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Requião Filho repercute denúncias de PMs sobre escalas exaustivas

Deputado Requião Filho na sessão da Assembleia desta segunda-feira (7) | foto: Orlando Kissner

O deputado estadual Requião Filho informa que tem recebido diversas denúncias sobre a escala de trabalho de policiais militares das cidades de Cornélio Procópio e Londrina, no interior do Paraná. De acordo com as denúncias, a mudança do comando regional da PMPR fez alterações no período de descanso dos praças, prejudicando a saúde dos policiais.

Um dos relatos recebidos pelo deputado explica que os PMs estão sendo acionados em períodos de folga, mesmo sem justificativa plausível para interromper o descanso. “Estavam acionando a gente na folga só quando houvesse alguma coisa, se necessário. Ou tivessem alguma instrução, alguma coisa pra gente fazer. Agora, ele já tá colocando todas as folgas 72h e tá querendo colocar nas 48h também. Ele está sugando a tropa, acabando com as folgas dos PMs”, explica um policial que pediu para não ser identificado.

Outro PM destacou que “nas folgas é instrução e extra, sobrando só o primeiro dia de folga das 72h. Depois que o PM baixar ou cometer suicídio não adianta homenagem da Secretaria de Segurança”, fazendo menção a homenagens realizadas pela Polícia Militar do Paraná e Secretaria de Segurança às famílias de policiais falecidos.

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As mudanças de escala mencionadas pelos policiais se referem às orientações dadas no documento da 2ª Cia da PM, emitido no dia 01 de abril. O texto detalha que as alterações na escala são do Comandante do 2º Comando Regional da PM e que diferentes áreas de atuação sofrerão mudanças.

Um exemplo disso vem da alteração na escala do RPA, serviço de patrulhamento ostensivo que atende ocorrências como furtos, roubos e violência doméstica. A orientação destaca que policiais que antes cumpriam 12 horas de serviço e 24 ou 72 horas de descanso, agora terão instruções e treinamentos obrigatórios nas folgas de 48h e 72h.

Para o deputado Requião Filho, as mudanças representam uma falta de preocupação constante com a saúde dos PMs. “O que vemos é uma tentativa de aumentar a presença policial nas ruas, sem a preocupação com as condições de trabalho da tropa. O descanso adequado dos PMs faz parte de uma política de segurança que atende as necessidades da população sem expor os policiais à fadiga extrema”, criticou o parlamentar.

A escala de trabalho dos policiais está, legalmente, atribuída ao Regulamento Interno da PMPR. No entanto, não dispõe de regras definidas e submete a decisão ao Comandante de cada regional.

“A falta de uma legislação adequada permite que abusos como esses aconteçam, expondo os policiais de maneira desnecessária. É imoral a maneira como a saúde dos PMs é tratada e o governo do Paraná precisa apresentar soluções para esse problema”, explica.

Faltam policiais no Paraná – Reconhecendo a falta de efetivo da PM no Estado, em 2024 Requião Filho apresentou o Projeto de Lei Nº 640/2024 que veda a disponibilização de policiais militares, civis, bombeiros e da Científica para atuarem em órgãos públicos. O objetivo é garantir que os servidores atuem em suas áreas de concurso e que não haja desvios de funções. O projeto segue parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

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