrou em quarentena no dia 29; e o Redhead, com bandeira de Antígua e Barbuda, que chegou para carregar açúcar no dia 25, e também entrou em quarentena no dia 29/07.

“O único navio para o qual a Anvisa acionou o plano de contingência para o uso da ambulância disponibilizada pela Portos do Paraná para retirada de tripulantes que precisavam de atendimento hospitalar foi o Meghna Princess“, informou a empresa pública Portos do Paraná, no dia 2 de agosto. O MV Astakos é o único que continua no porto, ao largo, para “reatracação”, conforme consulta online sobre navios em operação no porto.

PROTOCOLO – Assim que o relatório é enviado pela Fiocruz, a Secretaria da Saúde entra em contato com suas Regionais que, por sua vez, comunicam os municípios de residência (ou de notificação) dos casos confirmados para iniciarem a investigação epidemiológica. Este processo inclui dados desde o início dos sintomas, a realização do exame, se houve internação e se o caso é considerado como cura ou óbito.

GERAL – Até agora, 789 amostras do Paraná já foram sequenciadas pela Fiocruz e 529 aguardam resultado. A maioria das amostras corresponde à variante P.1 (461 casos). A variante delta possui atualmente 59 casos confirmados e 20 óbitos, além de 17 casos de sublinhagens (14 casos AY.4 e 3 casos AY.12), com um óbito da AY.4.

SUBLINHAGENS – Sublinhagens de variantes são fenômenos que fazem parte da evolução viral natural e estão associados à taxa de replicação da doença. Quanto mais o vírus multiplica, mais rápido ocorrem os processos de evolução.

O vírus Sars-CoV-2 sofre mutações esperadas dentro do processo evolutivo de qualquer vírus RNA. Quando isso acontece, caracteriza-se como uma nova variante do vírus. Para a nomenclatura não ficar muito comprida, quando chega em quatro caracteres, é dado um novo nome. É o que aconteceu com a P.1 e P.2: os nomes oficiais eram B.1.1.28.1 (para a P.1) e B.1.1.28.2 (para a P.2). A AY.4 é a B.1.617.2.4 e a AY.12 é a B.1.617.2.12.

VARIANTE DE ATENÇÃO – Quando as mutações ocasionam alterações clínicas e epidemiológicas relevantes, como maior gravidade e maior potencial de infecção, essa variante é classificada como VOC (variant of concern ou variante de atenção). As VOC são consideradas preocupantes devido às mutações que podem conduzir ao aumento da transmissibilidade e ao agravamento da situação epidemiológica. As sublinhagens da variante delta, assim como a própria cepa, são consideradas como VOC.

Saiba mais:

Portos do Paraná segue monitorando navios em quarentena – 2/8/2021

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